
Parte dos arquivos cita o Brasil. Assassinato do então presidente, na década de 1960, é alvo de teorias da conspiração. Especialistas acreditam que divulgação dos documentos secretos não devem trazer mudanças no caso. Atentado que tirou a vida do presidente americano foi mesmo obra de um atirador solitário? Há décadas pesquisadores e cineastas se debruçam sobre o que aconteceu em Dallas no dia 22 de novembro de 1963.
AP Photo/picture alliance
O governo dos Estados Unidos liberou nesta terça-feira (18) uma série de documentos sobre o assassinato do ex-presidente John F. Kennedy. De acordo o presidente Donald Trump, mais de 60 mil páginas relacionadas ao caso se tornaram públicas.
Os documentos foram disponibilizados no site dos Arquivos Nacionais dos Estados Unidos. Para acessar os arquivos, que estão em inglês, clique aqui. Parte deles cita o Brasil.
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Em janeiro, Trump anunciou que iria retirar o sigilo sobre as investigações do assassinato de Kennedy, que foi morto em 22 de novembro de 1963, enquanto ainda era presidente dos EUA. À época, ele foi baleado enquanto sua comitiva passava de carro pelo centro de Dallas, no Texas. Leia mais abaixo.
O assassinato de “JFK”, em particular, é uma fonte de fascínio e teorias da conspiração nos Estados Unidos. O crime foi atribuído a um único atirador: Lee Harvey Oswald.
O Departamento de Justiça e outros órgãos do governo federal reafirmaram essa conclusão nas décadas seguintes. No entanto, pesquisas mostram que muitos americanos acreditam que a morte de JFK foi resultado de uma conspiração mais ampla.
Especialistas duvidam que o novo lote de informações mude os fatos fundamentais do caso, de que Lee Harvey Oswald disparou contra Kennedy de uma janela de um depósito de livros escolares enquanto o comboio presidencial passava por Dealey Plaza, em Dallas.
“Quem espera grandes revelações provavelmente vai se decepcionar”, disse Larry Sabato, diretor do Centro de Política da Universidade da Virgínia, que escreveu um livro sobre o assassinato.
Sabato afirmou que algumas das páginas podem ser apenas a liberação de materiais previamente publicados, com algumas palavras censuradas.
Trump também prometeu liberar em breve arquivos sobre as investigações dos assassinatos do senador Robert F. Kennedy e do ativista Martin Luther King Jr.
Assassinato de Kennedy
Assassinato de Kennedy: veja versão oficial e especulações
Seis dias após a morte de John F. Kennedy, o presidente Lyndon B. Johnson, que assumiu o cargo, criou a Comissão Warren para investigar o assassinato e dar uma resposta final ao público.
À época, Johnson enfrentava pressão popular, especialmente após a morte do principal suspeito, Lee Harvey Oswald. Oswald foi morto a tiros diante das câmeras de TV que transmitiam o momento ao vivo, dois dias após o atentado a Kennedy.
A comissão concluiu que Kennedy foi assassinado por Oswald, que teria agido sozinho. Também determinou que Oswald foi morto por Jack Ruby, dono de uma boate com ligações com a máfia — e que Ruby também teria agido sem cúmplices.
Um dos pontos centrais da investigação foi a chamada “teoria da bala única”. Segundo essa hipótese, o primeiro disparo atingiu a nuca de Kennedy e saiu pela sua garganta. Apesar de tê-lo deixado gravemente ferido, esse tiro provavelmente não foi fatal. A comissão afirmou que a mesma bala atingiu, em seguida, o governador do Texas, John Connally.
O relatório final apontou que todos os disparos foram feitos por Oswald do sexto andar de um depósito de livros escolares na Elm Street, que estava vazio devido a uma reforma.
O principal registro analisado pela comissão — e também pelos conspiracionistas — foi o chamado Filme de Zapruder, uma gravação colorida de cerca de 30 segundos feita pelo cinegrafista amador Abraham Zapruder. Embora não seja o único registro em vídeo do assassinato, é considerado o mais nítido.
A Comissão Warren recebeu esse nome em referência a Earl Warren, então presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos. Seus membros incluíam senadores e deputados (um republicano e um democrata de cada Casa do Congresso), além do ex-diretor da CIA Allen Dulles e do alto funcionário John McCloy.
Outras comissões governamentais e legislativas investigaram o caso nas décadas seguintes e levantaram dúvidas sobre algumas das conclusões do relatório original.
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