Mulher presa por engano por ter o mesmo nome de suspeita de estelionato fala sobre trauma: ‘Me colocaram em uma cela sozinha’


Caso ocorreu na semana passada, em Várzea Paulista (SP), e auxiliar de produção ficou três dias presa. Corregedoria da Polícia Civil investiga o caso. Moradora de Várzea Paulista presa por engano processará o Estado
Elisangela de Fátima Roberto, quem nunca cometeu um crime, foi presa na última segunda-feira (1º), em Várzea Paulista (SP). É que em Campinas, cerca de 47 quilômetros de onde ela mora, uma pessoa com o mesmo nome acumula acusações de estelionato e formação de quadrilha. Por causa do homônimo, que é quando duas pessoas têm o mesmo nome, a auxiliar de logística passou três dias na cadeia.
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Nesta terça-feira (9), ela conversou com a TV TEM e falou sobre a situação. Elisangela tem três filhos, uma maior de idade e dois menores, de 14 e seis anos. Aliás, essa foi uma das argumentações da defesa, que apontou também que ela nunca havia respondido por qualquer crime e que tinha emprego e endereço fixo.
A Polícia Civil investigava uma quadrilha suspeita de praticar golpes na região de São José do Rio Preto (SP). Durante uma operação, Elisangela foi presa em sua casa. Ela lembra da falta de informação sobre o motivo da prisão. “Eu só fiquei sabendo do que estava acontecendo quando a advogada chegou na delegacia. Até então, não falavam nada, só que tinha que aguardar o delegado”.
Elisangela Roberto foi presa por engano por ter nome de procurada por estelionato em Várzea Paulista (SP)
Régis Rosa/TV TEM
Elizangela lembra ainda que teve que fazer todo o procedimento na delegacia, incluindo a coleta de digitais. Após isso, ela foi encaminhada para o presídio feminino de Itupeva (SP). Em ambas as situações, na delegacia e no presídio, foram tiradas fotos dela.
“Me colocaram em uma cela, sozinha. Eu passei a noite. Quando foi de manhã, eles me algemaram, me colocaram num camburão e me levaram pra Campo Limpo [Paulista], pra fazer o [exame de] corpo de delito”. Ela ficou presa entre segunda-feira (1º) e quarta-feira (3).
Guerra contra o tempo
Luciana Manfredini é a advogada da auxiliar de logística que foi presa por engano em Várzea Paulista(SP)
Régis Rosa/TV TEM
Fora da prisão, a defesa corria para provar a inocência e a prisão equivocada. “Indiciaram a pessoa errada. Ela foi presa, capturada por um crime que ela não cometeu”, diz a advogada de defesa Luciana Manfredini. Ela lembra que, logo após a audiência de custódia do caso, entrou na Justiça com pedido de revogação da prisão.
Ainda conforme a advogada, assim que a prisão ocorreu, ela iniciou um trabalho de pesquisa e viu que a Elizangela, a que deveria ser presa e estava sendo procurada, responde a vários processos na Justiça. “Aí, nos começamos uma guerra contra o tempo”.
A advogada lembra ainda que, na quarta-feira (3), já havia o reconhecimento do Ministério Público de que uma falha grotesca havia ocorrido no caso. Uma ação civil será movida contra o estado. A ideia, conforme a advogada, é amenizar o trauma de Elizangela e da família com toda a situação.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que, segundo a Polícia Civil de Várzea Paulista, o cumprimento do mandado foi feito conforme o nome que constava no documento expedido pela Justiça. A SSP também informou também que os fatos foram encaminhados para apuração da corregedoria da instituição.
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