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Anailê Santos Goulart, 35 anos, foi a primeira mulher a trabalhar em associação no Porto de Capuaba, em Vila Velha, na Grande Vitória. Capixaba faz sucesso nas redes sociais mostrando a rotina de caminhoneira em Vila Velha
Não dá para ignorar! Quando a Anailê Santos Goulart, de 35 anos, aponta com o seu caminhão cor de rosa, no Porto de Capuaba, em Vila Velha, na Grande Vitória, ela não passa batido. A caminhoneira é uma das três mulheres que trabalham na Associação de Carreteiros Autônomos (ACA), que conta com cerca de 150 profissionais e foi a pioneira neste cenário predominantemente masculino, há 9 anos.
Atualmente, Anailê acumula cerca de 1 milhão de seguidores nas redes sociais, compartilhando a rotina de trabalho no porto, mas também assuntos de família e variedades.
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Anailê Santos Goulart, de 35 anos, faz sucesso nas redes sociais mostrando a rotina de caminhoneira.
Redes sociais
Antes de se tornar motorista de caminhão, Anailê trabalhou em escritório, foi vendedora de loja e até camelô. Mas o mundo sobre rodas veio por influência do marido, Lucius Hauni Ribeiro Ramos, que já atuava na área.
Além da possibilidade do casal ficar mais próximo, a nova profissão trouxe também uma mudança na autoestima da motorista.
“Eu comecei a dirigir caminhão quando meu marido trabalhava virando à noite. Ele ficava muito cansado, então eu ajudava ele puxando o caminhão na fila, só na reta […] Mas aí eu comecei a olhar as coisas ali por cima. E eu vi que dirigir o caminhão me fazia sentir grande! Eu tenho 1,56m, sou magrinha, pequenininha, as pessoas olhando para cima para falar comigo era uma sensação que eu nunca tinha sentido, então foi muito legal! E eu vi que gosto muito de dirigir, fazer uma manobra com o caminhão é muito legal, é uma sensação muito boa”, contou Anailê.
Apesar do preconceito e desafios no começo, a caminhoneira não pensou em desistir.
“No começo eu sofri sim um pouquinho de preconceito, muitos homens não falavam comigo, alguns até hoje não falam. chegaram a ir ao sindicato para saber se tinha algo que me impedia de trabalhar ali com eles. Vai saber o que passava na cabeça deles, mas viram que não tinha como fazer isso, né? O pessoal do sindicato foi muito gente boa comigo, o presidente da associação que eu trabalho também sempre me acolheu muito bem e eu consegui superar tudo isso”, contou.
Caminhoneira, mas sem viagens
Capixaba faz sucesso nas redes sociais mostrando a rotina de caminhoneira em Vila Velha
Anailê e Lucius estão juntos há 20 anos e têm três filhos, com idades de 7, 9 e 13 anos. Com uma rotina que se divide entre o trabalho no porto, as tarefas de casa e o cuidado com a família, o dia-a-dia de Anailê é uma verdadeira maratona.
“No início, quando meus filhos nasceram, tentei ficar mais em casa, mas logo que pude, já estava de volta ao caminhão. Muitas vezes eu levava o meu filho comigo e na hora de entrar na empresa, o meu marido pegava, depois a gente trocava, e ia fazendo o que dava! Hoje, com eles já mais velhos, especialmente o de 13, que já ajuda, ficou melhor. Mas cada um tem a sua rotina, seu horário”, lembrou.
Apesar da ideia sobre a profissão de caminhoneiro ser aquela que inclui muitas viagens pelo Brasil, esse não é o caso do casal, o que auxilia na dinâmica da família. A caminhoneira trabalha como prestadora de serviços no Porto de Capuaba, e não sai da unidade, que fica em Vila Velha.
“Eu não viajo, eu trabalho em uma Associação de Carreteiros Autônomos que presta serviço ali pro Porto de Capuaba, fazendo embarque e desembarque de mercadoria. […] Para você trabalhar na aeroportuária você tem que ter muita paciência, porque o que a gente não gasta de tempo dirigindo na rua a gente gasta de tempo em fila, porque falta uma logística melhor, sabe, das empresas, então a gente acaba às vezes pegando fila de três horas”, contou.
Sucesso nas redes sociais
Anailê Santos Goulart, de 35 anos, faz sucesso nas redes sociais mostrando a rotina de caminhoneira.
Redes sociais
Em 2016, assim que começou a trabalhar dirigindo, Anailê postou um vídeo na internet, que, para surpresa, se tornou viral, alcançando milhões de visualizações.
“Há 9 anos, eu postei meu primeiro vídeo, não sabia nem como que fazia um canal, nem nada disso, eu só entrei no Youtube, fiz o cadastro, e postei. Logo de cara o meu primeiro vídeo já bateu dois milhões de visualizações. Hoje em dia, tem muitas mulheres caminhoneiras Youtubers, mas eu posso te garantir que eu fui uma das primeiras a começar com isso na internet. Desde esse primeiro, eu fui sempre postando”, falou a motorista que atualmente reúne cerca de 1 milhão de pessoas nas redes sociais.
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Com a visibilidade aumentando a cada ano, depois que as pessoas já a conheciam, Anailê percebeu que poderia variar os assuntos, que as postagens sobre a vida pessoal também funcionavam e seriam um caminho para ajudar a alimentar os conteúdos.
“Tô sempre aqui, fazendo aqui o embarque e descarga do porto, não tenho como fazer imagens da estrada, das viagens, como outro caminhoneiro. Então eu pensei ‘meu Deus, o que que eu posso continuar fazendo para não deixar o assunto repetitivo, senão fica repetitivo, fica cansativo”.
Atualmente, a influencer fala também da família, do lado mãe, retrata os momentos de lazer da vida pessoal. O marido Lucius também entrou nas produções, juntos, eles compartilham dicas sobre manutenção de caminhões, vida de casal e as peripécias do dia-a-dia.
“Eu nunca tentei ser algo que não sou para agradar ninguém. O pessoal gosta do meu jeito, e eu sou assim. Comecei a fazer vídeos junto com o meu marido, ele sempre mostrando a manutenção dos caminhões. Aí com o tempo eu fui vendo também que as pessoas estavam começando a gostar da gente como casal”.
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As oportunidades proporcionadas pela visibilidade na rede abriram também outros caminhos, como a realização de parcerias, a possibilidade de se tornar consultora de proteção veicular e até revendedora de caminhões. A motorista até já foi convidada para participar de feiras internacionais promovidas por montadoras de veículos.
“Quando eu tenho carga das empresas que pagam em dia, eu tô sempre lá no porto, seja de manhã, à tarde e à noite. Já trabalhei muito de madrugada, hoje em dia eu evito, porque de manhã eu tenho que tá aqui pra colocar filho pra escola. Quando não tem carga eu tô em casa tocando os outros trabalho. Eu não dou conta de tudo não, mas eu vou levando. […] Eu tenho uns cinco empregos”, brincou.
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