Lei que exige prisão de imigrantes suspeitos nos EUA exigiria US$ 26,9 bilhões e cadeias para 110 mil novos detentos


Sob a legislação, que deve ser a primeira sancionada por Trump, autoridades federais seriam obrigadas a deter qualquer imigrante preso ou apenas acusado de crimes como furto em lojas. Agência responsável alerta que pode não ter recursos suficientes para implementar as medidas. Donald Trump assina ordem executiva sentado em sua mesa no Salão Oval da Casa Branca
Carlos Barria/ Reuters
Um projeto de lei que exige a detenção de imigrantes ilegais suspeitos ​​de roubo e de crimes violentos nos EUA pode custar até US$ 26,9 bilhões (R$ 160 bi) no primeiro ano e exigir a construção de 110 mil novas vagas em prisões, segundo a agência responsável pela sua implementação.
O texto já foi aprovado pela Câmara dos EUA. Essa deve ser a primeira lei que o presidente Donald Trump irá assinar em sua nova gestão.
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Sob a legislação, autoridades federais seriam obrigadas a deter qualquer imigrante preso ou apenas acusado de crimes como furto em lojas. O escopo da proposta foi ampliado no Senado para incluir também aqueles acusados ​​de agredir um policial ou crimes que ferem ou matam alguém.
O Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês), agência responsável por implementar as novas medidas, demonstrou preocupação com a sua viabilidade, já que o texto aprovado no Congresso não direciona mais recursos para os gastos que elas acarretam.
A lei deve receber o nome de Laken Riley, em homenagem a uma estudante de enfermagem da Geórgia que foi assassinada em 2024 por um imigrante ilegal venezuelano, que já havia sido preso, mas foi libertado em seguida.
Os republicanos, à frente da iniciativa no Legislativo, estão atualmente elaborando estratégias para avançar com suas pautas no Congresso por meio de um processo partidário conhecido como reconciliação orçamentária.
Eles estimaram o custo do financiamento das prioridades de fronteira e deportação de Trump em aproximadamente US$ 100 bilhões, incluindo a Lei Laken Riley.
Ordens executivas
A aprovação dos legisladores ocorreu na quarta-feira (22), mesmo dia em que Trump assinou um ordem executiva com a intenção de fechar a fronteira do México para a imigração, com o objetivo final de deportar milhões de migrantes sem status legal permanente nos EUA.
Trump também cancelou programas de acolhimento de refugiados, e seu governo sinalizou a intenção de processar autoridades locais que não aplicarem suas novas políticas de imigração.
Trump prometeu reprimir a imigração ilegal em sua campanha, alegando repetidamente que outros países estavam mandando criminosos para os EUA. Uma série de estudos de acadêmicos e “think tanks”, no entanto, mostram que imigrantes não cometem crimes em uma taxa maior do que os americanos.
Ainda assim, imigração e segurança de fronteira foram algumas das principais questões na mente dos eleitores nas eleições presidenciais de novembro passado.
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