Suspeitos de matar homem espancado em bairro nobre de Salvador são indiciados pela polícia; dois são ex-músicos da Osba


Quatro suspeitos seguem presos, na Penitenciária Lemos Brito, na capital baiana. Lincoln Sena (flautista) e Láercio Souza (violista) são colegas da Osba
Reprodução / Redes Sociais
Os quatro suspeitos de matar Willys Santos da Conceição, de 7 anos, espancado no Corredor da Vitória, bairro nobre de Salvador, no dia 23 de março, foram indiciados pelo crime de lesão corporal seguida de morte. A informação foi divulgada pela Polícia Civil nesta sexta-feira (5).
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Segundo a polícia, o inquérito policial instaurado pela 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico) foi encaminhado à Justiça, na terça-feira (2). Os quatro suspeitos seguem presos na Penitenciária Lemos Brito, em Salvador.
De acordo com a Polícia Civil, câmeras de vigilância, depoimentos de testemunhas, de familiares e outros elementos coletados durante as ações investigativas colaboraram para a conclusão do procedimento.
O inquérito está sob apreciação da Justiça e depois será analisado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).
O corpo de Willys Santos da Conceição foi reconhecido pelo irmão, Florisvaldo Conceição, no Instituto Médico Legal (IML), no dia 27 de março, quatro dias após o crime.
Em entrevista para o Bahia Meio Dia, programa da TV Bahia, Florisvaldo Conceição disse que não acredita que o irmão tentou assaltar os suspeitos do espancamento, e sim, que ele tenha pedido um cigarro aos rapazes.
“Não tem como eles fazerem aquilo com um jovem daquele, que tem família, dizendo que mora na rua. Ele não morava na rua, ele tem casa, tem família”, disse o irmão da vítima.
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O corpo do dele foi sepultado um dia após o reconhecimento, no Cemitério de Plataforma, no subúrbio de Salvador.
Músicos suspensos da Osba
O flautista Lincoln Sena Pinheiro e o violista Laércio Souza dos Santos, suspeitos de cometerem o crime, foram suspensos do trabalho na Orquestra Sinfônica da Bahia. A decisão foi anunciada no dia 25 de março pela Associação Amigos do Teatro Castro Alves (ATCA), gestora do grupo.
Na ocasião, a ATCA também informou a decisão de suspender o Concerto de Páscoa da Osba “em respeito aos acontecimentos citados”. O evento seria realizado no dia 28 de março, na Sala da Coro do teatro.
Os dois foram detidos em flagrante no mesmo dia do espancamento, junto a Marcelo da Cunha Rodrigues Machado, namorado de Lincoln, e Sérgio Ricardo Souza Menezes, morador da região que se envolveu no caso ao passar pelo local.
Segundo a Polícia Civil, os quatro teriam espancado o homem em reação a um assalto, na madrugada de sábado, no Corredor da Vitória, bairro nobre da capital baiana. Os suspeitos passaram por audiência de custódia e tiveram as prisões convertidas em preventivas.
As circunstâncias do crime
Informações divulgadas até o momento apontam que Laércio e o casal Lincoln e Marcelo saíam de uma lanchonete na região, por volta das 4h, quando teriam sido abordados pela vítima de espancamento. Nesse momento, o homem teria anunciado um assalto e os três reagiram.
Os namorados Marcelo Rodriguez e Lincoln Sena são suspeitos de cometerem o crime no Corredor da Vitória
Reprodução/Redes Sociais
Morador da região, Sérgio passava pelo local e teria se juntado ao grupo na agressão.
Outros moradores relataram que ouviram os gritos da confusão e acionaram a Polícia Militar. Os agentes chegaram ao local e prenderam os quatro envolvidos em flagrante.
O que dizem as defesas?
As defesas dos suspeitos não falam em espancamento. Advogado dos três jovens, Vinícius Dantas disse que seus clientes imobilizaram o homem.
“Esse rapaz tentou assaltar os meus clientes, agrediu os meus clientes, que reagiram, imobilizaram, ligaram para o 190, chamaram a polícia, esperaram a polícia chegar no local. No momento, eles soltaram o rapaz pra polícia imobilizar, ele ainda estava com vida, mas antes da polícia encostar nele, ele veio a falecer”, justificou.
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Já Danilo Silva, advogado do morador que se envolveu no caso quando passava pelo local, disse que seu cliente tentou apartar a confusão e também ligou para o 190. Segundo o defensor, o homem disse à polícia: “Tentei dar socorro aqui, mas parece que ele foi apagado”.
Em nota enviada à imprensa inicialmente, a Associação Amigos do Teatro Castro Alves (ATCA) informou que aguardaria o andamento das investigações para voltar a se posicionar e ressaltou que o crime aconteceu fora do ambiente de trabalho dos músicos.
Embora tenha identificado e detido os suspeitos, a Polícia Civil não divulgou mais informações sobre o caso. O crime é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável por esclarecer as circunstâncias e motivações por trás das agressões.
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