
Em 2014, a queda de um avião matou o então candidato à Presidência da República e mais seis pessoas em Santos, no litoral de São Paulo. Justiça Federal determina novo arquivamento de processo que apurou morte de Eduardo Campos
Caio Kenji/g1 e Walter Mello/A Tribuna de Santos/Folhapress
A Justiça Federal determinou um novo arquivamento do inquérito policial que apurou a morte de Eduardo Campos, candidato à Presidência da República em 2014. O político morreu junto com outras seis pessoas em uma queda de avião em Santos, no litoral de São Paulo. O g1 apurou, nesta sexta-feira (5), que o irmão dele, que é advogado, pediu a reabertura do processo no ano passado.
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O acidente aconteceu em agosto de 2014. A aeronave com Eduardo Campos, então candidato do PSB, decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino à Base Aérea de Santos, em Guarujá (SP). O avião caiu em um terreno baldio em meio a comércios e prédios residenciais, no bairro Boqueirão, em Santos. Os destroços atingiram outras residências vizinhas.
A decisão pelo novo arquivamento é do juiz Roberto Lemos dos Santos Filho, da 5ª Vara Federal Criminal de Santos. No documento, o magistrado declarou que, diante das peculiaridades do caso, segundo ele “devidamente esmiuçadas em outras oportunidades”, não existem até o momento “quaisquer elementos que venham a alterar o panorama” já apurado.
Acidente envolvendo avião de Eduardo Campos completa nove anos neste domingo (13)
Arquivo/A Tribuna Jornal
Processo e arquivamento
Em 2018, a Polícia Federal concluiu o inquérito e apresentou quatro causas possíveis do acidente: colisão com um elemento externo, desorientação espacial, falha de profundor e falha de compensador de profundor — o equipamento é uma parte do estabilizador horizontal e é responsável pelo controle do movimento da aeronave em torno do eixo lateral.
Em 2019, o Ministério Público Federal (MPF) arquivou o processo sem determinar o motivo exato do acidente. Na época, o órgão apontou que era impossível definir a causa por conta da inoperância ou ausência de equipamentos na cabine de comando do avião.
Quase 10 anos após o acidente, em novembro de 2023, o advogado Antônio Campos, irmão de Eduardo Campos, pediu a abertura do processo. A Justiça Federal então encaminhou o documento à Procuradoria-Geral da República (PGR), mas o órgão entendeu que não existiam elementos para a reabertura das investigações.
O acidente
Avião com o então candidato à presidência Eduardo Campos caiu em Santos (SP), em 2014
Arquivo/A Tribuna Jornal
De acordo com a Aeronáutica, a aeronave Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino à Base Aérea de Santos, em Guarujá. O avião arremeteu devido ao mau tempo e, pouco tempo depois, perdeu o contato com o controle de tráfego aéreo.
Dez pessoas tiveram ferimentos leves e precisaram ser encaminhadas para hospitais da região, sendo liberadas em seguida.
Além de Eduardo Campos, morreram no desastre: Alexandre Severo e Silva, fotógrafo; Carlos Augusto Leal Filho, assessor; Pedro Valadares Neto, assessor e ex-deputado federal; Marcelo de Oliveira Lyra, cinegrafista; e os pilotos Geraldo Magela Barbosa da Cunha e Marcos Martins.
Eduardo Campos
Eduardo Campos e outras seis pessoas morreram em um acidente de avião, em 2014
Walter Mello/A Tribuna de Santos/Folhapress; Caio Kenji/G1
Eduardo Campos nasceu em 10 de agosto de 1965, em Recife (PE), e morreu em agosto de 2014, aos 49 anos. Ele era neto de Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco para quem trabalhou, dando seus primeiros passos na carreira política como chefe de gabinete do avô, nos anos 1980.
Ele era filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) e ocupou vários cargos públicos, como deputado estadual, secretário de governo e ministro de Ciência e Tecnologia no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2007 foi eleito governador de Pernambuco, sendo reeleito em 2010.
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