Homem baleado por delegado em Fernando de Noronha nega assédio e diz que está lutando pela vida; VÍDEO


O ambulante Emanuel Pedro Apory, de 26 anos, falou pela primeira vez sobre o caso e negou ter dado em cima da acompanhante do delegado Luiz Alberto Braga de Queiroz em festa no Forte dos Remédios, na madrugada de segunda (5). Ambulantes de Fernando de Noronha baleado por delegado rebate acusação de assédio
O ambulante Emanuel Pedro Apory, de 26 anos, baleado pelo delegado Luiz Alberto Braga depois de uma briga em Fernando de Noronha, na madrugada de segunda-feira (5), falou pela primeira vez sobre o caso em vídeo enviado à TV Globo (veja vídeo acima). Ele rebateu as acusações de assédio à acompanhante do policial e falou sobre o seu estado de saúde após os tiros. “Estou lutando pela vida “, disse Emanuel.
O rapaz levou dois tiros, teve fratura exposta na perna direita e passou por cirurgia. Ele está internado no Hospital da Restauração, no Recife, após transferência da ilha em avião de salvamento. Emanuel agradeceu o fato de o delegado ter sido afastado das funções.
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Emanuel Apory nega a acusação de assédio. “Eu vi na mídia como se eu fosse um tipo de abusador. Em momento nenhum eu falei algo com ela (a mulher do policial), nem [com] ele (delegado Luiz Alberto). Eu vi, desde o começo, que ela estava acompanhada,”, contou o jovem.
O ambulante afirmou que ficou surpreso com a abordagem. “Eu até fiquei surpreso, eu já estava indo para casa. Fiquei surpreso quando ele me abordou e me virou em direção da árvore”, disse o autônomo.
O rapaz também relatou o diálogo que teve. ”Eu perguntei: O que eu fiz? O delegado respondeu: Você está me tirando desde cedo. Eu respondi: Não fiz nada”, afirmou Emanuel Pedro no vídeo.
No vídeo, Apory também mostrou a perna ferida. “Olha a situação que eu me encontro agora, não consigo nem movimentar a perna”, falou Emanuel.
Associação defende delegado
O advogado Rodrigo Almendra, que defende o delegado Luiz Alberto Braga de Queiroz, disse na segunda-feira (5) que só iria se pronunciar replicando replicando nota da Associação dos Delegados do Estado de Pernambuco (Adepe). Segundo o texto:
A Adepe manifestou apoio a Luiz Alberto Braga de Queiroz, dizendo que ele atuou em “legítima defesa, diante de agressões injustas”;
O delegado se identificou como policial, recolhendo a arma ao coldre em seguida,;
A abordagem ocorreu por causa de comportamento “reiterado de perseguição/importunação contra sua companheira”;
Mesmo ciente de que se tratava de um delegado que estava com uma arma de fogo, o jovem “deu início a violentas agressões físicas, demonstrando intenção de desarmá-lo”;
Diante da “agressão injusta”, o delegado reagiu com um disparo, “com objetivo de cessar a agressão e preservar vidas”;
O delegado não havia consumido bebida alcoólica e apresentou-se espontaneamente ao delegado da Polícia Federal, única autoridade policial disponível na localidade no momento;
Luiz Alberto sugeriu e foi encaminhado, via ofício, ao Instituto Médico Legal (IML) “para realizar exame de sangue (para comprovar ausência de ingestão alcoólica); e exame de corpo de delito (para atestar lesões sofridas durante agressão que motivou a reação legítima)”.
Emanuel Apory está internado no Hospital da Restauração, no Recife
Ana Clara Marinho/Reprodução
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O que se sabe sobre o caso
Emanuel Pedro Apory, que tem 26 anos e trabalha com a locação de barracas de praia, foi baleado na perna pelo delegado substituto de Fernando de Noronha, Luiz Alberto Braga de Queiroz, durante um evento de samba no Forte dos Remédios;
Segundo testemunhas, os tiros foram disparados após uma discussão provocada por ciúme;
O ambulante foi levado para o Hospital São Lucas, de onde foi transferido, em um avião de salvamento, para o Recife;
O paciente passou por cirurgia para corrigir uma fratura exposta na perna, no Hospital da Restauração, no bairro do Derby, na área central da capital pernambucana, e não tem previsão de alta;
A Polícia Civil de Pernambuco instaurou um inquérito, conduzido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP);
A Secretaria de Defesa Social informou que o delegado foi ouvido e teve a arma recolhida.
O delegado Luiz Alberto Braga de Queiroz foi afastado das funções por 120 dias na quarta-feira (7).
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