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Cidade tem 167 casos confirmados de dengue. Levantamento indicou presença de criadouros do Aedes aegypti em 4.849 imóveis e município entrou em alerta para transmissão de dengue. Secretaria de Saúde de Limeira inicia busca ativa nas escolas para aplicação de vacinas contra dengue
Prefeitura de Limeira /Secretaria de Comunicação Social
Com cobertura abaixo da meta, a Secretaria de Saúde de Limeira fará busca ativa de crianças de 10 a 14 anos, nas escolas da Rede Municipal, que ainda não receberam a vacina contra a dengue. A ação começa a partir do dia 25 de fevereiro. Segundo levantamento mais recente, 9,6% das crianças dessa faixa-etária tomaram a primeira dose do imunizante e 2,9% do público-alvo foi vacinado com a segunda dose, conforme dados da Divisão de Vigilância Epidemiológica.
🦟Cidade em alerta para dengue: Nesta quarta-feira (19), Limeira entrou em estado de alerta para transmissão da doença após levantamento sobre densidade larvária. Entenda mais, abaixo, na reportagem. Atualmente, há 167 casos confirmados de dengue no município e outros 1.468 estão sendo investigados.
A vacinação será levada diretamente às unidades escolares. O secretário interino de Saúde, Alexandre Ferrari, esclarece que só receberá o imunizante a criança que entregar a autorização devidamente assinada pelos pais ou responsáveis. O documento já foi distribuído pela Secretaria de Educação aos alunos e deve ser devolvido até esta quinta-feira (20).
Negativas devem ser justificadas
Os pais que não autorizarem a vacinação da criança, conforme Ferrari, deverão justificar o motivo. “Nosso objetivo é proteger as crianças contra a dengue, considerando-se o cenário epidemiológico de Limeira e de todo o Estado de São Paulo”, declarou o secretário.
A vacina utilizada nesse processo será a Qdenga, em duas doses, com intervalo de 3 meses entre elas. Ferrari destacou que, após as escolas municipais, a estratégia será levada às unidades estaduais e particulares.
Sem doses suficientes
Quanto à ampliação da vacina para outras faixas-etárias (de 4 a 59 anos), conforme nota técnica expedida pelo Ministério da Saúde, Ferrari observa que o município não dispõe de doses suficientes. “Já solicitamos estoque extra de vacinas e tão logo elas sejam disponibilizadas, iremos ampliar gradativamente o público-alvo”, afirmou.
Dengue em Limeira: levantamento revela situação de alerta para doença
Prefeitura de Limeira /Secretaria de Comunicação Social
A cidade entrou em cenário de alerta para dengue, segundo avaliação de densidade larvária realizada em janeiro pela Divisão de Controle de Zoonoses do município e divulgada nesta quarta-feira (19).
Limeira tem, atualmente, 167 casos confirmados de dengue. Segundo a administração municipal, o levantamento investigou a presença de criadouros do Aedes aegypti em 4.849 imóveis e obteve Índice de Infestação Predial de 1. A escala do Ministério da Saúde vai de 0 a 3,9. – Entenda como funciona indicador, a seguir.
📈Conforme os parâmetros do Ministério da Saúde, índices abaixo de 1 indicam cenário “satisfatório”. Entre 1 a 3,9, a situação é classificada como “alerta”, enquanto números superiores a 3,9 configuram quadro de “risco” para os casos de dengue.
mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue
Freepik
“A prefeitura mantém um trabalho intenso de prevenção ao mosquito, agentes estão nas ruas para vistoriar as residências e áreas de risco. Além disso, realizamos mutirões todos os sábados”, afirmou a diretora de Vigilância em Saúde, Renata Martins. “Porém, a população precisa fazer a sua parte e vistoriar seus imóveis toda semana, por pelo menos 10 minutos”, completou.
🏠Nos imóveis pesquisados, foram localizados 1.016 recipientes propensos à formação de criadouros. Desse total, 801 apresentavam água, sendo que 67 abrigavam larvas do mosquito.
Criadouros
Ainda conforme dados do levantamento da prefeitura, entre os criadouros mais comuns, havia:
🧴latas e frascos inservíveis, com 196 ocorrências
🛞pneus representaram 171 dos registros
🪴pratos e pingadeiras de plantas, equivalente a 102 dos apontamentos
🪣baldes, com 68 achados
A responsável pela Divisão de Zoonoses, Pedrina Costa, destaca que 43% dos recipientes eram passíveis de remoção e 34,2% poderiam estar em locais cobertos.
