
A ação no litoral paulista durou quatro meses e encerramento foi anunciado nesta segunda (1°). Guilherme Derrite disse não saber do número pessoas mortas e citou somente os policiais atingidos durante os supostos confrontos. PM mata mais um suspeito em confronto pela Operação Verão no Dique do Piçarro, em São Vicente; foto ilustrativa
A Tribuna Jornal
O secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou nesta terça-feira (2) desconhecer o número total de pessoas mortas em supostos confrontos com a polícia durante a Operação Verão, que ocorreu na Baixada Santista.
“Olha, eu nem sabia que eram 56, eu não faço essa conta. Infelizmente são 56. Pra mim, o ideal é que não fosse nenhuma, mas no mundo real em que a gente vive, a negligência do combate ao crime organizado no Brasil e no estado de São Paulo chegou num ponto que qualquer viatura policial vai sofrer disparo de arma de fogo”, afirmou na manhã desta terça-feira (2).
De acordo com a polícia, os 56 mortos eram suspeitos de cometer crimes e teriam atirado nos policiais, que reagiram.
Entretanto, denúncias de familiares das vítimas e entidades de defesa dos Direitos Humanos apontam que civis foram executados pelas forças de segurança.
O secretário participou de agenda na capital paulista ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Ao ser questionado por jornalistas sobre as denúncias de violência policial no curso da operação, ele citou citou as mortes dos agentes feridos.
“Aliás, o senhor mencionou 56 e talvez tenha se esquecido de mencionar os policiais que faleceram cumprindo a sua missão. Nós perdemos o soldado Cosmo, Patrick Reis, o cabo Silveira, o sargento Guilherme, que perdeu um olho, ficou internado muito tempo na Santa Casa.”
Fim da operação
Nesta segunda (1°), a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo anunciou o fim da Operação Verão no litoral paulista. A ação, que durou quatro meses, foi encerrada com 56 mortes de suspeitos em confrontos com a polícia.
De acordo com a pasta, 1.025 suspeitos foram presos, sendo 438 deles procurados pela Justiça, além de 47 menores apreendidos.
A operação da Polícia Civil e Militar foi concluída com a apreensão de 2,6 toneladas de drogas e 119 armas de fogo ilegais, e resultou na redução de roubos em 25,8% em Santos, São Vicente e Guarujá no primeiro bimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado.
Segundo o governo, com o encerramento da operação, PM vai ampliar o efetivo de agentes na Baixada Santista. Serão 341 policiais designados para atuar de maneira permanente no local.
Secretário de Segurança de SP, Guilherme Derrite anuncia o fim da Operação Verão na Baixada Santista
Reprodução/Redes Sociais
Repercussão
A operação foi encerrada no dia da publicação de reportagens sobre a repercussão das mortes e também das condutas policiais durante a ação no estado de São Paulo.
O g1 noticiou que as mortes cometidas por PMs subiram em 86% no 1º trimestre de 2024, o segundo ano de mandato do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Além disso, o g1 reportou que agentes dispararam 188 vezes contra três suspeitos no litoral paulista, assim como noticiou a informação de que uma câmera corporal estava descarregada após confronto com morte na Operação Verão.
Operação Verão
Vídeo mostra o PM da Rota sendo baleado no rosto em viela no litoral de SP
A Operação Verão foi estabelecida na Baixada Santista em dezembro de 2023. No entanto, com a morte do PM Samuel Wesley Cosmo, em 2 de fevereiro, o estado deflagrou a 2ª fase da ação com o reforço policial na região.
Em 7 de fevereiro, mais um PM foi morto, o cabo José Silveira dos Santos. Na ocasião, começou a 3ª fase da operação, que foi marcada pela instalação do gabinete de Segurança Pública em Santos e mais policiais nas cidades do litoral paulista. A equipe da da SSP manteve a sede na Baixada Santista por 13 dias.
Operação Escudo
PM da Rota morto era da capital de SP e estava em serviço quando foi atingido por criminosos
Arquivo Pessoal
A Operação Escudo foi deflagrada na região após a morte do PM da Rota Patrick Bastos Reis, em julho de 2023. Na ocasião, o agente foi baleado durante patrulhamento em Guarujá (SP).
Nos 40 dias de ação, segundo divulgado pela SSP-SP, 958 pessoas foram presas e 28 suspeitos morreram em supostos confrontos com policiais.