Ao todo, o novo decreto inclui 129 municípios. Anteriormente, eram 82, o que resulta em um aumento de 47 cidades. O Governo do Piauí decretou situação de emergência em mais da metade das cidades do estado. O último decreto de emergência em razão a seca aconteceu em janeiro, em uma estiagem que dura nove meses. Ao todo, o novo decreto inclui 129 municípios. Anteriormente, eram 82, o que resulta em um aumento de 47 cidades.
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Um dos novos municípios inclusos é Santa Cruz dos Milagres, que fica a 182 km de Teresina. A cidade vive uma situação que para muitos não tem explicação. Ainda fevereiro deste ano, sofreu com problemas com a chuva e o enfrentamento da enchente do Rio São Nicolau – que corta o município -, mas hoje, entra no mapa da estiagem.
🏜️A estiagem é a falta de chuvas em uma região por um período prolongado, o que resulta na redução da umidade do solo e nos níveis de água em rios e reservatórios. Esse fenômeno pode causar escassez de água, afetar a agricultura e impactar o meio ambiente.
Essa estiagem preocupa agricultores que acabam dependendo da chuva para poder plantar e se alimentar. A terra é um dos únicos recursos que muitos sertanejos têm, e sem chuva, esse recurso não gera vida.
“‘Sem chuva, sem plantio, sem comida e sem vida….porque um leva o outro. Nós tivemos uma chuva forte, na cabeceira do rio, que inclusive afetou muitas famílias, parece utópico, né? tivemos chuva forte e agora estamos sofrendo com seca. Ano passado a seca foi intensa e o fogo foi o que mais nos preocupou”, disse Luciano Matilde, coordenador da brigada de Santa Cruz dos Milagres.
Outro município que enfrenta a intensa seca é: Acauã. A cidade fica 300 km de Santa Cruz dos Milagres; mas apesar da distancia, sofre com o mesmo problemas: a falta de água.
Reginaldo Molão (PSD) prefeito do município, diz que a seca já era esperada para a região. No entanto, o impacto que ela causou foi muito além do previsto. Ainda segundo ele, os recursos não são suficientes para conter a seca.
“A gente sofre muito com isso, sabíamos que a seca vinha, mas era pra frente. A gente foi pego de surpresa, era pra ter uma chuvinha boa, mas nada. Nós nos preparamos, mas nem tudo deu pra fazer. Tivemos de pedir recursos para a Defesa Civil do Estado e pro Governo Federal, pois o impacto foi enorme”, relatou o gestor.
Mais três meses de seca e estiagem
O novo decreto foi publicado na noite da quinta-feira (3). De acordo com a Defesa Civil do Piauí, a decisão levou em consideração a irregularidade das chuvas e a redução dos volumes hídricos.
Segundo o diretor de Resposta da Defesa Civil do Estado do Piauí (Sedec), José Inácio Sobrinho, a previsão é que as chuvas fiquem abaixo da média nos meses de março, abril e maio.
“Esse decreto possibilita que os municípios afetados solicitem recursos federais para ações emergenciais, com destaque para a contratação de serviços de abastecimento de água por meio de carros-pipa. Embora o uso de carros-pipa seja uma medida paliativa essencial em situações de emergência, o Governo do Estado, por meio da Defesa Civil, também atua no planejamento de soluções estruturais de engenharia hídrica. O objetivo é reduzir progressivamente a dependência desse tipo de atendimento, garantindo segurança hídrica de forma mais permanente às populações afetadas”, conta o diretor.
A Defesa Civil do Piauí informou que para assegurar o abastecimento de água à população afetada, conta com a Operação Carro-Pipa, que possui 152 veículos em atividade. Desse total, 66 são mantidos com recursos estaduais, enquanto 86 operam com recursos federais.
Adutora resolveria problema
A construção da Adutora do Sertão do Piauí resolveria, ou amenizaria, o problema de abastecimento de água em períodos de seca em cerca de 51 municípios do Piauí. Mas, mesmo depois de nova anos da determinação de sua construção pelo Ministério Publico Estadual (MPPI), apenas a conclusão da 1ª etapa da construção foi anunciada pelo Estado.
A Adutora do Sertão do Piauí foi idealizada ainda em 2013, quando a Superintendência Regional do Serviço Geológico no Piauí (CPRM) apresentou o projeto ao Ministério da Integração Nacional e à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Com orçamento preliminar de R$ 842 milhões, a obra inclui a construção de uma adutora para distribuir a água de 37 poços para 51 cidades do semiárido piauiense atendendo uma população de 600 mil habitantes. O projeto prevê que o abastecimento poderia durar 350 anos sem causar dano nenhum ao manancial, segundo o Superintendência Regional do Serviço Geológico no Piauí.
Em Cristino Castro, local onde a construtora teria parte sua localização, a água de um poço tem uma vazão de 700 mil litros por hora e chega a atingir uma altura de até 20 metros. Em um dia inteiro, a vazão seria suficiente para abastecer uma cidade com 140 mil habitantes, conforme os padrões da Organização Mundial de Saúde (OMS). A população de Cristino Castro é de 10 mil.
