Neste ano, a RMC completa 60 anos de fundação. Em comemoração à data, o g1 relembra as reportagens mais marcantes do acervo da rede. O g1 relembra a vez que a TVCA cobriu a vinda do papa João Paulo II à Cuiabá, em 1991
Em comemoração aos 60 anos da Rede Matogrossense de Comunicação (RMC), o g1 relembra, nesta reportagem, a cobertura da TV Centro América na visita do papa João Paulo II a Cuiabá, no dia 16 de outubro de 1991. Em um discurso escrito por ele mesmo, o líder religcoso abordou temas como a ecologia, imigração e defesa dos povos indígenas.
Na época, o papa abordou um tema que permanece atual até hoje: a questão dos imigrantes. Durante o discurso, João Paulo expressou preocupação com as crianças, dizendo que elas eram as principais vítimas de uma migração descontrolada, sujeitas à miséria, à delinquência, ao abandono e às condições precárias de vida.
“Sem dúvida, o problema das migrações não é somente de caráter socioeconômico ou político, mas é acima de tudo um desafio a caridade e a justiça no mundo”, disse.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp
Durante a visita, o papa abordou ainda a ecologia como um dos principais temas a serem debatidos na sociedade. Ele pontuou que a proteção ambiental está diretamente ligada ao direito fundamental à vida.
Além disso, o então chefe da igreja católica alertou sobre a exploração desordenada dos recursos naturais, destacando que a ganância humana muitas vezes prevalece sobre valores essenciais.
“Não se pode dispor arbitrariamente da terra, submetendo-a sem reservas, como se não possuísse uma forma própria, com um destino anterior que Deus lhe deu e que o homem pode, sim, desenvolver, mas não deve trair”, explicou o papa.
Em entrevista à TVCA, o presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) da época, dom Aparecido José Dias, considerou positiva a decisão do papa de escrever o discurso sozinho. Para ele, isso demonstrou autonomia e um profundo entendimento sobre os temas mais críticos daquele ano, que exigiam maior atenção.
“Eu vejo com bons olhos, porque é um sinal de que eles têm uma certa confiança, pelo menos na Igreja e também indica que estão muito conscientes dos seus problemas, daquilo que está atribulando e prejudicando suas vidas”, informou.
🏕️Defesa dos povos indígenas
Pintados e usando cocares, com bordunas a tiracolo, indígenas de diferentes etnias aguardavam impacientes pelo encontro com o João Paulo II. Durante o evento, o papa foi saudado e ouviu a leitura de um manifesto elaborado pelos próprios indígenas.
A reunião contou com a presença de representantes de 37 nações indígenas do país, que denunciaram as dificuldades enfrentadas pelas comunidades, com destaque para a falta de terras e a ausência de assistência adequada.
No discurso, o papa destacou que, “diante de Deus, todos os homens são iguais”. Ele também afirmou que, desde o início da preparação para sua segunda visita ao Brasil, fez questão de incluir um encontro com os povos indígenas na agenda. Ele reforçou ainda que a igreja sempre esteve ao lado dos indígenas na defesa da dignidade, respeitando os valores das tradições, costumes e culturas.
Último compromisso
O último compromisso oficial do papa em Cuiabá reuniu mais de 4,5 mil jjovens de diferentes regiões do país. A recepção ao pontífice foi calorosa, com muitos fiéis se emocionando ao cumprimentá-lo.
Durante o evento, Maria das Dores de Souza, representante da Pastoral da Juventude do Acre, discursou sobre os desafios enfrentados pela juventude brasileira. Ela criticou as desigualdades sociais e fez um apelo por medidas concretas para melhorar a realidade dos jovens.
O papa acompanhou apresentações de danças folclóricas e, na mensagem, convocou os jovens a caminharem junto com a Igreja. Ele afirmou acreditar na força da juventude para impulsionar o Brasil rumo ao terceiro milênio.
A fala de João Paulo II trouxe entusiasmo aos jovens católicos, que destacaram a importância da mensagem como inspiração para enfrentar desafios no dia a dia, tanto na vida familiar quanto na participação política e social.
