“Quando eles prenderam o pessoal do “Pasquim”, eles ficaram quase um mês desaparecidos. Nem o Exército, nem a Marinha, nem Aeronáutica, nem o Dops, nem o Doi-Codi assumiram a prisão’, diz Daniela Thomas. Menino Maluquinho e Turma do Pererê são os personagens inesquecíveis de Ziraldo
Morto neste sábado (6) aos 91 anos, o cartunista Ziraldo ficou conhecido pelas séries icônicas “Menino Maluquinho” e “A Turma do Pererê”. Mas não só.
Ao longo da carreira, o desenhista também se voltou ao humor político e lutou contra a ditadura militar.
Em entrevista ao Fantástico, a cineasta e diretora teatral Daniela Thomas, a filha mais velha de Ziraldo, disse que ele nunca se calou diante “da ditadura, discriminação e infâmia”.
Ela contou como foi a vez em que visitou seu pai na cadeia durante o antigo regime.
“Ele ficou um mês numa solitária, o que pra mim foi das coisas mais violentas, porque meu pai era um cara que vivia em companhia da manhã à noite. Então, ficar numa solitária… Eu fui visitar ele e fiquei muito impressionada em ver como ele tava mudado, fragilizado, angustiado e solitário.”
“Quando eles prenderam o pessoal do “Pasquim”, eles ficaram quase um mês desaparecidos. Nem o Exército, nem a Marinha, nem Aeronáutica, nem o Dops, nem o Doi-Codi assumiram a prisão.”
“Eu tenho essa divisão bem clara na minha vida assim. Esse paraíso que era a minha vida na infância e essa crise que depois a gente demorou, a gente mudou. Saímos de Copacabana, deu uma desandada na vida até retomar”, conta Daniela sobre uma das três vezes em que o pai esteve preso.
Ziraldo tinha orgulho da sua trajetória na luta contra o regime militar brasileiro. Fundador do jornal “O Pasquim”, ele disse ao documentário do “Arquivo N”, da Globo News: “O artista brasileiro tem uma participação extraordinária na luta contra a ditadura e contra a falta de liberdade, contra a opressão”.
Tentaram, mas nunca conseguiram censurar Ziraldo. O cartunista ficou mundialmente conhecido. E durante a carreira, publicou 130 livros.
A filha afirma que fica tranquila por saber o pai teve uma vida plena.
“Eu realmente desejei muito que ele partisse e parasse de sofrer. Fosse ser a cor da lua, fosse se encontrar lá no espaço. Ele sempre foi apaixonado pelo espaço, então… Eu não acredito em céu, essas coisas, mas no espaço eu acredito. Como a gente é poeira de estrela, ele vai voltar a ser poeira de estrela, então, ele tá realmente no seu elemento.”
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Morto neste sábado (6) aos 91 anos, o cartunista Ziraldo ficou conhecido pelas séries icônicas “Menino Maluquinho” e “A Turma do Pererê”. Mas não só.
Ao longo da carreira, o desenhista também se voltou ao humor político e lutou contra a ditadura militar.
Em entrevista ao Fantástico, a cineasta e diretora teatral Daniela Thomas, a filha mais velha de Ziraldo, disse que ele nunca se calou diante “da ditadura, discriminação e infâmia”.
Ela contou como foi a vez em que visitou seu pai na cadeia durante o antigo regime.
“Ele ficou um mês numa solitária, o que pra mim foi das coisas mais violentas, porque meu pai era um cara que vivia em companhia da manhã à noite. Então, ficar numa solitária… Eu fui visitar ele e fiquei muito impressionada em ver como ele tava mudado, fragilizado, angustiado e solitário.”
“Quando eles prenderam o pessoal do “Pasquim”, eles ficaram quase um mês desaparecidos. Nem o Exército, nem a Marinha, nem Aeronáutica, nem o Dops, nem o Doi-Codi assumiram a prisão.”
“Eu tenho essa divisão bem clara na minha vida assim. Esse paraíso que era a minha vida na infância e essa crise que depois a gente demorou, a gente mudou. Saímos de Copacabana, deu uma desandada na vida até retomar”, conta Daniela sobre uma das três vezes em que o pai esteve preso.
Ziraldo tinha orgulho da sua trajetória na luta contra o regime militar brasileiro. Fundador do jornal “O Pasquim”, ele disse ao documentário do “Arquivo N”, da Globo News: “O artista brasileiro tem uma participação extraordinária na luta contra a ditadura e contra a falta de liberdade, contra a opressão”.
Tentaram, mas nunca conseguiram censurar Ziraldo. O cartunista ficou mundialmente conhecido. E durante a carreira, publicou 130 livros.
A filha afirma que fica tranquila por saber o pai teve uma vida plena.
“Eu realmente desejei muito que ele partisse e parasse de sofrer. Fosse ser a cor da lua, fosse se encontrar lá no espaço. Ele sempre foi apaixonado pelo espaço, então… Eu não acredito em céu, essas coisas, mas no espaço eu acredito. Como a gente é poeira de estrela, ele vai voltar a ser poeira de estrela, então, ele tá realmente no seu elemento.”
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