Governo discute rota de integração para aproximar Roraima de países vizinhos com foco no desenvolvimento econômico


Rota Ilha das Guianas contempla o estado de Roraima e prevê 10 obras para o estado. Ideia é reduzir o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre o Brasil e diferentes mercados externos com as cinco rotas de integração. Ministra Simone Tebet foi quem apresentou o plano da rota de integração
PMBV/Divulgação
O governo federal apresentou e debateu nessa quinta-feira (4) o projeto Rotas de Integração – Rota Ilha das Guianas, liderado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, que visa incentivar o comércio do Brasil com os países da América do Sul. A Rota Ilha das Guianas contempla o estado de Roraima e prevê 10 obras para o estado.
A ministra do Planejamento e Orçamento Simone Tebet apresentou o projeto em uma plenária, realizada em Boa Vista. A rota das Guianas inclui os estados de Amapá e Roraima, e parte do território do Amazonas e do Pará, além da Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela.
📲 Acesse o canal do g1 Roraima no WhatsApp
A ideia é reduzir o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre o Brasil e diferentes mercados externos. A apresentação do projeto ocorre em meio a tensão entre Guiana e Venezuela, dois países que fazem fronteira com Brasil por Roraima, pela região de Essequibo.
As duas nações têm relações comerciais com o Brasil e por isso fazem parte do projeto. Ao g1, a ministra garantiu que a tensão entre os vizinhos não devem afetar o andamento da rota.
“Queremos cumprir os tratados internacionais, então nós estamos muito tranquilos de que nós teremos condições de dialogar, de que nós continuaremos com a paz no território sul-americano, mas, mais importante, a rota de integração não é prejudicada pelas questões internacionais”, explicou.
Entre as obras previstas para Roraima estão restauração da BR-174, que conecta Roraima ao resto do Brasil, e à Venezuela, construção do Linhão de Tucuruí, para conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional e a Infovia estadual, para a conexão do estado por meio de fibra óptica.
Rota Ilha das Guianas contempla Roraima
Reprodução/Governo federal
Todas as obras estão previstas no Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) do governo federal e por isso já possuem orçamento para serem executadas. No total, a rota das Guianas prevê 16 obras, sendo que 10 delas estão em Roraima, segundo o governo federal.
A ideia é que os países vizinhos, que já estão em diálogo com governo federal, também realizem obras para as rotas.
Entre as cinco rotas de integração, duas estão diretamente relacionadas ao comércio dos Estados do Norte do Brasil com os países vizinhos da América do Sul, América Central e Caribe e abertura de rotas mais curtas e ágeis para o comércio com a América do Norte.
Uma delas é a Ilha das Guianas e a outra, Manta-Manaus, rota principalmente hidroviária que permite conectar a capital do Amazonas aos portos do Equador e Peru.
“Nos últimos 20 anos, o Brasil sempre olhou para o Atlântico, para a Europa, para o litoral, mas nos últimos anos estamos vendo um crescimento do país graças ao agronegócio. E o agronegócio está no Centro-Oeste, no Norte e no Sul do país, […] Roraima pode ter a rota mais curta para o Pacífico, passando pelo Canal do Panamá”, disse a ministra.
Na ocasião estiveram a secretária Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MDIR), Adriana Melo Alves, o governador de Roraima Antonio Denarium (PP), o prefeito de Boa Vista Arthur Henrique (MDB), o ex-senador Romero Jucá, o cônsul da Guiana, Rodger King, Roger King e Izabel Itikawa, presidente da Federação das Indústrias de Roraima (FIER).
Rotas para integração
Inicialmente, o plano Rotas para a Integração ficou conhecido como “PAC da integração”, por incluir obras que já estavam na lista do Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) do governo federal. Entretanto, a mudança no nome se deve, em parte, a ampliação dos objetivos: através das obras que podem aproximar as nações, o Brasil também quer ampliar o comércio e expandir o turismo.
A ideia para o plano de integração surgiu em 30 de maio do ano passado, quando presidentes dos países sul-americanos se reuniram em Brasília, a convite de Lula. Na ocasião, os líderes definiram que era necessário discutir melhorias na conexão sul-americana.
LEIA MAIS:
Lula planeja tour pela América do Sul e discutirá projeto de novas rotas para ligar o continente
Em viagem com Lula à Guiana, Tebet deve detalhar plano com 124 iniciativas para integrar continente
O Ministério do Planejamento e Orçamento ficou responsável por conversar com representantes dos 11 estados brasileiros que fazem fronteira com outros países e analisar quais eram as melhorias necessárias para aprimorar a integração e quais obras já estavam incluídas no Novo PAC. A partir de então, foram definidas cinco rotas:
Rota da Ilha das Guianas: inclui os estados de Amapá e Roraima, e parte do território do Amazonas e do Pará, além da Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela;
Rota Multimodal Manta-Manaus: inclui o estado do Amazonas e partes de Roraima, Pará e Amapá, interligada por via fluvial à Colômbia, Peru e Equador;
Rota do Quadrante Rondon: nesta rota estão Acre e Rondônia, além do oeste de Mato Grosso, além da Bolívia e do Peru;
Rota de Capricórnio: inclui desde os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligada ao Paraguai, Argentina e Chile;
Rota Porto Alegre-Coquimbo: inclui o Rio Grande do Sul, integrada à Argentina, Uruguai e Chile.
Rotas de integração tem como objetivo o desenvolvimento econômico do Brasil
Reprodução/Governo federal
Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.