Advogadas criticam presidente da OAB-SP, Patrícia Vanzolini, por defender Thiago Brennand

<img src=’https://img.r7.com/images/thiago-brennand-patricia-vanzolini-27012024135818272′ /><br />

Empresário já foi condenado a 10 anos de prisão

Reprodução/Redes Sociais (esq.) e Reprodução/Record

A advogada Patrícia Vanzolini provocou polêmica ao assumir a defesa do empresário Thiago Brennand, condenado por estupro em outubro de 2023. Isso porque a criminalista, a primeira mulher a presidir a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, tem um histórico de luta a favor dos direitos das mulheres. “Sua posição deveria dar exemplo de ética e moral e não aceitar tudo por dinheiro”, afirmou a advogada Larissa Carvalho em um comentário feito nas redes sociais.

 

Veja também

Rio de Janeiro
Tenente-coronel do Exército é preso por porte ilegal de arma em operação da Polícia Federal

Brasília
Parlamentares se mobilizam por PEC que dificulta buscas da PF no Congresso

Internacional
Alabama oferece ajuda para levar execuções com nitrogênio para outros estados dos EUA

 

Patrícia está no time de defesa do empresário desde o ano passado. Além da condenação, Brennand ainda responde por outras ações de abuso e violência contra as mulheres. “Para mim, é uma decepção dantesca ver alguém que tinha a maior admiração, que foi a minha professora que tanto admirei assumir um caso desses, sendo que já está na posição de poder escolher quais casos quer patrocinar, tristeza e decepção sem fim”, afirmou a também colega de profissão, Laís Bianca.

Pela lei brasileira, todos têm direito a se defender, mas os comentários questionam a imoralidade da decisão. “A questão é de coerência. Coerência entre a bandeira que te elegeu — defesa contra a violência da mulher, direitos humanos, direitos das minorias — e a contratação para atuar em favor de um violentador assumido”, ponderou a advogada Hello Mello em outro comentário nas redes sociais.

“Coerência é entender que ou se defende o direito da mulher de não ser vítima de crimes como esse e se posiciona a favor das vítimas, ou se defende o violentador confesso. Fazer as duas coisas fica bastante incoerente”, ainda afirmou a advogada na mesma publicação.

Saiba mais: Thiago Brennand é condenado a mais 1 ano e 8 meses de prisão por agressão a modelo em academia

Patrícia se pronunciou num vídeo em suas redes comentando o caso. Nele, a criminalista explica mais sobre as prerrogativas da advocacia, garantida por lei, e afirma que o profissional não pode sofrer violência. “É bom lembrar que a violação da prerrogativa da advocacia é crime”, ressalta.

Em nota, o presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, defendeu que "até o pior dos acusados deve ter direito a uma defesa qualificada" e que "a prioridade da OAB é defender as prerrogativas das advogadas e advogados, independentemente dos clientes que eles representem".

"A OAB jamais aceitará que façam uma confusão entre o advogado e seus clientes para desqualificar o profissional. Se necessário, adotaremos providências para assegurar as condições de trabalho da presidente da OAB-SP, que tem atuação reconhecida na advocacia criminal e atua no caso citado de forma legítima", afirmou Simonetti.

Relembre o caso

O caso do empresário ganhou repercussão depois que ele foi flagrado por câmeras de segurança ao agredir a modelo Alliny Helena Gomes em uma academia no Shopping Iguatemi, em uma área nobre da capital paulista, no dia 3 de agosto de 2022. Depois, outras mulheres decidiram denunciá-lo.

A estudante de medicina Stefanie Cohen, de 30 anos, é uma das denunciantes. Em outubro, ela revelou ao R7 que foi estuprada por Brennand. Na época, disse que foi dopada e abusada: “Percebi que falar sobre isso faz parte da minha cura”.

Em outubro do ano passado, o empresário foi condenado a dez anos e seis meses de prisão, inicialmente em regime fechado, pelo crime de estupro na 2ª Vara de Porto Feliz, no interior de São Paulo. O homem também deverá indenizar a vítima no valor mínimo de R$ 50 mil pelos danos morais sofridos. Brennand recorre da decisão.

A sentença, referente ao caso de estupro de uma mulher americana que mora no Brasil, foi dada pelo juiz Israel Salu. Essa é a primeira condenação de Brennand, réu em sete processos — outros dois já foram arquivados após acordos com as vítimas.

As acusações contra Brennand variaram entre estupro, sequestro, cárcere privado, agressão física e ameaça, entre outros crimes.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.