
Locadoras em Hortolândia e Sumaré foram fechadas. Polícia Judiciária portuguesa informou que o esquema de pirâmide causou um prejuízo de R$ 43 milhões. Locadora de veículos em Hortolândia apresenta sinais de abandono
Reprodução/EPTV
Um homem e mulher, que são pai e filha, foram detidos na cidade de Porto, em Portugal, por suspeita de aplicar golpes relacionados a aluguel de carros em Hortolândia (SP) e Sumaré (SP). A Polícia Judiciária do país europeu informou que o esquema de pirâmide causou um prejuízo de R$ 43 milhões.
As locadoras de veículos em Sumaré e Hortolândia fecharam e pelo menos 800 clientes reclamam de prejuízo. Cláudio Roberto Reis, de 50 anos, e Thalita Reis, de 29 anos, já tinham mandados de prisão emitidos pela Interpol e eram procurados por associação criminosa e fraude qualificada. Eles relatam que moram há dois anos em Portugal e não podem voltar ao Brasil por estarem sendo ameaçados.
De acordo com a investigação, os suspeitos alugavam carros com a promessa de fornecer um “cashback” de 100% do valor do contrato devolvido. Uma das vítimas conversou com a EPTV, afiliada da TV Globo, e falou que espera recuperar o dinheiro que perdeu.
Pai e filha foram detidos no dia 10 de abril e prestaram depoimento à polícia portuguesa na segunda-feira (15). O caso é investigado pelo 2º Distrito Policial de Hortolândia.
Denúncias
O empresário Felipe Mayer alugou um carro da empresa e ainda investiu R$ 100 mil, já que a empresa alegava que também tinha um clube de investimentos. Ele diz que a promessa era de receber R$ 10 mil por mês durante 15 meses, além de mais R$ 80 mil no final, mas não recebeu a parcela de março.
“Fui atrás deles para ver o que estava acontecendo. Cheguei lá, a empresa estava literalmente fechada, e todo mundo em prantos procurando os donos, os vendedores”, destaca.
O metalúrgico Ademar Braz Elias, por sua vez, foi pego de surpresa ao encontrar o local vazio e saber que o carro alugado por ele pertence a uma outra empresa, que agora pede o veículo de volta.
“Pegou realmente de surpresa, eu não sabia disso. Se eu soubesse, procurava uma outra, não fazia com eles. [A empresa dona do carro] Me procurou e falou que o carro está com busca e apreensão.”
A advogada Kethiley Fioravante, que presta serviços a algumas dessas supostas vítimas, explica que o sistema de cashback é comum, mas que o percentual de retorno oferecido nesse caso era mais alto do que o habitual. Ela afirma que entrou com ação na Justiça para bloqueio de bens da empresa e rescisão dos contratos.
“É um sistema normal. Inclusive, nos Estados Unidos e em outros países, isso é bem comum. Mesmo aqui no Brasil, outras empresas de locação oferecem pacotes de serviços de cashback, onde um percentual do valor da locação fica de crédito. No caso [do suposto golpe], esse cashback podia chegar até 100% do valor inicial”, diz.
O que diz a defesa?
O advogado dos suspeitos afirmou que o Brasil precisa formalizar o pedido de extradição, considerando que, em Portugal, não existe nenhuma irregularidade em relação ao homem e a mulher.
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