Perdido, governo enfrenta crise de confiança e aliados pressionam Lula 3 por mudanças ao centro


Na visão de aliados, presidente precisa trocar posições principais do governo e deixar de lado pautas identitárias para focar na vida real. Lula em 30 de janeiro de 2025
Reuters/Adriano Machado
No governo Lula 3, vigora uma máxima comparando o governo a um time de futebol em campo e que, agora, está discutindo mudanças no vestiário para voltar outro no segundo tempo.
Mas, em conversa com o blog, reflete um aliado do governo: “Com o mesmo time? Sem uma jogada nova? Com todo mundo na mesma posição?”
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O governo Lula 3, na visão de aliados pragmáticos de Lula, precisa trocar as posições principais. Botar na Casa Civil um nome que não seja do PT — citam Simone Tebet ou Renan Filho, por exemplo. E isso seria só o começo das trocas, que já estão quase datadas.
O timing do presidente — o técnico — parece outro, dizem integrantes do governo. Lula 1 ou Lula 2 jamais deixaria um problema urgente para amanhã. Lula 3 deixa para a próxima semana, ironizam.
Foi eleito com a promessa de ser um governo de centro — e só fala para dentro, para a base e para o passado. Não tem projeto de futuro, sonho para o novo Brasil, com o qual não possui conexão. Há um desconhecimento profundo sobre o que a população quer hoje e que não se explica por ser de direita ou de esquerda.
E, mesmo falando para a base, a mensagem não chega mais.
Porque o problema do governo não é de comunicação, apenas. É de mensagem. Aliados pragmáticos defendem que sejam deixadas de lado pautas identitárias e foco na vida real.
Não é de entrega. Há uma crise de confiança e, como diz Felipe Nunes, da Quaest, há um entendimento de que o que o governo 1 e 2 deram já são politicas de Estado — as pessoas querem mais, e não há gratidão automática.
Há uma estafa, uma fadiga com incumbente — não só no Brasil, em vários lugares do mundo — e o Planalto parece dobrar a aposta. “Daqui a pouco briga com os números”, ironiza um petista histórico.
Lula é, evidentemente, um craque na política. O maior líder popular do país: se elegeu 3 vezes presidente e fez sua sucessora. Mas, nos últimos tempos, o craque do jogo — muitas vezes — faz gol contra.
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Lula, ministros, e Janja são tratados assim pela oposição, em tom irônico.
Nikolas Ferreira, em conversa com o blog, chama Janja de “nossa camisa 10”. A oposição comemora e explora erros do governo — nos meios digitais, ele patina por ser analógico. E percebeu também que há espaço para explorar a imagem de que o Planalto está às voltas com deslumbres e custos de viagens internacionais — e pouco preocupado com o drama real das pessoas.
O deputado é um dos lideres de oposição que entenderam que explorar, nos seus vídeos virais — de alcance de milhões –, esses erros e erros na economia engajam mais do que outras pautas, é ponto fraco do governo. Porque, como ele explicou ao blog, “todo mundo toma o cafezinho, do rico ao pobre, todo mundo entende o que está acontecendo com o preço da comida”.
Nem todo mundo entendeu. O governo parece precisar de um tradutor da vida real.
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