
Durante a Operação ‘Vapor Barato’ foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte, dois em Uberlândia e um em Juiz de Fora. Um homem foi preso. Parte do material apreendido pela PF
Polícia Federal/Divulgação
A Polícia Federal de Minas Gerais cumpriu, na quinta-feira (18), sete mandados de busca e apreensão com o objetivo de combater o contrabando de cigarros eletrônicos e insumos para a fabricação de e-liquids — as “essências” utilizadas nos cigarros eletrônicos. Uberlândia foi alvo de dois mandados.
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Segundo a PF, na maior cidade do Triângulo Mineiro foram apreendidos sachês de nicotina aromatizada, conhecidos como “snus”, apresentados em pequenas bolsas. Na capital Belo Horizonte, um homem foi preso em flagrante com cigarros eletrônicos contrabandeados, destinados à comercialização. O suspeito poderá responder pelo crime de contrabando.
Além das duas ordens judiciais em Uberlândia, os agentes federais cumpriram quatro mandados em BH e um em Juiz de Fora.
A operação é um desdobramento de uma ação realizada em 21 de março de 2024, quando foi descoberto um laboratório clandestino de fabricação de “e-liquids”, resultando na prisão em flagrante de um investigado. Assista ao vídeo abaixo.
Ação contínua
Fiscalização do Procon apreendeu cigarros eletrônicos em tabacaria de Uberlândia
Michele Ferreira/TV Integração
No último mês, o g1 mostrou em primeira mão que as ações de combate à comercialização ilegal de cigarros eletrônicos em Uberlândia resultaram, até o final de 2024, na apreensão de 541 dispositivos em estabelecimentos clandestinos da cidade.
Segundo a Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor de Uberlândia (Procon), 82 estabelecimentos foram fiscalizados nos últimos dois anos. Durante as operações, foram apreendidos ainda essências e acessórios para esses dispositivos, que também têm a venda proibida. Veja o balanço das operações abaixo.
Além disso, 12 pessoas foram conduzidas em flagrante para a Polícia Federal (PF) em razão do comércio ilegal de cigarros eletrônicos na cidade.
Fiscalização de combate a cigarros eletrônicos em Uberlândia (2023-2024)
Comércio ilegal de cigarro eletrônico em Uberlândia
O superintendente do Procon Municipal, Egmar Ferraz, alegou que a maioria das operações é motivada por denúncias dos próprios consumidores ao órgão. Além disso, a partir do momento que um estabelecimento alvo é identificado, a força-tarefa consegue identificar outros pontos do comércio ilegal.
“A gente consegue verificar com muita facilidade esses pontos. São estabelecimentos ligados ao comércio de bebidas alcoólicas, tabacarias ou casas noturnas. Os clientes são geralmente jovens, pessoas com faixa etária abaixo dos 35 anos”, disse.
Egmar ainda ressaltou que esses estabelecimentos podem ser autuados e pagar multa pela prática, além de terem todo o material apreendido que será destruído por empresas especializadas no descarte.
Loja que vendia cigarros eletrônicos tem quase 250 produtos apreendidos em Uberlândia
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Havendo indícios de crime de contrabando ou descaminho — produtos proibidos e sem nota fiscal — os comerciantes são detidos e levados para a Polícia Federal (PF).
As interdições ocorrem em casos mais complexos, quando são identificadas situações de risco ao público como irregularidades identificadas pela Vigilância Sanitária, falta de alvará de funcionamento, entre outros.
“Esse é um comércio que acontece na clandestinidade e ele aumenta o grau de desafios de localização, de apreensão quando você chega apenas na ponta do varejo e não consegue identificar quem está distribuindo. Mas com essa ação conjunta dos órgãos, a polícia, conseguimos reduzir esse comércio e tirar muitos dispositivos da rua. O trabalho não acabou, ele é contínuo”, finalizou Egmar.
Como denunciar?
As denúncias de comércio ilegal de cigarros eletrônicos podem ser feitas ao Procon anonimamente. Os canais de atendimento são:
Disque Procon 151 (segunda a sexta, das 9h às 17h)
Aplicativo Fale Procon Uberlândia (disponível gratuitamente para IOS e Android)
Riscos graves à saúde
A fabricação e comercialização do cigarro eletrônico no Brasil é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde 2009, por apresentar graves riscos à saúde humana.
Polícia Federal fecha laboratório clandestino que produzia matéria-prima de cigarros eletrônicos em Minas Gerais
A médica pneumologista Michele Moura, em entrevista ao Jornal Nacional, falou sobre esses riscos a quem faz uso do cigarro eletrônico, podendo ser ainda mais prejudicial que o cigarro convencional.
“Um cigarro eletrônico tem o equivalente em miligramas de nicotina – ao invés de ter 1 miligrama, que é o que a gente tem com cigarro convencional -, ele tem 60 miligramas, que equivale a três maços de cigarro. Então, em uma noite, facilmente, a pessoa consome aí 60 miligramas de nicotina, ou seja, três maços de cigarro convencional. Ele libera substâncias que são cancerígenas, relacionadas, principalmente, ao câncer de boca”, explicou.
Em 2020, a Receita Federal apreendeu mais de 30 mil cigarros eletrônicos. Em 2023, esse número saltou para mais de 1,3 milhão.
Em Minas Gerais, a Polícia Federal chegou a fechar um laboratório clandestino que produzia matéria-prima para cigarros eletrônicos e distribuía em todo o estado. Assista acima.
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