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Integrantes de partido que apoiaram o ex-presidente acreditam que a denúncia pode aglutinar solidariedade, mas há quem preveja a aceleração da escolha de um “herdeiro” político, diante da robustez da acusação. A base de Jair Bolsonaro rachou na avaliação do impacto político da denúncia apresentada contra ele pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Apesar das manifestações de apoio diante dos holofotes, a discussão nos bastidores foi intensa.
Em resumo, uma ala acredita que o episódio ampliará a vitimização de Bolsonaro, que deve investir no discurso de perseguição. Para esse grupo, a denúncia tende a aglutinar solidariedade ao ex-presidente na direita, fortalecendo sua posição para pressionar o Supremo e o governo Lula.
Outro grupo, que se aprofundou nos detalhes da denúncia — analisando documentos, mensagens, áudios e vídeos que sustentam a acusação contra o ex-presidente — prevê um fenômeno oposto. “Não há saída. O que vai acontecer é a aceleração do movimento pela construção de um herdeiro, um sucessor, e logo”, diz um dirigente de um partido do Centrão.
Esse grupo prevê, inclusive, uma ação pesada do setor produtivo para empurrar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para o centro do debate eleitoral. Ele, no entanto, nega qualquer intenção de disputar a Presidência em 2026.
PGR denuncia Bolsonaro e mais 33 pessoas por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa
Jornal Nacional/ Reprodução