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Uma reunião de conciliação entre rodoviários e empresários deve acontecer nesta terça-feira (18), na sede do Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT-MA). Passageiros enfrentam dificuldades na volta para casa nesta segunda-feira (17)
O primeiro dia de greve dos rodoviários na Grande Ilha resultou em sérios transtornos para os usuários do transporte público. Cerca de 700 mil pessoas que dependem desse serviço em São Luís estão sendo diretamente afetadas pela paralisação, que deixou as ruas sem ônibus.
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Em um trecho da Anel Viário, onde normalmente há um grande fluxo de veículos, a falta dos ônibus que atendem tanto a capital quanto a região metropolitana é perceptível. Durante a noite desta segunda-feira (17), passageiros tiveram que recorrer aos carrinhos de lotação, mototáxis e veículos por aplicativo.
Durante o trajeto de volta para casa, passageiros relataram as dificuldades enfrentadas. Muitos mencionaram a longa espera por transporte e a dificuldade em conseguir um veículo por aplicativo. “Está complicado para o ser humano. Felizmente, a gente que paga, né? E aí acabamos tentando voltar para casa e não conseguimos. O valor do aplicativo está caríssimo”, disse a Bianca Pereira, empregada doméstica.
Passageiros enfrentam dificuldades na volta para casa
Reprodução/ TV Mirante
O Sindicato das Empresas de Transporte (SET) declarou que as empresas não têm condições de atender aos pedidos dos rodoviários, que incluem aumento salarial, reajuste no ticket alimentação, contratação de seguro de vida e acréscimo de dependentes no plano de saúde.
Os rodoviários exigem reajuste salarial e melhorias nas condições de trabalho. Segundo o STTREMA, em novembro de 2024, a categoria encaminhou ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (SET) uma proposta de Convenção Coletiva de Trabalho para 2025, documento que assegura todos os direitos dos rodoviários para o ano vigente.
O Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT-MA) convocou uma audiência de conciliação sobre a greve dos rodoviários em São Luís e na região metropolitana para esta terça-feira (18), às 9h, na sede do órgão. A expectativa é que as partes cheguem a um acordo que minimize os impactos da paralisação nos usuários do transporte público.
Audiência de conciliação entre rodoviários e empresários nesta terça-feira (18)
O Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT-MA) convocou para esta terça-feira (18), às 9h, na sede do órgão, uma audiência de conciliação sobre a greve dos rodoviários em São Luís e na região metropolitana.
Foram intimados o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (STTREMA), o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís, a Prefeitura de São Luís, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte de São Luís (SMTT), a Empresa de Mobilidade do Estado do Maranhão (MOB) e o Ministério Público do Trabalho (MPTMA). A condução da audiência será feita pela juíza auxiliar da presidência do TRT-16, Tália Barcelos Hortegal Braga
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (SET) obteve na Justiça uma liminar determinando que 80% da frota do transporte coletivo de São Luís circule durante a greve, mas a decisão não está sendo cumprida.
Apesar das reivindicações, as empresas informaram que não têm como atender a essas demandas e, até agora, não apresentaram uma contraproposta.
A última reunião entre os sindicatos ocorreu na sexta-feira (14) passada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), com mediação da Justiça. No entanto, não houve avanços nas negociações.
Rodoviários da Grande São Luís anunciam greve nesta segunda-feira
Reprodução/TV Mirante
O que pede a categoria
Ticket de alimentação para motorista que trabalha junto com o cobrador: R$ 1.300
Ticket para motorista que atua, também, como cobrador: R$ 1.500,00
Reajuste salarial de 15% para motorista que trabalha junto com o cobrador: R$ 2.961,25
Reajuste de 25% para motorista que atua, também, como cobrador: R$ 3.218,75
Inclusão de dois dependentes no plano de saúde e odontológico
Seguro ao motorista em caso de falecimento, entre outros.
Na sexta-feira (14), a categoria e os empresários não chegaram a um acordo durante a audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA).
