
Estado teve aumento de 2,3% nas mortes de crianças de até um ano; e de 1,9% entre 2022 e 2023, segundo levantamento da ONG Fundação Abrinq, com dados do Ministério da Saúde. Pará tem aumento nos índices de mortalidade infantil.
Reprodução/RBS TV
O Pará registrou índices de mortalidade infantil acima da média nacional. O aumento dos óbitos foi de 2,3% entre crianças com até um ano de idade e de 1,9% entre crianças até 5 anos de idade.
O estado registrou média de 15 mortes a cada cem mil nascidos vivos com até 1 ano em 2023 – média acima da nacional, que ficou em 12,6 no período.
É o quinto pior índice entre os sete estados do Norte, região que teve patamares mais altos que a média nacional, com aumento de 5,3% entre 2022 e 2023.
Já em relação a crianças de até 5 anos de idade, o Pará também teve aumento de 4% desde 2015, na série histórica; e 1,9% entre 2022 e 2023.
A média do estado ficou em 18,1 mortes a cada mil crianças até 5 anos, número que também ficou acima da nacional – 15 a cada mil nascidos vivos. É o quinto pior registro entre os estados do Norte, atrás de Roraima (33,3); Amapá (25,9); Amazonas (21,2); Acre (20,7).
Nesta faixa etária, a região Norte também teve índica acima da média nacional, com aumento de 10% entre 2015 e 2023; e de 5,4% entre 2022 e 2022, registrando crescimento constante.
Os estudo “Cenário da Infância e Adolescência no Brasil” é realizado anualmente com os dados mais recentes do Censo Demográfico e outras fontes oficiais.
A publicação investiga indicadores sociais, como pobreza, desnutrição, educação, trabalho infantil e foi divulgada pela ONG Fundação Abrinq, com dados do Ministério da Saúde.
Superintendente da Fundação Abrinq, Victor Graça afirmou que o estudo revela desafios que demandam respostas rápidas e integradas” do Poder Público.
“Essas informações são essenciais para direcionar ações que assegurem os direitos e melhorem as condições de vida das crianças e dos adolescentes no Brasil”.
O g1 solicitou informações sobre as políticas públicas para combater a mortalidade infantil no Pará, mas ainda não havia obtido resposta até a publicação da reportagem.
Dados
No Brasil, as mortes de crianças com até um ano continuou elevada. Em 2023, a taxa foi de 12,6 mortes a cada mil nascidos vivos – o segundo maior valor desde 2015.
Já a mortalidade na infância – óbitos de crianças com até 5 anos – o índice foi de 15 mortes por mil nascidos vivos, – maior registro em nove anos.
O estudo aponta que os números “refletem desafios persistentes na garantia de condições de sobrevivência durante a primeira infância”.
Pobreza e desnutrição
O levantamento mostra que a situação de pobreza é mais severa ente crianças e adolescente.
Segundo o dado mais recente, em 2023, mais de 26% da população brasileira – o que representa 57 milhões de pessoas – estava em situação de pobreza, com renda mensal per capita inferior a meio salário-mínimo (R$ 651,00). Entre elas, 9,2% viviam em extrema pobreza, com menos de um quarto do salário-mínimo (R$ 325,50) por mês.
No caso da primeira infância – até 6 anos de idade, o número de crianças em situação de pobreza é de 9,4 milhões – percentual que é de 53,3% na região Norte. Já a pobreza extrema atinge 16,7% das crianças de até 6 anos – 3,3 milhões de crianças.
Outros dados relevantes do estudo:
Taxa de desnutrição entre crianças de até 5 anos (2023): 3,8% no Brasil. Na região Norte tem o maior índice (4,7%) – acima da média nacional;
No Norte, 82 crianças com até 4 anos faleceram por desnutrição proteico-calórica em 2023. Foi o maior registro no país em 2023.
As mortes por desnutrição somaram 4.262 em todo o país neste ano.
879 escolas públicas não ofereciam merenda escolar.