“Os dados mostram que o risco poderia ser evitado se os materiais inservíveis fossem descartados e os demais, armazenados em locais cobertos”, ressaltou.
Bairros
Segundo o levantamento, as regiões com maior incidência de criadouros, com índice de 1,5, englobam os bairros:
América
Anavec I, II
Asbhar, Bandeirantes
Boa Vista
Granja Machado
Hortência
Queiroz
Santa Catarina
São José
Campos Eliseos
Canaã
Egisto Ragazzo
Elisa Fumagalli
Giotto,
Nereide
Nova
Piza
Planalto
Teixeira Marques
Itapema (Res.)
Santa Helena (Chac.)
Nova Limeira
Jardim Aquários
Jardim Morro Azul
Jardim Nova Itália
Vila Paraíso
Jardim Piratininga
Jardim Senador Vergueiro
Geada
Cidade Universitária
Portal São Clemente
Ville de France
Ilha de Bali
Casalbuono
Terras de São Bento
Em segundo lugar, com índice de 1, está o setor que abrange os bairros: Gonzaga, José Geraldo Cristovam, Maria Flora, Maria Helena, Mediterrâneo, Real Parque, Rocha (Vl), San Marino, Santa Cecíla, Santa Lina (Jd e Vl), Santa Rosália, Santana, São Geraldo, São João (Vl), São Manoel, Centro, Cidade Jardim, Vila Cláudia (I e II), Cristovam, Esteves (Vl e Jd), Fascina, Mercedes, Montezuma, Palmira, São Roque (Vl), Sonia, Tank, Primavera (Vl).
📝Recomendações
Vistoriar o próprio imóvel pelo menos uma vez por semana para eliminar possíveis criadouros do mosquito
Descartar objetos e inservíveis que possam acumular água
Guardar em local coberto itens como baldes, garrafas e demais utensílios
Limpar regularmente as calhas
Colocar água sanitária nos ralos;
Eliminar pratos de plantas
Manter caixa d’água fechada
Estado
O Governo de São Paulo decretou nesta quarta-feira (19) situação de emergência em saúde pública no estado em razão da epidemia por dengue. A medida foi anunciada pelo secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, durante reunião do Centro de Operações de Emergências para as arboviroses, na capital paulista.
Estado de SP cria Centro de Operações de Emergências para combater mosquito da dengue
Vacina
O Instituto Butantan desenvolveu a vacina Butantan-DV contra a dengue e começou a fabricar as primeiras doses. Mas ainda há um tempo para que as vacinas cheguem aos postos de saúde. Isso porque a fábrica que produz o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) da vacina não foi inaugurada.
As pesquisas do Instituto Butantan apontam que a taxa de eficácia geral do imunizante ficou em 79,6%. Já para os casos mais graves da doença é de 89%. A vacina protegerá dos quatro tipos da doença por pelo menos cinco anos.
Instituto Butantan aguarda aprovação da Anvisa para vacina contra a dengue
Reprodução/TV Globo
“Essa vacina Butantan-DV traz dois grandes benefícios demonstrados pelos estudos que a gente fez. Primeiro é uma carapaça de proteção do sistema de defesa, que depois que o Aedes aegypti pica, o mosquito não consegue se multiplicar ali no subcutâneo, embaixo da pele da pessoa. O segundo é que mesmo que isso aconteça, há uma redução muito significativa de desenvolver formas graves da doença”, informa o diretor do Instituto Butantan Esper Georges Kallás
O imunizante da dengue produzida pelo Instituto Butantã foi feito em ambiente controlado e sem manipulação humana. Todos os documentos já foram entregues e ele depende da liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A previsão do Instituto Butantan é produzir um milhão de doses da vacina contra a dengue em 2025. Até 2027, a previsão é de 100 milhões de doses.
Instituto Butantan começa a produzir primeiras doses da vacina contra a dengue em SP
TV Globo
Testes rápidos
A SES disse que está previsto o envio de mais de 2 milhões de testes rápidos de dengue aos municípios de São Paulo. Eles serão encaminhados para os grupos de vigilância epidemiológica, que farão a distribuição para os municípios.
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