Prefeituras de Belo Horizonte e Contagem, responsáveis pelas bacias de contenção, afirmaram que, mesmo com o atraso, o estrago seria pior se as estruturas não estivessem funcionando, ainda que parcialmente. Avenida Vilarinho alagada na noite desta quinta-feira (16).
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Obras de drenagem nas regiões do Barreiro e de Venda Nova, afetadas por alagamentos durante as fortes chuvas desta quinta-feira (16), já deveriam estar prontas desde 2024, de acordo com o cronogramas das prefeituras de Belo Horizonte e Contagem, responsáveis pelas intervenções.
Os reservatórios subterrâneos Vilarinho 2 e Nado 1, localizados próximas à Estação Venda Nova, deveriam ter sido entregues em 2024. As estruturas têm por objetivo reduzir as inundações no encontro da avenida Vilarinho com rua Dr. Álvaro Camargos, onde a força da chuva desta quinta chegou a arrancar o asfalto.
Só a bacia Vilarinho 2 terá capacidade de reter 100 milhões de litros de água. Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (17), o prefeito em exercício, Álvaro Damião (União Brasil), admitiu que “se ela estivesse pronta e operando 100%, estrago nenhum seria feito”.
“Aqui na Vilarinho, 60% [da bacia de contenção] já está funcionando. E 60% é pra segurar 60 milhões de litros de água, que foram seguros, inclusive. Os danos seriam muito maiores. […] Estamos trabalhando para que, na próxima chuva, se Deus quiser, ela já esteja 100% inaugurada, com capacidade para receber 100 milhões de litros de água”, afirmou Álvaro Damião.
Ao todo, R$ 263 milhões devem ser investidos nos dois projetos que, juntos, terão capacidade de reter 115 milhões de litros de água.
Em nota, a Prefeitura informou que a reprogramação do cronograma aconteceu por causa da “complexidade da execução, na qual o nível de água subiu além do previsto no projeto básico e também pela instabilidade do solo que dificultou o método construtivo previsto no previsto no projeto inicial”.
Obras da bacia Vilarinho 2, para prevenir alagamentos no cruzamento da avenida com a rua Dr. Álvaro Camargos, em 2023.
Rodrigo Clemente/PBH
Avenida Teresa Cristina
Para prevenir enchentes na Avenida Teresa Cristina, entre as regiões Oeste e Barreiro, obras estão sendo realizadas pelas prefeituras de Belo Horizonte e Contagem, nas bacias dos córregos Ferrugem e Riacho das Pedras, que desaguam no Ribeirão Arrudas.
As bacias de retenção sob responsabilidade da Prefeitura, dos córregos Bonsucesso, Túnel/Camarões, Olaria/Jatobá e das Indústrias, já estão em pleno funcionamento.
Juntos, os reservatórios são capazes de armazenar mais de 1 bilhão de litros de água. Mesmo assim, a Teresa Cristina foi castigado pelas fortes chuvas desta quinta.
Ainda na capital, a bacia B5, localizada na Vila Sport, já está em funcionamento para reter 270 milhões de litros de água; por lá, falta a implantação de um Parque Linear. A PBH diz que aguarda a celebração de um convênio do estado para a transferência de recursos.
“O estrago ali seria muito maior. As mesmas pessoas que estão chateadas e tristes com tudo que aconteceu de ontem pra hoje, são pessoas que 3, 4, 5 anos atrás davam entrevistas com água dentro da casa delas até o teto. […] Nós conseguimos minimizar e muito os impactos das chuvas na capital”, completou o prefeito em exercício.
Em Contagem, as bacias B3, na Vila Itaú, e B4, na Vila PTO, deveriam ter sido entregues em 2024 e ainda estão em fase final de conclusão, com previsão de entrega para 2025. Juntas, as estruturas terão capacidade para reter mais de 755 milhões de litros de água.
Em nota, a Prefeitura de Contagem informou que, as obras, mesmo incompletas, “demonstraram efetividade na atenuação das vazões de pico, amenizando o volume de água escoado e reduzindo a intensidade dos alagamentos”. Disse, ainda, que o atraso se deu “por questões de revisão de projetos, incidência de chuvas e desapropriações”.
A bacia B2, no Riacho das Pedras, foi executada pelo governo de Minas e concluída em outubro de 2023, operando para conter mais de 27 milhões de litros de água.
O projeto dessas bacias foi viabilizado graças a um convênio entre o governo de Minas Gerais e as prefeituras das duas cidades, com recursos advindos do acordo de reparação da tragédia de Brumadinho.
Asfalto cedido na avenida Teresa Cristina, em Belo Horizonte, após as chuvas desta quinta.
Globocop
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