A categoria já realizava, desde o início de fevereiro, audiências no Ministério Público do Trabalho (MPT-MA), junto com representantes da Prefeitura de São Luís do Governo do Maranhão e do Sindicato das Empresas de Transportes e Passageiros (SET) para buscar medidas que evitassem a greve. No entanto, não houve acordo entre as partes.
O Sindicato dos Rodoviários afirmou que, apesar da boa vontade da justiça do trabalho em tentar conciliar as partes, no sentido de evitar que a paralisação dos Rodoviários aconteça, mais uma vez, trabalhadores e empresários não chegaram a um entendimento. O SET, novamente, alegou não ter condições financeiras de atender as demandas dos trabalhadores e não apresentou uma contraproposta concreta.
O Sttrema disse, ainda, que o município e o Estado também não chegaram a um consenso com os empresários, no sentido de acabar com o impasse. Após várias rodadas de negociação no decorrer de janeiro, além de duas audiências de mediação no MPT-MA, a conciliação no TRT-MA, também não alcançou o objetivo esperado.
Justiça determinou circulação de 80% da frota de ônibus
Na última quarta-feira (12), o SET obteve na justiça uma liminar determinando que 80% da frota do transporte coletivo de São Luís circule durante a greve anunciada pelo Sindicato dos Rodoviários para iniciar nesta segunda-feira (17). A liminar judicial fixa ao Sindicato dos Rodoviários multa de R$ 100 mil por dia de paralisação em caso de descumprimento da determinação.
A liminar judicial determina, também, que o Sindicato dos Rodoviários se abstenha de praticar atos de vandalismo e medidas de protesto alternativo, como operações catraca livre (operação dos ônibus sem cobrança de passagem), tartaruga (operação propositadamente lenta para formação de longos engarrafamentos) e piquete (barricadas nas portas das garagens das empresas para impedir a saída dos ônibus) ou qualquer outro meio para tornar sem efeito ou minimizar a decisão judicial.
Apesar da decisão da Justiça, 100% da frota de ônibus está paralisada.
a paralisação dos rodoviários causa prejuízos incalculáveis para a população e que a entidade procurou todos os meios de negociações em busca de uma solução viável para todos.
Leia, abaixo, a nota na íntegra:
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) vem a público lamentar a greve dos trabalhadores rodoviários, que paralisaram 100% da frota de ônibus, nesta segunda-feira,17, inclusive desobecendo liminar da Justiça, que determinou que o Sindicato dos Rodoviários mantivesse 80% da frota circulando. Essa paralisação causa prejuízos incalculáveis para a população.
Destacamos que procuramos todos os meios de negociações, como o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em busca de uma solução viável para todos.
As empresas de transporte estão de portas abertas para que os trabalhadores retornem ao trabalho.
A Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) também emitiu nota afirmando que acompanha o desenrolar das tratativas entre os sindicatos patronal e dos trabalhadores. A MOB disse, ainda, que manteve a apresentação de alternativas de recomposição tarifária referente à mão de obra dos trabalhadores, tendo como base o percentual indicado pelo SET. No entanto, as negociações seguem em andamento entre as partes.
Leia, abaixo, a nota na íntegra:
A Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) acompanha o desenrolar das tratativas entre os sindicatos patronal (SET) e dos trabalhadores (Sttrema).
Durante audiência de conciliação realizada na sexta-feira (14), no Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT-MA), a MOB manteve a apresentação de alternativas de recomposição tarifária referente à mão de obra dos trabalhadores, tendo como base o percentual indicado pelo SET. No entanto, as negociações seguem em andamento entre as partes.
Importante destacar que o Governo do Estado mantém em dia o pagamento do subsídio destinado ao transporte, que atualmente corresponde a cerca de 30% do valor da passagem. Ademais, a MOB reitera que permanece à disposição para contribuir na busca por um acordo que assegure a continuidade do transporte semiurbano com qualidade e eficiência para a população.