
Região é monitorada há pelo menos 12 anos e animais têm aparecido com frequência, causando riscos para fauna e lavouras. Presença de javalis em corredor ecológico em Monte Alto, SP, gera preocupação
O aparecimento cada vez mais frequente de javalis em um corredor ecológico que corta as cidades de Monte Alto (SP), Jaboticabal (SP) e Taquaritinga (SP) tem preocupado o ambientalista Samuel Maria.
Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp
A área, de 100 quilômetros, é monitorada por ele com câmeras há, pelo menos, 12 anos e desde 2019 estes animais, que representam perigo para a fauna e as lavouras da região, têm marcado presença.
“Um primeiro registro de javali foi em 2019/2020. Agora, toda vez que eu venho aqui checar as câmeras, em todas as filmagens aparece javali”.
Javali é preocupação para produtores rurais em corredor ecológico em Monte Alto, SP
Foto: Reprodução/EPTV
Segundo ele, a população de javalis está crescendo e os animais silvestres da região (onça parda, tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim), diminuindo.
“”É uma praga, está prejudicando muito os produtores aqui. Em uma noite acaba com tudo [das plantações]. Às vezes, são pequenos produtores que dependem disso para o seu sustento e esses animais estão trazendo prejuízos gigantescos. E não apenas para esses produtores, mas para nossa fauna local também. Eles comem carneiro, cobra, ovos de passarinho, passarinho. Tudo que você imaginar, eles acabam comendo e prejudica nossa fauna”.
Ao g1, Samuel explicou que lidar com a invasão de javalis não é tarefa fácil e exige apoio do governo federal e de órgãos competentes, como o Instituto Brasileiro Meio Ambiente R Naturais Renováveis (Ibama).
“Precisa de apoio do governo federal junto com o Ibama e os órgãos competentes. A melhor forma [de combater os javalis] é o abate”.
Câmeras ficam em pontos estratégicos
As câmeras instaladas ao longo do corredor ecológico ficam em pontos estratégicos no meio da mata e servem para ajudar o ambientalista a preservar o local e também garantir a sobrevivência das espécies.
Câmera instalada em mata do corredor ecológico em Monte Alto, SP
Foto: Reprodução/EPTV
O sítio de Samuel tem 19 hectares e é uma área rica em recursos naturais como água, alimento e ambiente propício para a vida selvagem, que tem sido fundamental para o aumento da diversidade de animais que habitam a região.
“É o famoso ‘AAA’: alimento, água e ambiente, pra ele [o animal] conseguir sobreviver. E aqui tem água, alimento e tem lugar pra ele morar”.
Em 12 anos de monitoramento, o ambientalista afirma que já resgatou e cuidou de quase 2.500 espécies, de pequenos insetos a animais de mais de 100 quilos.
“Todos os meses que a gente pega a câmera, a gente olha um animal diferente. Fiquei muito surpreso com a quantidade de onças pardas, a jaguatirica e, principalmente, o mão-pelada [guaxinim sul-americano]. O mão-pelada quer dizer que aquela área é bem preservada. Quando tem ele, a área é bem preservada”.
Nos últimos registros, diz o ambientalista, também chamou a atenção a aparição de uma jaguatirica, flagrada durante o dia. O caso impressionou, porque o animal tem hábitos noturnos.
Paisagem do sítio ecológico de Monte Alto, SP
Foto: Reprodução/EPTV
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão e Franca
Vídeos: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região