O município fica no Vale do Rio Gurguéia, na Bacia Sedimentar do Rio Parnaíba – a terceira maior reserva de água subterrânea do Brasil. Na região, muitas vezes basta atingir o lençol freático para a água subir sem necessidade de bombas. Isso acontece porque esses aquíferos estão selados e cheios de água.
*Estagiário sob supervisão
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Um dos novos municípios inclusos é Santa Cruz dos Milagres, que fica a 182 km de Teresina. A cidade vive uma situação que para muitos não tem explicação. Ainda fevereiro deste ano, sofreu com problemas com a chuva e o enfrentamento da enchente do Rio São Nicolau – que corta o município -, mas hoje, entra no mapa da estiagem.
🏜️A estiagem é a falta de chuvas em uma região por um período prolongado, o que resulta na redução da umidade do solo e nos níveis de água em rios e reservatórios. Esse fenômeno pode causar escassez de água, afetar a agricultura e impactar o meio ambiente.
Essa estiagem preocupa agricultores que acabam dependendo da chuva para poder plantar e se alimentar. A terra é um dos únicos recursos que muitos sertanejos têm, e sem chuva, esse recurso não gera vida.
“‘Sem chuva, sem plantio, sem comida e sem vida….porque um leva o outro. Nós tivemos uma chuva forte, na cabeceira do rio, que inclusive afetou muitas famílias, parece utópico, né? tivemos chuva forte e agora estamos sofrendo com seca. Ano passado a seca foi intensa e o fogo foi o que mais nos preocupou”, disse Luciano Matilde, coordenador da brigada de Santa Cruz dos Milagres.
Outro município que enfrenta a intensa seca é: Acauã. A cidade fica 300 km de Santa Cruz dos Milagres; mas apesar da distancia, sofre com o mesmo problemas: a falta de água.
Reginaldo Molão (PSD) prefeito do município, diz que a seca já era esperada para a região. No entanto, o impacto que ela causou foi muito além do previsto. Ainda segundo ele, os recursos não são suficientes para conter a seca.
“A gente sofre muito com isso, sabíamos que a seca vinha, mas era pra frente. A gente foi pego de surpresa, era pra ter uma chuvinha boa, mas nada. Nós nos preparamos, mas nem tudo deu pra fazer. Tivemos de pedir recursos para a Defesa Civil do Estado e pro Governo Federal, pois o impacto foi enorme”, relatou o gestor.
Mais três meses de seca e estiagem
O novo decreto foi publicado na noite da quinta-feira (3). De acordo com a Defesa Civil do Piauí, a decisão levou em consideração a irregularidade das chuvas e a redução dos volumes hídricos.
Segundo o diretor de Resposta da Defesa Civil do Estado do Piauí (Sedec), José Inácio Sobrinho, a previsão é que as chuvas fiquem abaixo da média nos meses de março, abril e maio.
“Esse decreto possibilita que os municípios afetados solicitem recursos federais para ações emergenciais, com destaque para a contratação de serviços de abastecimento de água por meio de carros-pipa. Embora o uso de carros-pipa seja uma medida paliativa essencial em situações de emergência, o Governo do Estado, por meio da Defesa Civil, também atua no planejamento de soluções estruturais de engenharia hídrica. O objetivo é reduzir progressivamente a dependência desse tipo de atendimento, garantindo segurança hídrica de forma mais permanente às populações afetadas”, conta o diretor.
A Defesa Civil do Piauí informou que para assegurar o abastecimento de água à população afetada, conta com a Operação Carro-Pipa, que possui 152 veículos em atividade. Desse total, 66 são mantidos com recursos estaduais, enquanto 86 operam com recursos federais.
Adutora resolveria problema
A construção da Adutora do Sertão do Piauí resolveria, ou amenizaria, o problema de abastecimento de água em períodos de seca em cerca de 51 municípios do Piauí. Mas, mesmo depois de nova anos da determinação de sua construção pelo Ministério Publico Estadual (MPPI), apenas a conclusão da 1ª etapa da construção foi anunciada pelo Estado.
A Adutora do Sertão do Piauí foi idealizada ainda em 2013, quando a Superintendência Regional do Serviço Geológico no Piauí (CPRM) apresentou o projeto ao Ministério da Integração Nacional e à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Com orçamento preliminar de R$ 842 milhões, a obra inclui a construção de uma adutora para distribuir a água de 37 poços para 51 cidades do semiárido piauiense atendendo uma população de 600 mil habitantes. O projeto prevê que o abastecimento poderia durar 350 anos sem causar dano nenhum ao manancial, segundo o Superintendência Regional do Serviço Geológico no Piauí.
Em Cristino Castro, local onde a construtora teria parte sua localização, a água de um poço tem uma vazão de 700 mil litros por hora e chega a atingir uma altura de até 20 metros. Em um dia inteiro, a vazão seria suficiente para abastecer uma cidade com 140 mil habitantes, conforme os padrões da Organização Mundial de Saúde (OMS). A população de Cristino Castro é de 10 mil.
O município fica no Vale do Rio Gurguéia, na Bacia Sedimentar do Rio Parnaíba – a terceira maior reserva de água subterrânea do Brasil. Na região, muitas vezes basta atingir o lençol freático para a água subir sem necessidade de bombas. Isso acontece porque esses aquíferos estão selados e cheios de água.
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