Depois da operação ‘Fim da linha’, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), postou um vídeo ao visitar a Upbus. ‘Queria aproveitar aqui e parabenizar’. Para ele, a Prefeitura ‘não tem obrigação de checar se está contratando criminoso ou não’. Prefeito de São Paulo parabeniza empresa de transporte investigada por relação com crime organizado
Na terça-feira (9), uma megaoperação chamada “Fim da linha” revelou um escândalo: que a cúpula das empresas de transporte de São Paulo Transwolff e Upbus é formada por integrantes do crime organizado.
A Transwolff tem 1.206 veículos e, de 2015 até o ano passado, recebeu mais de R$ 5 bilhões da Prefeitura. A prefeitura contratou a Upbus em 2018. Até 2023, a empresa recebeu R$ 391 milhões dos cofres públicos.
“Quem são os sócios? Têm capacidade financeira para arcar com esse serviço que o Estado está concedendo a essa empresa? Então, talvez uma pesquisa rápida no Google pudesse esclarecer que alguns deles eram criminosos – foragidos, inclusive. Houve uma negligência, houve omissão, não só da gestão atual, mas das gestões passadas”, afirma Lincoln Gakiya, promotor de Justiça.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), reagiu.
“Não dá para aceitar em hipótese alguma o Ministério Público querer jogar uma responsabilidade sua e da Polícia Civil para a Prefeitura de São Paulo. Quem tem que ir atrás de criminoso é a Polícia Civil e o Ministério Público. Com certeza esse processo seguiu o rito, foi firmado o contrato com a empresa para a empresa prestar o serviço. Pode ser que apresentaram documentos falsos, mas aí nós somos vítimas, se isso aconteceu, né?”, afirmou.
Na quarta-feira (10), o prefeito postou um vídeo ao visitar a Upbus, dizendo: “Queria aproveitar aqui e parabenizar. Porque quando a gente tem aqui uma concessionária que presta um serviço que atende o passageiro”. Sobre essas declarações, Nunes afirmou que estava “elogiando o serviço prestado”. “Muito importante mostrar para o funcionário, para o trabalhador e para o fornecedor de que eu estou garantindo a continuidade, para que a gente possa ter o transporte coletivo garantido”, disse o prefeito.
Uma vez comprovado a ligação do PCC
Só este ano, a Prefeitura aplicou mais de 16 mil multas contra a Transwolff, e 1 mil contra a Upbus. A maioria por não cumprir a viagem programada.
“Elas [as empresas mencionadas] prestam um serviço satisfatório. O ideal seria não ter multas. É a forma como a gente quer governar, com austeridade, com cobrança dos nossos fornecedores e concessionárias para que eles possam cada vez estar melhorando a prestação de serviço”, afirma Nunes.
Quem mais está envolvido nas investigações
As investigações apontam ainda que policiais militares ajudaram a dar proteção aos sócios das duas empresas de ônibus.
“O que nos mais interessa é saber se eles sabiam quem eram os dirigentes, o quadro societário dessa empresa, se sabiam que integravam a facção criminosa. E havendo qualquer indício de que houve negligência, ou pior ainda, eles foram coniventes com isso, eu garanto que serão severamente punidos”, disse Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo.
A investigação sobre o envolvimento do crime organizado no transporte público de São Paulo entra agora numa segunda fase.
“Precisamos saber se houve a participação de alguns servidores, de algum político”, afirma Lincoln Gakiya.
“Se houver o indício de qualquer funcionário que tenha alguma participação, ele será afastado”, responde Ricardo Nunes.
Veja a reportagem completa abaixo:
Um foragido da Justiça é acusado de fazer parte do PCC e comandar uma empresa de ônibus
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Na terça-feira (9), uma megaoperação chamada “Fim da linha” revelou um escândalo: que a cúpula das empresas de transporte de São Paulo Transwolff e Upbus é formada por integrantes do crime organizado.
A Transwolff tem 1.206 veículos e, de 2015 até o ano passado, recebeu mais de R$ 5 bilhões da Prefeitura. A prefeitura contratou a Upbus em 2018. Até 2023, a empresa recebeu R$ 391 milhões dos cofres públicos.
“Quem são os sócios? Têm capacidade financeira para arcar com esse serviço que o Estado está concedendo a essa empresa? Então, talvez uma pesquisa rápida no Google pudesse esclarecer que alguns deles eram criminosos – foragidos, inclusive. Houve uma negligência, houve omissão, não só da gestão atual, mas das gestões passadas”, afirma Lincoln Gakiya, promotor de Justiça.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), reagiu.
“Não dá para aceitar em hipótese alguma o Ministério Público querer jogar uma responsabilidade sua e da Polícia Civil para a Prefeitura de São Paulo. Quem tem que ir atrás de criminoso é a Polícia Civil e o Ministério Público. Com certeza esse processo seguiu o rito, foi firmado o contrato com a empresa para a empresa prestar o serviço. Pode ser que apresentaram documentos falsos, mas aí nós somos vítimas, se isso aconteceu, né?”, afirmou.
Na quarta-feira (10), o prefeito postou um vídeo ao visitar a Upbus, dizendo: “Queria aproveitar aqui e parabenizar. Porque quando a gente tem aqui uma concessionária que presta um serviço que atende o passageiro”. Sobre essas declarações, Nunes afirmou que estava “elogiando o serviço prestado”. “Muito importante mostrar para o funcionário, para o trabalhador e para o fornecedor de que eu estou garantindo a continuidade, para que a gente possa ter o transporte coletivo garantido”, disse o prefeito.
Uma vez comprovado a ligação do PCC
Só este ano, a Prefeitura aplicou mais de 16 mil multas contra a Transwolff, e 1 mil contra a Upbus. A maioria por não cumprir a viagem programada.
“Elas [as empresas mencionadas] prestam um serviço satisfatório. O ideal seria não ter multas. É a forma como a gente quer governar, com austeridade, com cobrança dos nossos fornecedores e concessionárias para que eles possam cada vez estar melhorando a prestação de serviço”, afirma Nunes.
Quem mais está envolvido nas investigações
As investigações apontam ainda que policiais militares ajudaram a dar proteção aos sócios das duas empresas de ônibus.
“O que nos mais interessa é saber se eles sabiam quem eram os dirigentes, o quadro societário dessa empresa, se sabiam que integravam a facção criminosa. E havendo qualquer indício de que houve negligência, ou pior ainda, eles foram coniventes com isso, eu garanto que serão severamente punidos”, disse Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo.
A investigação sobre o envolvimento do crime organizado no transporte público de São Paulo entra agora numa segunda fase.
“Precisamos saber se houve a participação de alguns servidores, de algum político”, afirma Lincoln Gakiya.
“Se houver o indício de qualquer funcionário que tenha alguma participação, ele será afastado”, responde Ricardo Nunes.
Veja a reportagem completa abaixo:
Um foragido da Justiça é acusado de fazer parte do PCC e comandar uma empresa de ônibus
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