O papa João Paulo II morreu no dia 2 de abril de 2005, aos 84 anos, devido a complicações causadas pelo Mal de Parkinson, infecção generalizada e falência múltipla dos órgãos.
Em comemoração aos 60 anos da Rede Matogrossense de Comunicação (RMC), o g1 relembra, nesta reportagem, a cobertura da TV Centro América na visita do papa João Paulo II a Cuiabá, no dia 16 de outubro de 1991. Em um discurso escrito por ele mesmo, o líder religcoso abordou temas como a ecologia, imigração e defesa dos povos indígenas.
Na época, o papa abordou um tema que permanece atual até hoje: a questão dos imigrantes. Durante o discurso, João Paulo expressou preocupação com as crianças, dizendo que elas eram as principais vítimas de uma migração descontrolada, sujeitas à miséria, à delinquência, ao abandono e às condições precárias de vida.
“Sem dúvida, o problema das migrações não é somente de caráter socioeconômico ou político, mas é acima de tudo um desafio a caridade e a justiça no mundo”, disse.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp
Durante a visita, o papa abordou ainda a ecologia como um dos principais temas a serem debatidos na sociedade. Ele pontuou que a proteção ambiental está diretamente ligada ao direito fundamental à vida.
Além disso, o então chefe da igreja católica alertou sobre a exploração desordenada dos recursos naturais, destacando que a ganância humana muitas vezes prevalece sobre valores essenciais.
“Não se pode dispor arbitrariamente da terra, submetendo-a sem reservas, como se não possuísse uma forma própria, com um destino anterior que Deus lhe deu e que o homem pode, sim, desenvolver, mas não deve trair”, explicou o papa.
Em entrevista à TVCA, o presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) da época, dom Aparecido José Dias, considerou positiva a decisão do papa de escrever o discurso sozinho. Para ele, isso demonstrou autonomia e um profundo entendimento sobre os temas mais críticos daquele ano, que exigiam maior atenção.
“Eu vejo com bons olhos, porque é um sinal de que eles têm uma certa confiança, pelo menos na Igreja e também indica que estão muito conscientes dos seus problemas, daquilo que está atribulando e prejudicando suas vidas”, informou.
🏕️Defesa dos povos indígenas
Pintados e usando cocares, com bordunas a tiracolo, indígenas de diferentes etnias aguardavam impacientes pelo encontro com o João Paulo II. Durante o evento, o papa foi saudado e ouviu a leitura de um manifesto elaborado pelos próprios indígenas.
A reunião contou com a presença de representantes de 37 nações indígenas do país, que denunciaram as dificuldades enfrentadas pelas comunidades, com destaque para a falta de terras e a ausência de assistência adequada.
No discurso, o papa destacou que, “diante de Deus, todos os homens são iguais”. Ele também afirmou que, desde o início da preparação para sua segunda visita ao Brasil, fez questão de incluir um encontro com os povos indígenas na agenda. Ele reforçou ainda que a igreja sempre esteve ao lado dos indígenas na defesa da dignidade, respeitando os valores das tradições, costumes e culturas.
Último compromisso
O último compromisso oficial do papa em Cuiabá reuniu mais de 4,5 mil jjovens de diferentes regiões do país. A recepção ao pontífice foi calorosa, com muitos fiéis se emocionando ao cumprimentá-lo.
Durante o evento, Maria das Dores de Souza, representante da Pastoral da Juventude do Acre, discursou sobre os desafios enfrentados pela juventude brasileira. Ela criticou as desigualdades sociais e fez um apelo por medidas concretas para melhorar a realidade dos jovens.
O papa acompanhou apresentações de danças folclóricas e, na mensagem, convocou os jovens a caminharem junto com a Igreja. Ele afirmou acreditar na força da juventude para impulsionar o Brasil rumo ao terceiro milênio.
A fala de João Paulo II trouxe entusiasmo aos jovens católicos, que destacaram a importância da mensagem como inspiração para enfrentar desafios no dia a dia, tanto na vida familiar quanto na participação política e social.
O papa João Paulo II morreu no dia 2 de abril de 2005, aos 84 anos, devido a complicações causadas pelo Mal de Parkinson, infecção generalizada e falência múltipla dos órgãos.