Empresários que fecharam loja de móveis planejados em Uberaba e deixaram clientes com prejuízo de R$ 20 milhões são presos


Casal é investigado por crimes contra as relações de consumo, estelionato, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Eles estavam foragidos desde o dia 20 de fevereiro. Empresa fechou as portas sem entregar pedidos pagos pelos clientes em Uberaba
Reprodução/TV Integração
A Polícia Civil (PC) prendeu nesta quinta-feira (27), em Goiânia, um casal de empresários suspeitos da prática de inúmeros crimes contra as relações de consumo, estelionato, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro que resultaram num prejuízo estimado de pelo menos R$ 20 milhões para clientes, em Uberaba.
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Eles eram responsáveis pela empresa de móveis planejados “Basílio Planejados” e estavam foragidos desde o dia (20), quando a PC deflagrou operação policial para o cumprimento de três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão contra os responsáveis pela empresa.
Um balanço parcial indicou a existência de pelo menos 24 boletins de ocorrência registrados por vítimas diversas só na região do triângulo mineiro.
Os mandados de prisão preventiva foram decretados pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Uberaba em 30 de janeiro de 2025, sendo prontamente cumprido nesta data após intercâmbio de informações entre os órgãos policiais envolvidos na ação, entre eles as Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco) de Minas Gerais e de Goiás.
Os presos foram encaminhados para a Central de Flagrantes da Polícia Civil de Goiânia/GO e após os procedimentos de polícia judiciária decorrentes, foram levados para a unidade prisional local, onde permanecerão à disposição da Justiça.
Móveis pagos, clientes lesados
Desde o último dia 10 de fevereiro, a “Basílio Planejados” está de portas fechadas e com placa de “aluga-se”. A cena chamou a atenção de vários clientes que aguardavam produtos encomendados com a empresa e que, mesmo pagando grande parte do contrato, não foram avisados de que não receberiam os móveis.
“Isso não foi elaborado da noite para o dia, isso foi uma condução orquestrada que já vinha sendo organizada há algum tempo. Existiu toda uma situação anterior que nos faz ter essa suspeita de que o crime foi premeditado”, explicou o delegado Eduardo Alves Garcia.
Uma das clientes lesadas pela loja foi a arquiteta Cláudia Bernadeth Ribeiro. Ela fez um projeto de R$ 70 mil e pagou cerca de 90% do valor antecipadamente, viu o prazo de entregar se encerrar e não recebeu resposta da empresa.
“Inicialmente eles falaram em 90 dias para me entregar os móveis, depois saiu a notícia de que eles haviam fechado e agora só temos o projeto”, lamentou a arquiteta.
E Cláudia não é a única, o securitário João da Silva teve um prejuízo de mais de R$ 90 mil. Ele, que já havia contratado os serviços da empresa, se surpreendeu ao perceber que não receberia os móveis. João foi até à loja, mas se deparou com as portas fechadas.
De acordo com a apuração da TV Integração, vizinhos do proprietário da loja contaram que não foi apenas a loja que fechou as portas, mas que ele também não morava mais no condomínio que vivia.
Além disso, foi decretada a suspensão e retenção dos passaportes dos investigados, com a inclusão dos respectivos CPFs no sistema Divisão Vermelha perante a Interpol. Os suspeitos estavam sendo considerados foragidos.
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O que disse a defesa da empresa
Em nota, o departamento jurídico da empresa negou os boatos de que equipamentos e estoques foram retirados do galpão. Disse, ainda, que medidas legais estão sendo tomadas para amenizar a crise, principalmente em relação aos funcionários e credores. Segundo a defesa, a expectativa é que a Justiça autorize a retirada dos móveis que já foram fabricados e pagos.
Leia a nota completa abaixo
“Tendo em vista as notícias veiculadas na imprensa local acerca do fechamento da empresa Móveis Basílio, o departamento jurídico esclarece que:
A contrário sensu dos boatos, nenhum equipamento ou estoque foi retirado do galpão onde funcionava a empresa.
Medidas jurídicas estão sendo tomadas no sentido de amenizar a crise instalada, sobretudo com respeito as verbas trabalhistas dos funcionários e demais credores.
Oportunamente acredita-se que será liberado judicialmente a retirada dos móveis modulares já fabricados e pagos por seus adquirentes.
Repudiamos qualquer ilação indevida que possa ser feita contra a pessoa do sócio proprietário antes de concluída a investigação em curso, que certamente com autonomia e independência, nos termos da legislação brasileira concluirá se tratar única e exclusivamente de debilidade financeira e econômica da empresa.”
Clientes de Uberaba ficam no prejuízo após compra de planejados
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