Motorista que levava jogadores do Bragantino diz à polícia que dormiu na hora do acidente


Veículo colidiu na traseira de caminhão na Rodovia Anhanguera, no início da manhã desta terça-feira (4). Motorista que levava jogadores diz em depoimento que dormiu no momento do acidente
O motorista particular que conduzia o carro com os jogadores do sub-20 do Red Bull Bragantino Bragantino que se envolveram em um acidente de trânsito na Rodovia Anhanguera (SP-330) na terça-feira (4) informou, em depoimento à Polícia Civil, que dormiu ao volante no momento da colisão.
O acidente foi por volta de 5h21. O carro em que os jogadores estavam bateu contra a traseira de um caminhão. Segundo a polícia, os dois seguiam para o centro de treinamento do clube, no município de Atibaia (SP).
Internado no Hospital Municipal Waldemar Tebaldi, em Americana (SP), cidade onde ocorreu o acidente, Pedro Severino, de 19 anos, está desde a tarde de terça-feira (4) em procedimento para ter confirmada ou não a morte encefálica (veja abaixo detalhes).
O outro jogador no carro era Pedro Castro, de 18 anos, que estava sentado no banco de trás. Ele teve ferimentos leves e recebeu alta do hospital em Americana horas depois, mas agora está em um hospital na capital paulista para, a pedido do clube, passar por exames complementares.
Jogador do Bragantino fica gravemente ferido após carro bater em caminhão na Anhanguera
Paula Nacasaki / Liberal
Reportagem em atualização
Jogadores também dormiam
Os jogadores também dormiam no momento da colisão, informou o tio de uma das vítimas. Tio de Pedro Castro, Jefferson Severiano Neves relatou que o sobrinho acordou com o impacto da colisão.
“Eles saíram de madrugada e estavam os dois dormindo nesse momento. O que o Pedro [Castro] conta é que ele só acordou com o impacto mesmo e que, a partir de então, por estar consciente, começou a pedir ajuda, começou a tentar ligações para nós, para o clube”, disse Neves.
Pedro Castro, da base do Red Bull Bragantino
Fernando Roberto/Red Bull Bragantino
Como o resgate já havia sido acionado, a primeira pessoa para quem Castro ligou foi a tia Michele Cristina Severiano. Ela conta como tentou acalmar o sobrinho.
“Ele ligou para mim, chorava muito. Lembro que atendi, e ele falava: ‘titia, nós batemos o carro’. Falei: ‘calma, respire, porque você está longe, e a titia tem que saber onde você está’. Ele me passou que estava na pista. […] Falei: ‘calma, vá conversando comigo, não dorme’. Fiquei preocupada com o que poderia acontecer depois. Como ele acordou na batida, não sei se ele tinha batido a cabeça”, afirmou.
Respira com ajuda de aparelhos
Severino estava no banco do passageiro e, com a batida, sofreu um traumatismo craniano. Ele respira 100% com ajuda de aparelhos após o início da retirada da sedação, na madrugada desta quarta-feira (5), e o estado de saúde dele continua gravíssimo. A informação é do Hospital Municipal de Americana.
O protocolo para que seja confirmada ou não a morte cerebral depende de exame clínico, que deve ser realizado por dois médicos diferentes, com um intervalo mínimo de uma hora entre o primeiro e o segundo, além de teste de apneia e exames complementares.
À EPTV, o diretor técnico do hospital afirmou que, em 41 anos de profissão, nunca viu uma situação como essa porque, apesar de fazer parte do protocolo, quando o estado de saúde é gravíssimo dessa forma, o mais comum é que, a partir do início da retirada da sedação, o quadro evolua a óbito.
A retirada da sedação, aos poucos, também faz parte do procedimento, que pode ter duração de até 24 horas após a abertura do protocolo, que aconteceu às 16h30 de terça.
Pedro Severino comemora gol pelo Botafogo-SP em 2024
Célio Messias/Ag. Paulistão
Mapa mostra local do acidente com os dois jogadores do Bragantino na Rodovia Anhanguera, em Americana (SP)
Arte g1
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