![](https://s2-g1.glbimg.com/XG75nYr1pAdISbAutup55ce0gVA=/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/F/y/f3xAqgTaStMgt6ev7ZKQ/whatsapp-image-2024-04-17-at-11.29.02.jpeg)
Fotos utilizadas na decoração são de Rosa Yumiko, observadora de aves que possui 524 registros de espécies na plataforma Wikiaves. A observadora de aves Rosa Yumiko e arquiteta Valquíria Castilho.
Larissa Fortunato (TG)
Desde o dia 29 de março, a mostra de arquitetura, decoração e paisagismo Campinas Decor, está revitalizando o espaço histórico do Prédio do Relógio. Com diversas exposições, uma em específico tem chamado bastante a atenção dos visitantes que também são entusiastas da natureza.
Com o espaço decorado nomeado de “Refúgio do Hóspede”, a arquiteta Valquíria Castilho incluiu quadros de aves brasileiras pensando em “trazer para dentro de casa” o sentimento de relaxamento proporcionado pelo contato com a natureza. Assim, saíra-militar, saíra-beija-flor, chupa-dente e saí-verde se tornaram protagonistas do ambiente.
“A ideia de utilizar os pássaros na decoração de interiores é porque eles trazem essa sensação de aconchego, bem-estar, e faz parte da concepção do projeto pensar nisso, já que é um refúgio de hospede, é uma forma de conectar o ambiente e o ser humano com a natureza. E os pássaros têm um diferencial no ambiente, a pessoa se sente mais próxima”, comenta a arquiteta.
Segundo ela, os visitantes passam e comentam sobre as fotos, muitas vezes perguntando sobre as espécies ou até as reconhecendo. Para a arquiteta, valorizar a fauna brasileira é uma questão importante, então as fotografias se encaixaram nesse propósito.
Ambiente decorado no Campinas Decor.
Valquíria Castilho
“Eu fico muito feliz, até me emociono de falar. As pessoas param e olham, percebo que tem um cuidado especial, eu achei que não seria isso. Para mim está sendo uma surpresa”, explica Valquíria.
“Depois de tudo o que a gente passou da pandemia, o próprio cliente pede, para deixar o ambiente mais confortável, mais relaxante. E os elementos da natureza que podemos utilizar são infinitos”.
Apesar de não utilizar elementos da natureza em todos os espaços que produz, Valquíria pretende cada vez mais trazer algo que remeta ao ambiente natural, seja através da cor verde ou outros elementos que sejam capazes de trazer essa sensação de relaxamento.
Saíra-milita
Rosa Yumiko
As imagens utilizadas pela arquiteta foram feitas pela observadora de aves Rosa Yumiko, moradora da cidade de Indaiatuba (SP) que viaja pelo Brasil em busca de flagrantes. Com 524 espécies registradas na plataforma de ciência cidadã Wikiaves, ela conta que se sentiu lisonjeada por ter suas fotografias representadas no Campinas Decor e pela repercussão positiva entre os visitantes.
“Nós que somos observadores de aves temos um objetivo por trás, não só o prazer de registrar. Nós queremos que as pessoas voltem o seu olhar mais para a natureza, não só para os pássaros, mas para a natureza em si. Inclusive, os pássaros existem porque há natureza sadia”, explica Rosa.
Saí-verde
Rosa Yumiko
Ela conta que antigamente viajava como “turista comum” e já registrava as aves que encontrava, no entanto, após a pandemia, começou a sair especificamente para passarinhar. Acho que é uma das coisas que me dá prazer, quando não saio para fotografar pássaros parece que está faltando alguma coisa”, acrescenta.
Saíra-beija-flor
Rosa Yumiko
De acordo com a observadora, ao estar em meio à natureza registrando os animais, as pessoas se tornam mais sensíveis à beleza das flores, borboletas e de outros seres vivos.
“A natureza é tudo, para o futuro, para os nossos netos, bisnetos. Como observadores, é um trabalho de formiguinha, mas a gente está fazendo alguma coisa, conscientizando as pessoas a olharem para a natureza, para os bichinhos”, diz ela.
A pesquisadora Lis Leão, em entrevista para a série especial do Terra da Gente “Somos a Natureza. Por que precisamos restabelecer nossa relação com ela?”, conta que o ambiente natural possui estímulos que são percebidos pelo nosso cérebro, o que produz uma “fascinação natural” por seus elementos.
“A gente está todo o tempo no celular, na frente de uma tela, e isso é uma tensão dirigida, ela que nos causa fadiga mental. A medida que eu vou para a natureza, eu tenho uma tensão porque estou andando, e de repente, vejo um passarinho colorido. A hora que você faz isso, você tem já um mecanismo de recompensa cerebral, que libera neurotransmissores que te fazem sentir essa sensação de bem-estar”, explica Lis.
Segundo ela, quanto mais contato com a natureza, melhor as chances de se conectar com ela. Além dos benefícios físicos a pesquisadora comenta que o “carro-chefe” está ligado à saúde mental, reduzindo estados de ansiedade, depressão, estresse, entre outros.
VÍDEOS: Destaques Terra da Gente
Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente