
Cidade registrou queda de 44% na criação de empregos no 1º trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024. Devido à informalidade, autônomos investem em prestação de serviços. Rio Preto tem queda de 44% no número de novas vagas de emprego em 2025, aponta Caged
São José do Rio Preto (SP) registrou criação de 1.827 vagas de emprego com carteira assinada no primeiro trimestre deste ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No entanto, o número representa uma queda de 44% em comparação ao mesmo período de 2024 e de 30% em relação ao trimestre do ano retrasado. Apesar do cenário desafiador, diversos moradores optaram por empreender e investiram em prestação de serviços.
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Esse é o caso de Flávio Garcia, que trabalhava na área de mecatrônica e robótica e decidiu trocar a carreira formal pela função de eletricista e pintor.
À TV TEM, Flávio conta que começou o serviço, chamado popularmente de “marido de aluguel”, como um “bico” aos finais de semana e logo virou sua principal fonte de renda.
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Reprodução/TV TEM
“Durante a semana, eu coloquei um anúncio num site de marido de aluguel, instalação de ventiladores, chuveiros… e deu tão certo que, em apenas um sábado, eu fiz um dinheiro muito bom. Aí, acertei as contas e, desde setembro do ano passado, estou trabalhando como marido de aluguel”, conta.
Flávio admite que o início foi desafiador e que a instabilidade no número de clientes ainda traz insegurança. “Tem semana que vai bem, com bastante movimento, e tem semana que, às vezes, você pega dois, três clientes. Isso gera um pouco de medo, mas, se você não tentar, nunca vai saber o resultado”, diz.
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Reprodução/TV TEM
A manicure Isabela Paixão também apostou na própria autonomia para transformar sua vida profissional. Há oito anos no ramo, ela largou o emprego em um salão de beleza para atender clientes em domicílio, algo que surgiu da vontade de estar mais próxima de mulheres que não conseguiam sair de casa. A decisão deu tão certo que hoje Isabela atende todos os dias, com a agenda cheia.
“Muitas clientes não podiam vir porque tinham que cuidar dos filhos ou de alguém doente. Eu pensei: por que não conciliar tudo, levar beleza e autoestima até quem está impossibilitada de sair?”, explica.
A fotógrafa Luciene Ortiz, cliente da manicure, foi uma das incentivadoras da mudança. “Pela praticidade e também para ela ter um ganho maior. É muito mais confortável e cômodo para nós e para ela”, comenta.
Para formalizar o trabalho e garantir os direitos previdenciários, Paixão abriu um registro como Microempreendedor Individual (MEI) e segue contribuindo mensalmente com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Segundo o advogado trabalhista André Sardella, essa é uma prática recomendada. “O prestador de serviços deve, sempre que possível, se enquadrar como pessoa jurídica. O MEI é ideal para quem fatura até R$ 81 mil por ano. Além disso, garante acesso a benefícios como auxílio-doença, salário-maternidade, pensão por morte e aposentadoria”, explica.
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