Calor extremo: cidade da região de Campinas teve quatro meses com máximas de 40ºC em 2024; veja outros municípios


Cenário foi registrado em Santo Antônio de Posse (SP) ao longo de 138 dias. Em toda a região, média foi de 113 dias com máxima de 35ºC. IMAGEM DE ARQUIVO: Termômetro de rua marca 41ºC durante onda de calor em Campinas (SP)
Gustavo Biano/EPTV
As cidades da região de Campinas (SP) tiveram em 2024, ano marcado como o mais quente da história da Terra, uma média de 113 dias com máximas de pelo menos 35ºC.
O pior cenário foi registrado em Santo Antônio de Posse (SP), onde as temperaturas chegaram a 40ºC em 138 dias – o equivalente a 4,5 meses (veja o gráfico por cidade abaixo).
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Os dados são parte de um levantamento exclusivo feito a pedido do g1 pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) com dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – veja números de todo o país no gráfico abaixo.
O balanço divulgado nesta quarta-feira (5) mostra que mais de 6 milhões de brasileiros enfrentaram pelo menos 150 dias de calor extremo no ano passado, sendo que todas as cidades brasileiras enfrentaram ao menos um dia de temperaturas extremas.

Além de Santo Antônio de Posse, Jaguariúna (SP) foi outro município com máxima de 40ºC, marca atingida em 132 dias do ano. Na metrópole Campinas (SP), a temperatura mais alta foi 39ºC, registrada em 119 dias de 2024.
Por outro lado, Monte Alegre do Sul (SP) foi a cidade com menos dias de calor extremo. Foram 84 com máxima de 37ºC. Já a menor máxima foi observada em Pedra Bela (SP), com 35ºC por 91 dias.
Ondas de calor e queimadas
No ranking entre regiões do Brasil, o Sudeste ficou em terceiro lugar entre os que tiveram os piores índices de calor. O estado viu recordes de temperaturas e o fogo tomando São Paulo, com o maior número de focos de incêndio já registrados em mais de dez anos.
Apesar de apresentar um número menor que as demais regiões, os dados no Sudeste indicam uma tendência de aumento. Em 2022, apenas duas cidades registraram mais de 100 dias sob calor intenso. Em 2023, foram sete cidades, e agora o número é quase o dobro.
O cenário refletiu na região de Campinas. Um levantamento do Instituto Agrônomico de Campinas (IAC) apontava que metrópole teria, em 2024, o ano mais quente. Em Amparo (SP), uma queimada persistiu por cinco dias e Valinhos (SP) decretou estado de emergência após incêndios.
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Calor é um problema de saúde pública
O estresse térmico, índice que mede a exposição ao calor e os riscos potenciais à saúde humana, pode levar a consequências mais graves, como a morte. O limite varia de pessoa para pessoa, o que depende da exposição. Isso reforça os fatores sociais relacionados ao calor.
Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos 14 anos, quase 60 pessoas morreram devido ao calor intenso no país. O que especialistas explicam é que esse número, no entanto, é subestimado, porque não há um acompanhamento das mortes por efeitos do calor.
Sandra Hacon, pesquisadora da Fiocruz sobre os impactos do calor à saúde, explica que a situação já é de emergência e que precisa ser levado em quando nas políticas de saúde.
É impossível suportar esse período de tempo sob essas temperaturas sem consequências, o corpo não tem resiliência para suportar. O acompanhamento da temperatura tem que estar no programa de vigilância com prioridade máxima, se não estamos deixando milhões de pessoas expostas ao risco de vida.
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