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Inspirado pela viagem de Che Guevara na década de 1950, colombiano de 34 anos viajou 32 dias de motocicleta para realizar mestrado no Instituto de Economia da universidade. O colombiano aproveitou a vinda à Unicamp para conhecer o continente sul-americano de perto
Jhony Davinson/Acervo pessoal
Uma motocicleta, cinco países, 28 cidades e inúmeras culturas diferentes. Esse foi o desafio encarado pelo colombiano Jhony Farfán, que decidiu percorrer os 8,8 mil km entre Bogotá e a Unicamp, em Campinas (SP), sobre as duas rodas de uma motocicleta.
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Inspirado por Che Guevara, que realizou o trajeto na década de 50 acompanhado de uma motocicleta Norton de 500 cilindradas, Jhony viajou por 32 dias pela América do Sul. Em entrevista para o g1, o mestrando relatou as experiências vivenciadas durante a road trip.
Colombiano viajou 32 dias de moto para chegar à Unicamp, em Campinas (SP)
Álvaro Castro Gutierrez
Inspiração em Che Guevara
Graduado pela Universidade Nacional de Colômbia, Farfán conta que conheceu a Unicamp por meio de um professor enquanto fazia MBA na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 2023 — período no qual também surgiu a ideia de percorrer a América do Sul de moto.
Após conseguir uma vaga no mestrado, o colombiano, que já era familiarizado (e apaixonado) por viagens sobre duas rodas, teve a ideia de aproveitar a vinda ao Brasil para conhecer parte da América do Sul, com a moto Yamaha que o acompanha há 14 anos.
“Não há melhor maneira de conhecer o território do que percorrendo suas estradas, cidades, lojas de bairro, praças e mercados. Quando me lembrei do objetivo de Che Guevara para conhecer a América do Sul, achei que era uma excelente oportunidade para conhecer o meu continente, para sentir a sua gente e viver os seus problemas”, conta.
Para Jhony, a aventura pelas estradas sul-americanas contribuiu para o desenvolvimento da pesquisa de mestrado na universidade. Enquanto viajava e conhecia novos lugares, ele observava as condições do setor agrícola do continente, tema central da sua pesquisa.
No trajeto, o colombiano também afirma que pôde presenciar as dificuldades sociopolíticas presentes em cada país visitado.
“Pude ver a delicada situação econômica e social que o continente enfrenta. Na Colômbia, o desemprego; no Equador, os toques de recolher tanto na estrada, quanto em algumas cidades. Na Bolívia, sofri muito para encontrar gasolina. Não tinha, não me vendiam”, relata Jhony.
Durante a aventura pela América do Sul com sua moto Yamaha, Jhony Davinson conheceu as paisagens do continente
Jhony Davinson
Caminho até o Brasil
O estudante começou a road trip saindo de Bogotá, na Colômbia, em 27 de janeiro. A primeira conquista, segundo Jhony, foi atravessar a Ponte Internacional de Rumichaca, que divide o país de origem com o Equador.
Depois, chegando ao norte do Peru, subiu até Machu Picchu, santuário histórico do país e uma parada obrigatória para quem deseja conhecer a cultura da América do Sul mais de perto. Em seguida, ele atravessou a fronteira do Peru com a Bolívia pelo povoado do Desaguadero.
Da Bolívia, entrou no Brasil pelo Pantanal Transfronteiriço, no Mato Grosso do Sul, e chegou às terras campineiras em 27 de fevereiro, onde encerrou a viagem de 32 dias e 8,8 mil km rodados.
Entre os gastos, Jhony conta que desembolsou cerca de R$ 5,6 mil entre combustível, alimentação, manutenção da moto, hospedagem e passeios. Por mais que o valor supere uma passagem de avião da Colômbia para o Brasil, o estudante afirma que o conhecimento adquirido ao longo da viagem supre qualquer gasto extra e diz ter vontade de repetir a experiência.
Apesar de se deparar com realidades difíceis presentes em cada país visitado, Jhony carrega na memória, com carinho, a hospitalidade e generosidade que recebeu de nativos durante sua jornada.
“Fiquei orgulhoso de ver que no meio da tempestade sociopolítica os latinos são pessoas hospitaleiras e muito atenciosos com os estrangeiros tanto latinos como europeus, americanos e indianos. Muitas pessoas, sem nem me conhecer, abriam a porta de sua casas para me abrigar com a melhor disposição”, finaliza.
*Estagiárias sob supervisão de Gabriella Ramos.
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