Equipe da TVCA acampou em terra indígena para cobertura intensa de um dos maiores acidentes aéreos do país


Neste ano, a RMC completa 60 anos de fundação e o g1 relembra as reportagens que marcaram a história da rede. O g1 relembra a cobertura da TVCA sobre a queda do voo 1907
Um dos maiores acidentes aéreos da história do Brasil exigiu uma cobertura especial da TV Centro América, em 2006, com equipes em região de difícil acesso na terra indígena Capoto-Jarinã, em Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá, acompanhando todo o trabalho de resgate, perícia e investigação.
Esta matéria faz parte da série de reportagens do g1 em comemoração aos 60 anos da Rede Mato-grossense de Comunicação (RMC), que relembra grandes coberturas realizadas pela TV Centro América.
Eunice Ramos em reportagem ao vivo sobre a queda do avião
Reprodução
Os repórteres Eunice Ramos e Reginaldo Carmo e o cinegrafista Marcos Alves, da TV Centro América, foram até a Fazenda Jarinã, onde a Força Aérea Brasileira (FAB) instalou uma base de operações para atuar no acidente aéreo ocorrido no dia 29 de setembro de 2006, envolvendo o boeing da Gol que fazia o voo 1907 e o jato Legacy.
Ao todo, 154 pessoas que estavam a bordo do avião, entre tripulantes e passageiros, morreram na queda na área indígena. O jato com sete passageiros conseguiu pousar na Serra do Cachimbo, no Pará, e todos sobreviveram.
Eunice relembra a sensação de estar no local do acidente e o nervosismo em anunciar para todo o país sobre as atualizações.
“No final da tarde, antes de entrar a matéria no Jornal Nacional, veio a confirmação de que não havia sobreviventes. E eu fui a pessoa, coube a mim comunicar ao Brasil que não havia sobreviventes. Na hora lembro que estava muito nervosa porque estava fazendo um ao vivo para o Jornal Nacional e porque era uma situação como aquela!”, lembra.
O voo 1907 seguia de Manaus até o Rio de Janeiro quando foi interrompido na noite de uma sexta-feira pelo jato Legacy.
Renato Biazzi em helicóptero durante sobrevoo à região de mata onde avião caiu
Reprodução
Os resgates começaram dois dias depois da queda, em uma operação que durou quase dois meses e envolveu cerca de 800 pessoas. Em 8 de outubro, a FAB autorizou, pela primeira vez, o sobrevoo na área do acidente. Embora não fosse permitido pousar no local, Renato Biazzi e Marcos Alves, a bordo do helicóptero, conseguiram registrar imagens dos destroços da aeronave espalhados pela floresta.
Militar do Distrito Federal durante missão de resgate das vítimas do voo 1907 da Gol, em 2006
Arquivo pessoal
“Eu tive algumas lembranças dos corpos e lembro que de repente,u vi um helicóptero com uma carga e a gente percebeu que a carga eram os corpos e é uma imagem que me marca até hoje”, conta Reginaldo.
“É você ver aquele saco içado no helicóptero e saber que são pessoas que terminaram sua vida ali. São imagens muito fortes e tenho elas até hoje na minha cabeça”, diz Marcos
Vítimas
Familiares das vítimas do voo 1907 da Gol participaram de homenagens em Brasília neste sábado (29)
Divulgação/TV Globo
Desde a época do acidente, a TV Centro América acompanha o caso e mantém contato com as famílias das vítimas. Um documentário produzido pelo g1 MT e pela TVCA relembra a tragédia, com depoimentos de pessoas que se envolveram diretamente no resgate, na cobertura jornalística e de famílias das vítimas do acidente.
Um ano após o acidente, as famílias sobrevoaram o local do desastre em uma aeronave da FAB, além de terem participado de um culto ecumênico em homenagem às vítimas. As famílias receberam indenização da Gol.
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Indiciamento dos pilotos
Pilotos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino pilotavam jato que bateu em boeing da GOL.
Reprodução
Em 9 de maio de 2007, após a conclusão do inquérito da Polícia Federal, os pilotos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, responsáveis pelo jato Legacy que colidiu com um avião da Gol, foram indiciados pelo acidente.
A PF também sugeriu que os controladores de voo que estavam trabalhando no Cindacta I, em Brasília, no momento do acidente, fossem investigados pela Aeronáutica. Segundo o delegado Renato Sayão, havia indícios de que eles não tinham adotado os procedimentos de segurança obrigatórios.
Somente em 2011, os pilotos americanos foram ouvidos e condenados pela Justiça Brasileira a quatro anos e quatro meses de regime semiaberto, pelo crime de atentado contra a segurança de transporte aéreo na modalidade culposa — quando não há intenção de matar. No entanto, eles nunca cumpriram a pena, pois deixaram o Brasil. Em maio de 2024, a Justiça Federal declarou a prescrição da pena e alegou falta de colaboração da Justiça dos Estados Unidos.
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