Monitoramento de fungos em campo detecta doenças e permite ação rápida


Produtor pode tomar decisão com mais consciência e prevenir perdas Monitoramento Fitopatológico começa com coletores instalados estrategicamente no campo
Acervo/Agrios
A possibilidade de detectar a presença de fungos antes mesmo que eles afetem as plantas é uma estratégia que precisa entrar no planejamento do produtor de frutas do Vale do São Francisco. O grande diferencial dessa abordagem é que ela não se limita a observar plantas já doentes, mas coloca o foco do monitoramento no ambiente. Assim, é possível detectar a presença dos patógenos antes que eles se manifestem visivelmente nas culturas. É como receber um alerta antecipado de que uma ameaça está por perto, possibilitando a adoção de medidas de controle mais rápidas, eficazes e, portanto, econômicas.
De acordo com a doutora em fitopatologia e especialista em fruticultura Meridiana Araújo, o monitoramento fitopatológico é um processo que investiga a presença de patógenos no ambiente antes que eles causem danos significativos às plantas. O principal objetivo deste trabalho é permitir que o produtor tome decisões assertivas e realize ações preventivas para proteger sua produção.
Coletores no campo
Meridiana explica que esse monitoramento é realizado com a ajuda de coletores de esporos, dispositivos que são instalados em locais estratégicos no campo e que capturam fungos dispersos pelo vento. Esses esporos são analisados semanalmente em laboratório e os resultados ajudam a mapear a distribuição dos patógenos na área monitorada. Assim, é possível identificar quais organismos estão presentes no ambiente e sua localização exata.
É com esses dados nas mãos do produtor que a equipe de Assistência Técnica da Seiva do Vale entra em campo para indicar os produtos mais adequados para resolver os problemas identificados. Com informações precisas fornecidas pelo monitoramento fitopatológico, é possível orientar o produtor para o uso da tecnologia mais eficiente, em dosagem e manejo realmente adequados.
Capacitação agregada
A especialista também explica que, além de auxiliar na tomada de decisão, o monitoramento fitopatológico também promove a conscientização e a capacitação dos produtores. Isso acontece porque eles passam por um treinamento para que atuem como coletores de dados no campo e também saibam interpretar os relatórios, tornando-se parte ativa do trabalho. Essa integração entre tecnologia e conhecimento local fortalece a relação entre o campo e a ciência, resultando em práticas agrícolas mais seguras e sustentáveis.
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