Em Israel e nos territórios palestinos, anúncio do acordo de cessar-fogo é recebido com mistura de esperança e cautela


A União Europeia afirmou que os dois lados – Israel e Hamas – devem implementar o acordo integralmente para que haja estabilidade duradoura. Presidente de Israel, Isaac Herzog
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Em Israel e nos territórios palestinos, o anúncio do acordo de cessar-fogo foi recebido com esperança, mas também cautela.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, pediu que o governo do país e os membros do gabinete aprovem o acordo apresentado nesta quarta-feira (15).
“Não há dever mais moral, humano, judeu e israelense do que trazer nossos irmãos e irmãs de volta pra casa”, declarou.
Uma parte mais à direita da coalizão governista ainda resiste ao acordo. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que só falará à nação depois que todos os detalhes forem finalizados. Netanyahu conversou por telefone separadamente com Joe Diden e Donald Trump para agradecer os dois pela ajuda para libertar os reféns.
O presidente do Egito – país que teve participação ativa nas negociações – disse que as tratativas envolveram “mais de um ano de esforços incansáveis”. Abdel Fattah Al-Sisi cobrou rapidez no envio de ajuda humanitária aos palestinos.
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“Aliviar o sofrimento da guerra é prioridade”, disse o secretário-geral da ONU.
António Guterres afirmou que as equipes das Nações Unidas estão prontas para dar apoio à implementação do acordo e destacou que é imperativo que o cessar-fogo remova os obstáculos políticos e de segurança no trabalho de entrega de ajuda humanitária.
António Guterres afirmou que as equipes das Nações Unidas estão prontas para dar apoio à implementação do acordo
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A União Europeia afirmou que os dois lados – Israel e Hamas – devem implementar o acordo integralmente para que haja estabilidade duradoura. A presidente do bloco, Ursula von der Leyen, escreveu que “isso traz esperança para uma região inteira, onde as pessoas têm enfrentado um sofrimento imenso há muito tempo”.
Presidente da UE, Ursula von der Leyen sobre acordo de cessa-fogo: ‘isso traz esperança para uma região inteira’
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A ministra do Exterior da Alemanha, Annalena Baerbock, reforçou que todos aqueles que estão em posição de responsabilidade devem garantir que esta oportunidade seja aproveitada. O governo da Turquia disse que o cessar-fogo é um passo importante, mas que é preciso manter os diálogos em torno da solução de dois estados.
O primeiro-ministro do Reino Unido declarou que essa guerra – desencadeada pelos terroristas do Hamas – é o massacre mais mortal contra o povo judeu desde o Holocausto. Ele disse que é preciso comemorar o acordo, mas também se lembrar dos palestinos inocentes, que tiveram suas casas transformadas em uma zona de guerra, e prestar tributo aos reféns que não vão voltar para casa – incluindo britânicos – que foram assassinados pelo Hamas. Keir Starmer escreveu:
“Nossa atenção deve agora se voltar para como garantir um futuro melhor, de forma permanente, para o povo israelense e palestino, baseado em uma solução de dois estados, que vai garantir segurança e estabilidade para Israel, juntamente com um Estado palestino soberano e viável”.
Em Israel e na Faixa de Gaza, as comemorações pelo acordo encheram as ruas.
“Queremos dormir em paz. Não conseguimos comer, nem dormir por 15 meses. Em todos esses dias, rezamos a Deus pelo fim da guerra”, diz um palestino.
Já em Tel Aviv, um homem que é primo de um dos reféns afirma que vai ser difícil acompanhar, nos próximos dias, a libertação em etapas. O Daniel é irmão de um dos reféns.
“Não sabemos se ele está vivo ou morto, não sabemos nada. A gente espera que aconteça um milagre”, diz ele.
O grupo que representa as famílias dos reféns divulgou um comunicado. Disse ter recebido o acordo com “imensa alegria e alívio”:
“Foram mais de 460 dias com familiares presos nos túneis do Hamas. Este é um passo significativo que nos deixa mais perto de ver todos os reféns retornarem – os vivos para reabilitação, e os mortos para um enterro adequado”.
Eles terminam o comunicado dizendo que “não vão descansar até ver o último refém de volta para casa”.
Grupo que representa famílias dos reféns disse ter recebido acordo com “imensa alegria e alívio”
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