
Decisão da Corte do Arizona manteve direito apenas em casos em que gestante corre risco de vida. De olho no eleitorado, ex-presidente tem evitado se posicionar a favor de proibições mais radicais. Em imagem de arquivo, o ex-presidente dos EUA Donald Trump segura um exemplar da Bíblia em Washington.
Patrick Semansky/ AP
O ex-presidente Donald Trump afirmou nesta quarta-feira (10) que o estado do Arizona foi longe demais ao proibir o aborto com base em uma lei de 1864. No entanto, ele defendeu o papel que teve na presidência dos EUA para estimular o fim do direito ao aborto no país.
Na terça-feira (9), a Suprema Corte do Arizona reativou a lei do século 19 para proibir o aborto em quase qualquer circunstância. A exceção vale para quando a vida da mãe está em risco.
Ao ser questionado por um jornalista se achava que o Arizona havia ido “longe demais” ao manter uma proibição quase total do aborto, Trump concordou.
“Sim, foram [longe demais], e isso será corrigido”, disse.
Trump disse estar confiante que o governador democrata e que a Suprema Corte do Arizona “volte à razão”, corrigindo a legislação.
O ex-presidente tem emitido declarações contraditórias sobre o aborto nos últimos meses, o que tem frustrado apoiadores. Atualmente, há um movimento forte no Partido Republicano que pressiona por uma proibição total em nível nacional.
No entanto, Trump tem tentado evitar expressar apoio firme às proibições mais radicais, que propostas do tipo já foram rejeitadas pelos eleitores nas urnas.
No início da semana, por exemplo, o ex-presidente publicou um vídeo nas redes sociais sobre o assunto, mas não mencionou uma proibição nacional do aborto. O republicano afirmou que o direito ao aborto deveria ser decidido por cada estado.
Enquanto presidente, Trump nomeou três juízes conservadores para a Suprema Corte dos Estados Unidos. Em 2022, a Corte derrubou uma lei que garantia o direito ao aborto nacionalmente.
“Nós fizemos isso, e agora os estados estão decidindo o que querem”, afirmou. “É a vontade do povo.”
Desde que a Suprema Corte dos EUA deixou a cargo dos estados a possibilidade de legislar sobre a interrupção da gestação, alguns governadores republicanos promulgaram proibições quase totais.