
Suposto desaparecimento de menino só foi denunciado em 2022. Vítima, que hoje teria 20 anos, só tinha certidão de nascimento, sem qualquer outro registro oficial. Suspeitos estão presos temporariamente. Mãe e padrasto presos por suspeita da morte do filho em Rio Grande
Polícia Civil/Divulgação
Um crime ocorrido há 16 anos mobilizou a Polícia Civil de Rio Grande, no Sul do RS. Uma mãe e o padrasto foram presos temporariamente, nesta terça-feira (2), pela suspeita da morte do filho dela, um menino de quatro anos, em 2008.
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O caso não havia sido relatado às autoridades até 2022, quando começaram as investigações de um suposto desaparecimento. O único documento existente no nome do menino, que hoje teria 20 anos, era a certidão de nascimento.
“Foi constatado que esse menino ‘não existia’, só poderia estar morto”, afirma a delegada Alexandra Sosa.
Os nomes dos suspeitos não foram informados pela Polícia Civil, para não atrapalhar as investigações.
A mulher, que hoje tem 44 anos, foi presa em Arroio dos Ratos. Já o padrasto, com 49 anos, foi preso em Bagé. O prazo de validade das prisões temporárias é de 30 dias.
O caso agora vai ser apurado pela Delegacia de Homicídios de Rio Grande. O corpo do menino ainda não foi encontrado.
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Descoberta do crime
Segundo a delegada Alexandra Sosa, o crime ocorreu em 2008, mas só chegou à polícia em 2022, através de uma denúncia.
“Esse fato ocorreu em 2008, mas só chegou à Polícia Civil como desaparecimento 14 anos após. Antes disso não tinha denúncia, nada. Conseguimos declarações através de uma denúncia”, diz a delegada.
A identidade de quem contou o que aconteceu às autoridades é mantida sob sigilo – “a pessoa que denunciou ainda está com medo”, segundo a delegada.
Com as informações, a Polícia Civil procurou por rastros da identidade do menino. Ele só tinha o registro em certidão de nascimento, sem carteira de identidade, CPF, título de eleitor ou alistamento militar.
“Com a certidão de nascimento do menino, nós começamos a diligenciar para ver se ele tinha votado, se tinha se alistado no Exército, se tinha passado pela rede de ensino pública de saúde”, conta a investigadora.
De acordo com Alexandra Sosa, a ausência de registros confirmou a informação repassada pela testemunha.
Mulher presa em Arroio dos Ratos por suspeita da morte do filho em 2008
Polícia Civil/Divulgação
Confissão
Após o crime, a mãe e o padrasto do menino teriam se mudado para Charqueadas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Eles tiveram dois filhos e depois se separaram. Ela foi morar em Arroio dos Ratos, na mesma região; ele se mudou para Bagé, na fronteira com o Uruguai.
A Polícia Civil ouviu os dois suspeitos, que não apontaram a motivação para o crime.
“Um acusou o outro da morte, mas eles admitiram que o menino está morto”, afirma Alexandra Sosa.
As investigações vão prosseguir com a Delegacia de Homicídios, que vai decidir se indicia ou não os suspeitos. O delegado responsável por essa apuração vai decidir se pede a prisão preventiva da mãe e do padrasto.
Padrasto preso em Bagé por suspeita de envolvimento na morte de enteado em 2008
Polícia Civil/Divulgação
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