Venda de discos de vinil cresce no Brasil, segundo dados do último relatório elaborado pela Pró-Música Brasileira. Em Bauru (SP) e Marília (SP), comércios envolvidos com a música celebram momento de alta. Discos de vinil estão ganhando espaço em Bauru (SP) e Marília (SP)
Reprodução/TV TEM
O disco de vinil chegou de forma comercial ao Brasil em 1951, dominando o mercado musical até 1996, e foi responsável por dar ritmo às vidas dos brasileiros e amantes da música. Com o lançamento de outros formatos, como CD, e, posteriormente, com a chegada do streaming, o consumo de disco de vinil teve uma queda brusca.
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Mas, após a pandemia de Covid-19, o mercado cresceu, impulsionado pelos amantes do formato e por jovens que descobriram a “magia” dos discos. Os dados do último relatório sobre música mostram que as vendas de LPs superaram as de CDs no ranking de comercialização de modelos físicos, e ocupam o primeiro lugar.
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Discos de vinil são vendidos em Bauru (SP)
Reprodução/TV TEM
Feiras, eventos e comércios
Esta paixão segue viva nos corações da população do centro-oeste paulista. Em cidades da região, é possível encontrar feiras, eventos e comércios de discos, além de estabelecimentos que preservam essa cultura.
Cledson Branco, de 62 anos, possui um bar em Bauru (SP) que conta com mais de mil exemplares, entre discos de acetato da década de 50 e LC (disc laser – precursor do CD).
“Há 12 anos estou no mesmo endereço, e trouxe meus próprios discos, justamente com a finalidade de fazer o público voltar a ter este contato com o disco de vinil”, destacou Branco.
Acima, a coleção de Cledson Branco, que conta com mais de 1.200 discos
Arquivo pessoal
O amor do empresário pelos discos surgiu na década de 70, quando ele tinha 13 anos e comprou seu primeiro vinil. Atualmente, muitos clientes vão até o bar para conhecer a coleção de Cledson e chegam a pedir músicas também.
“Principalmente quando encontram um exemplar que remete à juventude ou alguma passagem importante de sua vida”, destaca.
💿 Viagem no tempo pelo interior
Em Marília (SP), Fausi Júnior também é um precursor dessa cultura. Dono de uma loja de discos, o empresário é responsável por promover feiras por todo o interior de SP, contabilizando 200 eventos no ano de 2024.
Os discos, fitas K7, CDs e outras relíquias já viajaram em busca de colecionadores e apreciadores por cidades como Ourinhos (SP), Presidente Prudente (SP), Araçatuba (SP), e, neste sábado (18), irão estrear a primeira feira do ano em São José do Rio Preto (SP).
“O público é muito fiel e nos segue em todas as feiras que realizamos pelo estado de SP e Paraná. Existem os colecionadores experientes e novatos, tanto jovens que seguem o hype do vinil e, com isso, se apaixonam pela mídia, como aqueles que os pais conseguem influenciar para o colecionismo do vinil”, explica.
Segundo Fausi, jovens e adultos gostam de colecionar discos
Reprodução/TV TEM
Além disso, Fausi conta as peculiaridades de cada público, como a preferência dos mais jovens por discos novos e lacrados, que são relançamentos de clássicos ou até os lançamentos, e os colecionadores mais antigos que gostam das edições originais de época.
“Certa vez, um cliente buscava por um vinil havia anos e não encontrava. Quando ele veio até a loja e achou, ele chegou até a chorar”, relembra Fausi.
O proprietário do bar em Bauru, Cledson, conta ao g1 que, assim como os consumidores de Fausi, seu público possui uma média acima dos 35 anos, mas que também recebe jovens influenciados pela família e universitários.
Público consumindo discos de vinil em uma das feiras promovidas por Fausi
Arquivo pessoal
*Colaborou sob supervisão de Carla Monteiro
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