Taxa de homicídio no Ceará cresce e é a segunda maior do país


Os dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública ainda mostram que o Brasil registrou um total de 38.075 assassinatos em 2024. Número de assassinatos no Ceará volta a crescer em meio a conflito entre facções
PMCE/Divulgação
O Ceará sofreu um aumento no número de assassinatos entre 2023 e 2024. Conforme dados do Ministério da Justiça, a taxa de assassinatos por 100 mil habitantes no estado ficou assim:
2023: 32,3
2024: 35,4
Isso quer dizer que, de cada 100 mil habitantes que o Ceará tinha em 2024, 35 foram assassinados.
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Em nota, a Segurança Pública e Defesa Social do Ceará disse que “mantém esforços direcionados à redução dos indicadores de Crimes Violentos Letais e Intencionais (assassinatos) em todo o território cearense. ”
📌 Entende-se por CVLI a soma de crimes de Homicídio Doloso/Feminicídio, Lesão corporal seguida de morte e Roubo seguido de morte (Latrocínio).
De acordo com a pasta, a partir do segundo semestre de 2024, considerando de julho a dezembro, Fortaleza teve uma redução de 3,6% nas mortes violentas – com 396 nos últimos seis meses de 2024 contra 411 casos no mesmo período em 2023. 
A pasta ainda aponta que lançou no final do mês de agosto de 2024 o programa Ceará contra o Crime. “A SSPDS tem desenvolvido diversas iniciativas com o objetivo de reforçar a atuação das Forças de Segurança no combate às mortes violentas em todas as regiões do Ceará.”
São Paulo e Santa Catarina são os estados com a menor taxa de homicídio do país.
Veja a taxa de assassinatos por 100 mil habitantes em cada estado:

Dessa forma, o Ceará é o segundo estado do país a ter alta na taxa de assassinatos entre 2023 e 2024, ficando atrás apenas de Pernambuco.
Número de assassinatos no Ceará volta a crescer em meio a conflito entre facções
O Ceará encerrou 2024 com um aumento no número de homicídios, revertendo uma tendência de três anos consecutivos de queda ou estabilidade. Dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social apontam 3.272 mortes violentas.
Em 2023 e 2022, o total de homicídios foi de 2.970 em cada ano, evidenciando um acréscimo de 10,2% na violência em 2024.
▶️ Número de assassinatos no Ceará por ano:
2024: 3.272
2023: 2.970
2022: 2.970
2021: 3.299
2020: 4.039
2019: 2.235
2018: 4.518
2017: 5.114, ano mais violento já registrado no Ceará
2016: 3.566
2015: 4.105
2014: 4.492
2013: 4.462
2012: 3.735
A escalada da violência reflete o confronto entre facções no estado. Ao longo de 2024, o g1 noticiou casos em que pessoas inocentes são assassinadas apenas por visitarem um bairro dominado por um grupo criminoso e residirem em um local dominado por uma facção rival.
Em um dos casos, um turista adolescente de São Paulo foi assassinado por membros do Comando Vermelho.
Vídeo mostra momento em que turista é arrastado por vários homens, antes de ser morto
Os dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública ainda mostram que o Brasil registrou um total de 38.075 assassinatos em 2024.
Conforme atualização na plataforma do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), houve queda de 6% em relação a 2023, quando foram contabilizadas 40.768 mortes violentas intencionais.
São considerados como assassinatos os homicídios dolosos (quando há intenção de matar), feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Os dados são enviados pelos estados ao governo federal e são disponibilizados na plataforma. Veja abaixo:

Em 2024, o país registrou taxa de 17,9 mortes por 100 mil habitantes, número que era de 19,3 em 2023. O levantamento considera dados desde 2015, quando o Sinesp passou a divulgar os números em uma plataforma online.
Houve queda sequencial nos assassinatos nos últimos quatro anos, desde 2020, quando o país registrou 45.522 mortes — queda acumulada de 16% quando comparado a 2024.
Segundo a plataforma do ministério, o Rio de Janeiro não enviou os dados de dezembro de 2024 até a data da divulgação. Já Alagoas, Roraima e São Paulo não enviaram os dados por completo, com ausência de parte dos indicadores.
Para Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a queda de assassiantos está relacionada à consolidação de conflitos entre facções crimosas e o investimento do poder público (municípios, estados e governo federal).
“A série histórica é relevante, não se pode desmerecer. Agora, temos dois elementos que explicam: a reconfiguração das dinâmicas do crime, que opta por ganhar dinheiro; e tem a ver com policiamento ostensivo. Temos que valorizar a política pública”, afirma Lima.
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