Paraíba registra 14 feminicídios de janeiro a abril de 2025, e número é o segundo pior em dez anos


Além dos feminicídios registrados nos primeiros quatro meses do ano, outras 10 mulheres foram assassinadas por outras motivações. Cerca de duas mulheres foram vítimas de feminicídio por mês na Paraíba em 2024
Editoria de Arte/G1
Nos primeiros quatro meses de 2025, a Paraíba registrou 14 feminicídios, em diferentes cidades, de acordo com a Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social (SESDS). Foram 3 feminicídios registrados no mês de janeiro, seis no mês de fevereiro, mais três em março e 2 em abril. Esse número, se avaliado o mesmo período, é o segundo pior em dez anos, desde que a Lei do Feminicídio foi sancionada.
Os casos registrados até o momento, em 2025, aconteceram em Cajazeiras, Coremas, Araçagi, Cacimba de Dentro, Campina Grande, Conde, Cuité, João Pessoa, Mulungu, Patos e Pilões e Pombal.
Além dos feminicídios registrados de janeiro a abril, outras 14 mulheres foram assassinadas por outras motivações, sendo 12 homicídios dolosos e dois latrocínios.
Em relação aos quatro primeiros meses de 2024, o aumento é de 75%, com seis casos a mais registrados em 2025.
Além disso, quando avaliado apenas o período de janeiro a abril, o número apresentado em 2025 – de 14 feminicídios – só é menor que o registrado em 2018, quando 17 mulheres foram mortas por questões de gênero.
Feminicídios em 2024
Em 2024, 25 mulheres foram assassinadas na Paraíba, simplesmente, por serem mulheres. Cerca de duas mulheres foram vítimas de feminicídio por mês no estado.
O acompanhamento do g1 é feito mês a mês com base em dados da Secretaria da Segurança e da Defesa Social (Seds) solicitados via Lei de Acesso à Informação.
Apesar do número do ano passado ainda ser alto, em relação a 2023, houve uma queda de 26,47% no número de casos, quando 34 feminicídios foram contabilizados no estado.
Avaliando mês a mês, o período do ano mais violento para mulheres foram os meses de fevereiro e setembro, com 4 e 5 feminicídios, respectivamente. Houve apenas um mês (agosto) em que nenhum feminicídio foi registrado.
Mulheres na Paraíba são cada vez mais ameaçadas, perseguidas, violentadas e mortas
Em março de 2015, a Lei nº 13.104 foi sancionada incluindo o feminicídio no rol dos crimes hediondos. Em 2024, uma nova legislação, a Lei 14.994, tornou o feminicídio um crime autônomo e estabeleceu outras medidas para prevenir e coibir a violência contra a mulher. Conforme a lei, o feminicídio é o assassinato de mulheres por razões da condição do sexo feminino.
Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher. A pena para os condenados pelo crime de feminicídio pode chegar 40 anos de prisão, maior do que a incidente sobre o de homicídio qualificado (12 a 30 anos de reclusão).
Os crimes aconteceram nas cidades de João Pessoa (4), Campina Grande (2), Marizópolis (2), Patos (2), Aparecida (1), Bonito de Santa Fé (1), Cabedelo (1), Fagundes (1), Itaporanga (1), Malta (1), Massaranduba (1), Montadas (1), Monteiro (1), Nova Floresta (1), Paulista (1), Santa Rita (1), São José de Piranhas (1), São Vicente do Seridó (1) e Sousa (1).
Conforme o levantamento do Núcleo de Dados da Rede Paraíba de Comunicação, a maioria dos crimes foi cometido por homens que mantinham ou mantiveram algum tipo de relacionamento com a vítima. Além disso, a maioria das mulheres foi assassinada por disparos de arma de fogo.
Além dos feminicídios, 41 mulheres foram vítimas de homicídios dolosos.
Ano de 2012 foi o mais violento para mulheres da Paraíba na última década
Como denunciar
Denúncias de estupros, tentativas de feminicídios, feminicídios e outros tipos de violência contra a mulher podem ser feitas por meio de três telefones:
197 (Disque Denúncia da Polícia Civil)
180 (Central de Atendimento à Mulher)
190 (Disque Denúncia da Polícia Militar – em casos de emergência)
Além disso, na Paraíba o aplicativo SOS Mulher PB está disponível para celulares com sistemas operacionais Android e iOS e tem diversos recursos, como a denúncia via telefone pelo 180, por formulário e e-mail.
As informações são enviadas diretamente para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que fica encarregado de providenciar as investigações.
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