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Queimaduras, envelhecimento precoce da pele e doenças a longo prazo são algumas das possíveis consequências. 59 mil pessoas recebem o produto gratuitamente no estado gaúcho. Rio Grande do Sul tem programa que fornece protetor solar a trabalhadores
Trabalhar o dia inteiro sob o sol sem proteção adequada pode trazer consequências sérias para a saúde, como queimaduras, envelhecimento precoce da pele e, a longo prazo, risco de câncer de pele. A exposição excessiva aos raios ultravioleta é um problema enfrentado por trabalhadores no Brasil, especialmente aqueles que atuam ao ar livre.
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No Rio Grande do Sul, um programa estadual busca minimizar esses riscos distribuindo protetor solar para trabalhadores que atuam expostos ao sol. O decreto garante o acesso para agricultores, pescadores e apicultores.
Atualmente, 59 mil pessoas recebem o produto gratuitamente, mas o benefício ainda não chega a todos que precisam. Muitos profissionais não sabem que têm direito ou desconhecem o procedimento necessário para se cadastrar.
Pescadores
Reprodução/ RBS TV
Para garantir o acesso ao protetor solar, é preciso se registrar em uma Farmácia de Medicamentos Especiais, presente em todos os municípios gaúchos. Segundo Jaciara Muller, secretária-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), os cadastrados podem retirar três frascos por ano.
“A retirada é permitida de quatro em quatro meses”, explica Jacira.
No estado gaúcho, a cidade de Quaraí, na Fronteira Oeste, chegou a registrar 43,8ºC na terça-feira (4). De acordo com a Climatempo, essa é a maior temperatura registrada no estado desde pelo menos 1910, quando começaram as medições regulares do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no estado.
Nesta semana, o município liderou o ranking de maiores temperaturas no país por seis dias seguidos, de acordo com a medição do Inmet. Entenda abaixo a onda de calor.
Exposição solar prolongada
Protetor solar
Reprodução/ RBS TV
A pescadora Alessandra Oxley, de Pelotas, e o marido aplicam protetor solar todos os dias antes de iniciar a jornada de trabalho. Para ela, a proteção não é um luxo, mas uma necessidade.
“Aqui na colônia mesmo, a gente conhece várias pessoas que perderam até a vida por causa do câncer”, relata. “Vários amigos nossos já tiveram, então só quando a gente conhece alguém que passou por isso que a gente vê como é necessário”, conclui.
A pesadora Alessandra Oxley e o marido
Reprodução/ RBS TV
O dermatologista Wagner Bertolini, da Santa Casa de Porto Alegre, explica que a exposição prolongada ao sol sem proteção adequada aumenta significativamente o risco de câncer de pele.
“Trabalhadores que têm exposição mais intensa ao sol acabam tendo um risco muito maior de ter câncer de pele, principalmente aqui no nosso estado, (onde) temos muitos imigrantes italianos e alemães com a pele muito clara”, aponta.
Farmácia pública de manipulação
Farmácia de manipulação pública do RS, em Igrejinha, fabrica protetor solar artesanal
Reprodução/ RBS TV
Além do programa estadual, algumas cidades criaram soluções próprias para oferecer protetor solar de forma acessível. Em Igrejinha, a prefeitura mantém a única farmácia de manipulação pública do estado, onde o produto é fabricado artesanalmente. O modelo permite que a prefeitura produza o protetor pela metade do preço que pagaria no mercado.
O protetor é distribuído gratuitamente para moradores que trabalham expostos ao sol ou possuem doenças de pele. Todos os meses, 118 pessoas retiram o produto na farmácia municipal. Entre elas, está Margit Fernanda Franco, agente comunitária de saúde.
“A gente aplica ele trinta minutos antes de sair pra rua e depois reaplica de três em três horas. O efeito dele é maravilhoso”, conta. “Não tenho como sair sem protetor”, diz.
Protetor solar artesanal fabricado em farmácia de manipulação pública do RS, em Igrejinha
Reprodução/ RBS TV
Para o secretário de Saúde de Igrejinha, Vinicio Wallauer, a iniciativa traz benefícios diretos para a população.
“Temos uma série de pessoas que trabalham diretamente no sol o dia inteiro, como agentes comunitários de saúde e trabalhadores da secretaria de obras. Eles ficam muito expostos, eles conseguem não ter nenhum prejuízo na pele”, afirma.
Onda de calor
Porto Alegre teve temperatura máxima acima dos 37ºC nesta terça-feira (4)
Reprodução/RBS TV
A onda de calor é provocada por uma massa de ar quente sobre a Argentina, que intensifica o aquecimento no estado. Segundo a Climatempo, a previsão é de pelo menos cinco dias com temperaturas 5°C acima da média, o que representa riscos à saúde e à integridade física da população.
O alerta emitido pelo Inmet tem grau máximo e vale por cinco dias, de quarta-feira (5) até segunda-feira (10).
Onda de calor: como se forma o fenômeno que é cada vez mais comum no Brasil
A onda de calor afeta principalmente as regiões Central, Oeste, Norte e Metropolitana do estado. Apenas parte do Litoral Sul, da Serra e do Nordeste do RS estão fora da área de alerta de grande perigo.
Essa já é a segunda onda de calor de 2025. A primeira ocorreu entre os dias 15 e 19 de janeiro.
🔥 O fenômeno meteorológico acontece quando uma determinada região registra temperaturas muito acima da média por uma sequência de dias.
No geral, os meteorologistas estabelecem que, para o fenômeno se configurar, as temperaturas precisam ficar ao menos 5ºC acima da média por um período de cinco dias ou mais.
Já o Inmet define uma onda de calor quando há um aumento de 5ºC na temperatura em relação à média mensal, independentemente da quantidade de dias de duração.
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