
O partido conservador, do provável novo primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz, quer criar um fundo de meio trilhão de euros para infraestrutura e facilitar as regras de empréstimos para permitir maiores gastos em segurança. Friedrich Merz em votação na Câmara Baixa da Alemanha
REUTERS/Annegret Hilse
A Câmara baixa do Parlamento da Alemanha vota, nesta terça-feira (18), um aumento histórico de gastos.
O partido conservador, do provável novo primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz, quer criar um fundo de 500 bilhões de euros para infraestrutura e flexibilizar as regras de empréstimo previstas na Constituição para permitir gastos maiores com Defesa.
Ao defender a proposta aos legisladores, Merz falou sobre a necessidade da Europa se fortalecer militarmente e economicamente em meio às tensões com o principal parceiro, os Estados Unidos.
“Há pelo menos uma década sentimos uma falsa sensação de segurança. A decisão que estamos tomando hoje sobre a prontidão da defesa… Pode ser nada menos que o primeiro grande passo em direção a uma nova comunidade de defesa europeia”, afirmou Merz.
Se implementada, a mudança derrubaria décadas de conservadorismo fiscal na Alemanha, maior economia da União Europeia.
Se a proposta for aprovada na Câmara baixa, ela ainda terá que ser submetida à Câmara alta, que representa os governos dos 16 Estados que compõem a Alemanha.
Necessidade de reforçar a Defesa
A Alemanha e outras nações europeias estão sob pressão para reforçar suas defesas diante das hostilidades com Rússia e das mudanças na política dos EUA sob o comando do presidente Donald Trump , que os líderes europeus temem que possam deixar o continente exposto.
No começo do mês, a chefe de governo da União Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o bloco europeu prepara um plano de 800 bilhões de euros – o equivalente a R$ 4,9 trilhões – para reforçar as defesas das nações da UE e diminuir o impacto da potencial retirada dos EUA da aliança de países que ajudam a Ucrânia.
Em fevereiro, diversos chefes de Estado europeus se reuniram em Paris, em uma reunião de emergência para discutir a guerra da Ucrânia e o maior alinhamento entre EUA e Moscou.
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