
“Memórias Póstumas de Um Sentimento Vivo” é o nome do primeiro álbum do artista ele, além de cantar, também costura, tendo uma marca própria de roupas. Dia do trabalhador: MC independente faz fashion show e lança seu primeiro álbum no PI; ‘ser artista é um trabalho multifuncional’
Arquivo pessoal/PTÁ
Nesta quarta-feira (1º) é celebrado o Dia do Trabalhador. A data entrou no calendário nacional de feriados em 1924, mas o artista Preto Tipuá (PTÁ), rapper, poeta, compositor, roteirista e estilista independente em Teresina, é um dos que não vai ter folga. Ele diz que artista trabalha sim, ao contrário do que muitos pensam, e que esse trabalho às vezes é de tripla jornada.
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PTÁ lançou seu primeiro álbum na sexta-feira (26) e, desde então, tem trabalhado para a divulgação da obra.
“Quando você fala que é artista as pessoas te perguntam ‘e você trabalha de quê?’, mas elas não sabem que nós trabalhamos duas, três até quatro vezes mais. Somos nossos próprios assessores, patrocinadores, divulgadores, tudo isso dá muito trabalho e na maioria da vezes a remuneração não é à altura”, explicou o MC.
PTÁ tem 27 anos, dois filhos, e começou a cantar incentivado pelos amigos, que também foram fundamentais para o lançamento do seu álbum de estreia “Memórias Póstumas de Um Sentimento Vivo”. Além do microfone, outro instrumento de trabalho é a máquina de costura, já que ele também é artista na moda e tem uma marca de roupas.
Em janeiro deste ano, Tipuá promoveu um fashion show, evento de moda com desfile, performances, e música ao vivo, na Biblioteca Pública Desembargador Cromwell de Carvalho, no Centro de Teresina, para apresentar seu novo álbum e sua primeira coleção de roupas.
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“A apresentação foi uma performance de arte e moda afrofuturista, uma experiência artística. As roupas foram idealizadas por mim, minha companheira Adara Lorena e a amiga Sara Vieira. O evento retratou como eu enxergo o âmbito da moda dentro do rap que por muitas vezes é repetitivo. Sempre é a mesma vibe de vestimenta, o mesmo estilo de expressão”, explicou PTÁ.
Conforme o artista, a produção, mixagem e participações do álbum contaram com a colaboração de amigos pessoais, que também são artistas independentes de Teresina. Fizeram parte da obra Quilombo Louco Beats, Lívio Nascimento e Zuka Beatz.
Veia artística
Preto Tipuá não é o único artista da sua família, mas é o primeiro a seguir esse caminho profissionalmente. Ele contou que sua mãe e madrinha trilharam uma carreira no teatro e na dança, mas tiveram que abdicar do sonho por falta de oportunidades.
“E às vezes até tiveram determinado tipo de oportunidade, só que era numa época em que as pessoas não te apoiavam a fazer isso. Por isso se faz tão importante o fortalecimento por parte dos meus amigos”, afirmou o rapper.
Além da família, a ancestralidade de PTÁ sempre está presente em suas composições e fabricações de arte. Segundo o cantor, toda a sua obra passa por sua fé no Candomblé, religião de matriz africana, e crenças em iorubas, grupos étnico-linguísticos da África Ocidental, intelectuais seguidos pelo artista.
Oportunidades fora do estado
Em abril, o poeta conseguiu apresentar seu trabalho no Rio de Janeiro em um festival chamado Arte da Palavra. Lá ele contou sobre seus lançamentos, vivências e estudos sobre a cultura e moda africana.
O festival funciona como um circuito por vários estados do Brasil e Preto Tipuá ainda vai percorrer mais oito estados da federação.
Dia do trabalhador: MC independente faz fashion show e lança seu primeiro álbum no PI; ‘ser artista é um trabalho multifuncional’
Modelo da marca de roupas Ọba – Moda Afro durante fashion show em Teresina
Arquivo Pessoal / PTÁ
Modelo da marca de roupas Ọba – Moda Afro durante fashion show em Teresina
Arquivo pessoal / PTÁ
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