
As forças de segurança do novo governo sírio foram acusadas por organizações de direitos humanos de assassinarem centenas de pessoas de minoria alauíta (grupo que apoia o ex-ditador Bashar al-Assad, deposto em dezembro). Reunião do Conselho de Segurança da ONU
ANdrew Kelly/Reuters
Os Estados Unidos e a Rússia pediram, neste domingo (9), ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que se reúna a portas fechadas na segunda-feira por causa da escalada da violência na Síria, disseram diplomatas no domingo.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR, na sigla em inglês) — entidade sediada no Reino Unido que monitora os acontecimentos na Síria — disse que cerca de 745 civis foram mortos em cerca de 30 massacres contra alauítas na sexta-feira (07) e no sábado (08). O grupo apoia o ex-ditador Bashar al-Assad.
As organizações de direitos humanos acusam as forças de segurança do novo governo sírio de matarem centenas de pessoas de minoria alauíta (grupo que apoia o ex-ditador, deposto em dezembro).
O governo, por sua vez, alega que os ataques foram provocados por um levante de remanescentes do regime do ditador.
Os alauítas negam essa versão do governo, dizendo que têm sido alvo de perseguição dos sunitas radicais que tomaram o poder em dezembro passado e que são vistos por esses radicais como “hereges”.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, pediu às autoridades sírias que responsabilizem os “terroristas islâmicos radicais”.
“Os Estados Unidos condenam os terroristas islâmicos radicais, incluindo jihadistas estrangeiros, que assassinaram pessoas no oeste da Síria nos últimos dias”, disse o secretário, em um comunicado.
No Reino Unido, o ministro das Relações Exteriores, David Lammy, também se manifestou e disse que os relatos de mortes generalizadas de civis nas regiões costeiras da Síria são “horríveis” e pediu às autoridades de Damasco que garantam que todos os sírios sejam protegidos da violência.
“As autoridades de Damasco devem garantir a proteção de todos os sírios e estabelecer um caminho claro para a justiça transicional”, disse Lammy em uma breve declaração nas mídias sociais.
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