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Faixa foi colocada próximo à base da Aeronáutica, onde a comitiva presidencial desembarcou em Belém, para visitas a obras da COP 30 e outras agendas. Manifestação também foi realizada durante visita da autoridade no Mercado de São Brás, nesta sexta-feira (14). Ambientalistas do Marajó estendem faixa no rio em protesto contra exploração de petróleo
Eliseu Pereira/Observatório do Marajó
Durante a passagem do presidente Lula por Belém, pescadores e ambientalistas estenderam uma faixa na Baía do Guajará, nesta quinta-feira (13), em protesto contra exploração de petróleo na Bacia da Foz do Rio Amazonas.
A faixa, que dizia “Presidente Lula, não troque a Amazônia por petróleo”, foi colocada próximo à base da Aeronáutica, onde a comitiva presidencial desembarcou em Belém para visitas em obras da COP 30 e outras agendas. As faixas ficarão estendidas até domingo (16).
Já nesta sexta-feira (14), um protesto sobre o mesmo tema foi realizado durante a visitação do presidente no Mercado de São Brás, em Belém. Na ocasião, os manifestantes ergueram novamente uma faixa na parte externa do mercado, fazendo o mesmo apelo ao presidente. A ideia central é recolher a meta de um milhão de assinaturas nessa faixa e entregá-la ao presidente Lula no período da COP30, a ser realizada em novembro de 2025.
Segundo Luis Barbora, representante de um dos coletivos envolvidos nos atos, o objetivo principal é chamar a atenção das autoridades e da sociedade para as recentes declarações sobre a exploração de petróleo, que, para eles, chega para agravar ainda mais as desigualdades sociais existentes nas comunidades tradicionais.
“Nesse contexto de mudanças climáticas, onde os impactos já podem ser sentidos nas comunidades, não faz sentido investir em uma exploração que vai afetar toda uma biodiversidade e sociodiversidade do território da região”, afirma.
Luis é coordenador de articulação e redes do Observatório do Marajó, organização que atua no arquipélago do Marajó, e se manifestou em conjunto com outros seis coletivos sobre o tema.
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Os protestos ocorrem diante dos recentes pronunciamentos do presidente Lula, que defende a exploração de petróleo na região, indo de contra, inclusive a determinações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Na última quarta-feira (12), Lula declarou o desejo de realizar a exploração a partir de pesquisas de impactos ambientais previamente feitas e, dessa vez, se queixou da atuação do Ibama, que tem negado os pedidos de licença feitas pela Petrobrás.
Segundo o instituto, a segurança das regiões próximas da exploração foi um dos fatores que motivou a rejeição do pedido da Petrobrás, uma vez que, em caso de acidente, bases dos arredores seriam impactadas.
Entenda o caso
A Petrobrás pretende viabilizar um estudo para produzir petróleo em uma área às margens da costa do Amapá e mais de 500 km da foz do Rio Amazonas, que banha parte do estado do Pará.
Em 2023, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou um pedido de licença de perfuração de poço e, em 2024, solicitou informações para uma nova avaliação de impacto.
A Petrobras lançou um novo plano de emergência em dezembro de 2024, que inclui a construção de uma nova base no Oiapoque, a 170 km do poço, com inauguração prevista para março de 2025
Exploração de petróleo pode causar impactos no Marajó
A exploração de petróleo e gás na foz do Amazonas, na Costa do Amapá, divide opiniões entre os envolvidos no tema. De um lado, políticos interessados defendem a realização de pesquisas na região, de outro, ambientalistas indicam riscos em caso de vazamentos, podendo atingir a margem equatorial, incluindo a ilha do Marajó, no Pará, onde há sistemas de reprodução de peixes e ambientes de trocas entre florestas, oceanos e rios.
O Ibama afirma que ilha do Marajó faz parte da área de estudo do empreendimento da Petrobras desde a etapa inicial.
O projeto da Petrobras, se avançado, poderia atingir a Margem Equatorial, que começa em Oiapoque, passando pela vila Sucuriju, pelo arquipélago Bailique, no Amapá; até a costa do Marajó, e pela região do salgado paraense até o Maranhão.
Atualmente, a mesorregião é composta por 17 municípios, em área maior que a do estado do Rio de Janeiro, e que contém alguns dos municípios com piores índices de desenvolvimento humano. O Marajó é também considerado um maretório, onde o território é composto e influenciado pelas marés.
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