Operação prende piloto, destrói helicóptero e cinco acampamentos de garimpeiros na Terra Yanomami


Ação ocorreu nas regiões de Homoxi, Xitei Pupunha e Rangel. Ela faz parte da Operação Catrimani II e foi divulgada nesta terça-feira (9) pelo Ministério da Defesa. Acampamento de garimpeiros é destruído na Terra Yanomami.
Ministério da Defesa/Divulgação
Um piloto foi preso e um helicóptero foi destruído em uma ação das Forças Armadas, em conjunto com o Ibama e a Polícia Federal, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A ação faz parte da Operação Catrimani II e também destruiu cinco acampamentos utilizados por garimpeiros ilegais. A operação foi divulgada pelo Ministério da Defesa nesta terça-feira (9).
As ações ocorreram nas regiões de Homoxi, Xitei Pupunha e Rangel, sendo essa última uma das mais exploradas pelos invasores dentro do território. Os militares ainda apreenderam motores, geradores, bombas d’água, freezers e aparelho de comunicação e conexão de internet via satélite.
Com cerca de 130 militares e 20 veículos — entre viaturas, aeronaves e embarcações —, essa foi a primeira atuação da Defesa na operação Catrimani II, iniciada neste mês de abril para combater o garimpo ilegal no território indígena e inutilizar as infraestruturas de suporte a atividade ilegal.
Acampamento montado por garimpeiros na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
Ministério da Defesa/Reprodução
De acordo com o chefe do Estado-Maior da operação Catrimani II, contra-almirante Luis Manuel de Campos Mello, as ações devem ocorrer em colaboração com a Casa do Governo, que tem o objetivo de monitorar e enfrentar a crise no território. A Casa foi instalada em fevereiro deste ano.
“Esse tipo de ação continuará ocorrendo em cooperação com a Casa de Governo, para a desintrusão do garimpo ilegal no território indígena Yanomami e apoio à emergência de saúde pública de interesse nacional, enquanto for necessário”, afirmou o chefe do Estado-Maior da operação.
A primeira fase da Catrimani foi criada através da portaria nº 263 do Ministério da Defesa e permitiu a entrega de 15 mil cestas básicas no território. A nova fase da operação deve seguir até o dia 31 de dezembro deste ano.
Segundo a Defesa, cerca de 800 militares das Forças Armadas foram mobilizados, além de meios fluviais, terrestres e aéreos, para as ações de enfrentamento ao garimpo ilegal na TIY, no Amazonas e em Roraima. As Forças Armadas atuam em articulação com a Casa de Governo, além de agências e órgãos de segurança para fortalecer a proteção dos indígenas.
Forças Armadas destroem helicóptero em ação contra o garimpo ilegal em Roraima
Terra Yanomami
Com 9,6 milhões de hectares, a Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil em extensão territorial e enfrenta uma crise sem precedentes, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa. A crise foi agravada pelo avanço do garimpo ilegal, principalmente nos últimos anos.
Em janeiro de 2023, o governo federal começou a criar ações para enfrentar a crise, com o envio de profissionais de saúde, cestas básicas e materiais para auxiliar os Yanomami. Além disso, forças de segurança foram enviadas para a região para frear a atuação de garimpeiros no território.
Mesmo com o enfrentamento, um ano após o governo decretar emergência, o garimpo ilegal e a crise humanitária permanecem na região.
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O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) estima que cerca de sete mil garimpeiros ilegais continuam em atividade no território. O número de invasores diminuiu 65% em um ano, se comparado ao início das operações do governo federal, quando havia 20 mil invasores no território.
Em março deste ano, 600 indígenas, entre pacientes e acompanhantes, estavam vivendo na Casa de Saúde Indígena Yanomami (Casai), na capital Boa Vista. O local recebe os indígenas que estão com doenças mais graves e precisam receber atendimento de saúde dos hospitais na capital.
No dia 2 de abril o Profissão Repórter mostrou como, um ano após a intervenção do governo federal, o garimpo e as doenças trazidas pelos invasores continuam sendo a maior ameaça para os Yanomami.
Acampamentos de garimpeiros ilegais na TIY, em Roraima.
Ministério da Defesa/Reprodução
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