
Minuta à qual o g1 teve acesso prevê lista pública de distribuidoras irregulares e suspensão de atividades. Texto também altera multas possíveis, que podem chegar a R$ 500 milhões. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara um decreto para endurecer as regras de distribuição de combustíveis e combater fraudes na mistura de biodiesel no diesel.
Governo prepara decreto para endurecer as regras de distribuição de combustíveis e combater fraudes na mistura de biodiesel no diesel.
Reprodução/TV Globo
O g1 teve acesso à minuta enviada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a Lula nesta quinta-feira (3).
Notas fiscais
A minuta regulamenta uma alteração na Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), feita por lei sancionada em 2024.
No decreto, o governo pretende determinar que as distribuidoras enviem notas fiscais de aquisições e retiradas de biodiesel de estoques próprios e de terceiros à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Com a medida, o ministério quer aumentar a fiscalização da mistura e reduzir fraudes. No último mês, o setor de distribuição chegou a sugerir a suspensão da adição de biodiesel por 90 dias, mas o pedido não prosperou na ANP.
Segundo o rascunho de decreto, que ainda pode sofrer alterações, caso a ANP identifique inconsistências na entrada e saída de biodiesel dos estoques, as distribuidoras envolvidas serão incluídas em uma lista pública de irregularidades.
Além disso, podem ter o fornecimento de combustível suspenso até sanar as inconsistências.
Petrobras anuncia redução do preço do diesel nas refinarias
Créditos de descarbonização
O texto também endurece as regras para os chamados “créditos de descarbonização” ou “CBIOS”. Esses créditos são gerados por produtores de biocombustíveis e correspondem a uma tonelada de carbono não emitido na atmosfera.
Para as distribuidoras inadimplentes com as metas, a minuta de decreto proíbe a comercialização ou importação de combustíveis. Ou seja, suspende a novas operações pelas empresas.
O texto também aumenta as multas aplicáveis, que podem variar de R$ 100 mil a R$ 500 milhões.