Presidente Javier Milei foi \u00e0 TV anunciar o fechamento do acordo e comemorar o que, segundo ele, \u00e9 o melhor momento do pa\u00eds para resistir \u00e0s turbul\u00eancias externas. Argentina libera o limite de compra de d\u00f3lares para pessoas f\u00edsicas
\nA Argentina liberou o limite de compra de d\u00f3lares para pessoas f\u00edsicas ap\u00f3s fechar um acordo com o FMI (Fundo Monet\u00e1rio Internacional).
\nO presidente Javier Milei foi \u00e0 TV anunciar o fechamento do acordo e comemorar o que, segundo ele, \u00e9 o melhor momento do pa\u00eds para resistir \u00e0s turbul\u00eancias externas.
\n“Nunca a Argentina esteve t\u00e3o bem equipada em seus fundamentos econ\u00f4micos para resistir a tens\u00f5es da economia global”, disse Milei.
\nO colch\u00e3o de prote\u00e7\u00e3o \u00e9 um empr\u00e9stimo de US$ 20 bilh\u00f5es do FMI e a promessa de recursos tamb\u00e9m dos bancos Mundial e Interamericano de Desenvolvimento. Um socorro que chega \u00e0s v\u00e9speras de pagamentos que a Argentina precisa fazer de empr\u00e9stimos anteriores e da necessidade que o governo tem de cobrir o saldo negativo que tem em d\u00f3lares com seu pr\u00f3prio Banco Central.
\n“Cria-se uma melhora nas reservas internacionais, e as reservas s\u00e3o muito importantes para evitar qualquer tipo de choque externo \u2014 o que era uma coisa muito vulner\u00e1vel para a Argentina no momento em que estamos vendo um cen\u00e1rio internacional de muita volatilidade”, diz Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.
\n“Cria-se um colch\u00e3o para melhorar as estruturas institucionais e o mercado de c\u00e2mbio, o que, no futuro, pode trazer benef\u00edcio no longo prazo”, acrescenta.
\nO empr\u00e9stimo veio acompanhado de medidas que mudam a rela\u00e7\u00e3o dos argentinos com o d\u00f3lar. O limite de compra de 200 d\u00f3lares no c\u00e2mbio oficial para os cidad\u00e3os comuns n\u00e3o vai mais existir, e as empresas poder\u00e3o remeter seus lucros para o exterior.
\nMedida que o ministro da Economia do pa\u00eds, Luiz Caputo, considera fundamental para atrair investimentos para o pa\u00eds.
\n“Vai permitir, a partir de segunda-feira (14), acabar com o cepo cambial [controle de divisas], que tanto dano causou e que tanto limita o normal funcionamento da economia”, declarou.
\nO valor do d\u00f3lar, antes fixado pelo governo, a partir de segunda-feira poder\u00e1 flutuar entre 1.000 e 1.400 pesos.
\n“Se o c\u00e2mbio chega ao teto, ent\u00e3o o Banco Central tem que vender reservas para abastecer essa demanda. Se o c\u00e2mbio alcan\u00e7ar o piso, ent\u00e3o, o Banco Central entra comprando, sendo que, adicionalmente nos aproximarmos dos meses, esse piso ir\u00e1 diminuir 1% ao m\u00eas e o teto ir\u00e1 aumentar 1% ao m\u00eas”, explica Fabio Giambiagi, pesquisador associado do FGV Ibre.
\nDesde 1959, essa \u00e9 a 23\u00aa vez que a Argentina recorre ao FMI. O \u00faltimo repasse, de US$ 57 bilh\u00f5es, aconteceu em 2018, no governo de Maur\u00edcio Macri, e fracassou no objetivo de evitar o colapso do peso e o calote da d\u00edvida. O futuro vai dizer se dessa vez vai ser diferente.
\nAs medidas de corte de gastos adotadas por Milei est\u00e3o de acordo com as exig\u00eancias do Fundo Monet\u00e1rio Internacional. Mas os desafios a serem vencidos ainda s\u00e3o grandes, como o baixo crescimento e o \u00edndice ainda alto de pobreza.
\n“A diferen\u00e7a que o governo alega existir entre esta situa\u00e7\u00e3o e a de outros acordos \u00e9 que esta efetivamente tem uma situa\u00e7\u00e3o de equil\u00edbrio fiscal, coisa que antes n\u00e3o tinha”, diz Giambiagi.
\n“A d\u00favida que continuar\u00e1 existindo \u2014 s\u00f3 saberemos a resposta nos pr\u00f3ximos meses ou, eventualmente, anos \u2014 \u00e9, principalmente, o fato de ter equil\u00edbrio fiscal em condi\u00e7\u00e3o n\u00e3o apenas necess\u00e1ria, mas tamb\u00e9m suficiente para que haja equil\u00edbrio econ\u00f4mico”, conclui.
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