Energia volta a cair pela terceira vez no Centro de SP


Segundo a União dos Lojistas da 25 de Março, região está novamente no escuro. Bairros enfrentam transtornos desde segunda-feira (18), quando ocorreu primeiro apagão. Na quarta (20), fornecimento voltou a ser interrompido durante a tarde. Ministério de Minas e Energia pede esclarecimentos para a Enel sobre apagão em São Paulo
A região central de São Paulo registrava mais uma queda de energia na tarde desta quinta-feira (21). É a terceira interrupção no fornecimento somente nesta semana.
Segundo a União dos lojistas da 25 de Março, os comerciantes voltaram a ficar no escuro. Moradores de ruas da Consolação e do Higienópolis também estavam sem luz.
Em nota, a Enel afirmou que às 12h45 alguns clientes da região da Rua 25 de Março tiveram o fornecimento de energia afetado. “Equipes da distribuidora estão no local para inspecionar o trecho da rede elétrica que atende a rua e iniciar os reparos necessários.”
Desde o início da semana, moradores de diversos bairros do centro da capital enfrentam problemas no fornecimento de energia. Na segunda (18), 35 mil clientes foram afetados. Na tarde desta quarta, uma nova falha provocou um segundo apagão.
Na manhã desta quinta, a Enel informava que cerca de 1 mil clientes são supridos por geradores até que sejam concluídos os reparos e conectados a rede da distribuidora.
A Prefeitura de São Paulo acionou a Aneel e o TCU contra a Enel por conta das novas falhas.
Início do drama
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O apagão no Centro de SP começou justamente na segunda (18), por volta das 10h30 da manhã e atingiu parcialmente pelo menos cinco bairros da região.
Pelo menos 35 mil usuários da rede foram afetados, segundo diretores da própria Enel. Casas e comércios e três hospitais ficaram no escuro.
Além da Santa Casa de Misericórdia, na Santa Cecília, o Hospital Santa Isabel e o Instituto do Câncer Doutor Arnaldo Vieira de Carvalho mantiveram as atividades essenciais a base de geradores.
Uma obra na rua General Jardim, na Vila Buarque, que pode ter sido a causa do apagão segundo a concessionária Enel, terminou antes que a luz voltasse em alguns imóveis. Até agora, ninguém assumiu a culpa pelo problema.
A Enel diz que a Sabesp puxou a fiação subterrânea durante uma reforma da tubulação de esgoto, que passa no mesmo ponto. E a Sabesp nega qualquer ligação entre o serviço e o apagão.
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Jogo de empurra
Segundo a Enel, o apagão teria iniciado a partir justamente da obra da Sabesp na Vila Buarque. Funcionários da companhia de abastecimento de água teriam puxado a fiação subterrânea durante uma escavação.
Funcionários da Enel atuam no Centro de SP
Reprodução/TV Globo
Mas a Sabesp nega a acusação.
“A Sabesp de fato fez a escavação no local, existia sim, uma rede de energia elétrica, mas a princípio, por avaliações que nós fizemos, não houve um dano naquele local, na rede de energia elétrica. Contudo, nós estamos atuando em parceria, com as equipes a disposição para resolver o problema”, ressaltou Maycon Abreu, superintendente da Sabesp.
Equipes da concessionária e da Sabesp trabalham em parceria para analisar as causas da interrupção. Mas não deram previsão de quando vão religar a luz para todos os clientes afetados.
Cerca de 1% dos cabos de energia elétrica na capital é subterrânea e essa parcela está justamente na região do Centro. Na Rua General Jardim, onde fica a obra da Sabesp, moradores estão sem luz e sem água, já que a área está sem energia para bombear a água para os prédios.
O que dizem as duas agências?
A Arsesp informou que tem 23 fiscais que acompanham o trabalho das distribuidoras que atendem o estado. Em agosto, durante a CPI da Enel na Alesp, os diretores da agência afirmaram aos deputados que “a concessionária paulista cumpre, na média, os indicadores de qualidade no fornecimento de energia elétrica”.
Já a Aneel informou que aplicou mais de R$ 320 milhões em multas à empresa, desde 2018. A maior delas foi neste ano: R$ 165 milhões, pela demora para restabelecer a energia, depois do temporal que atingiu a grande São Paulo, em novembro do ano passado. No entanto, a Enel entrou com um recurso administrativo e ainda não pagou o valor.
Na ocasião, cerca de 2,1 milhões de imóveis ficaram sem energia após tempestades no estado.
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