Comissão de Combate ao Feminicídio da OAB-AP acompanha caso de brasileira morta na Bolívia 


Segundo o advogado Cícero Bordalo Jr., um pedido será protocolado junto ao Itamaraty para não ser realizada a cremação do corpo de Jenife Silva, encontrada morta na última quarta-feira (2). Acusação aponta o envolvimento de um segundo suspeito.  A Comissão de Combate ao Feminicídio da Ordem dos Advogados do Brasil no Amapá (OAB-AP) está acompanhando o caso da brasileira encontrada morta em seu apartamento na Bolívia, na última quarta-feira (7).  
O advogado Cícero Bordalo Jr., presidente da comissão, informou nesta segunda-feira (7) que um pedido será protocolado junto ao Ministério das Relações Exteriores para não ser realizada a cremação do corpo da vítima.
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“Nós vamos entrar em contato com o Itamaraty e com a Embaixada do Brasil na Bolívia para não deixar que façam uma cremação antes do exame de exumação cadavérica. A exumação cadavérica é um exame de laudo feito por médicos do departamento especializado para saber o que foi que aconteceu realmente, e nós preferimos que seja feito aqui no Brasil o exame. Com esse laudo nas mãos, nós pediremos a reconstituição do crime”, afirmou Bordalo. 
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Em nota, o Ministério informou que tem ciência do caso e está em contato com os familiares da brasileira, a quem presta assistência consular, e com as autoridades locais (Leia nota na íntegra abaixo).
Autoridades bolivianas informaram que Jenife Silva, de 37 anos, foi vítima de um feminicídio. O suspeito é um adolescente de 16 anos, com quem, segundo a polícia, ela mantinha relações.
A versão é contestada pelo advogado responsável pela comissão. A acusação trabalha com a suspeita do envolvimento de um segundo homem, apontado como ex-namorado de Jenife Silva. Além disso, a família afirma que Jenife havia conhecido o adolescente recentemente, e os dois não tinham proximidade.
“Um promotor de Justiça da Bolívia disse em entrevista que não era o garoto de 16 anos o autor do crime e sim o ex-namorado dela [Da Jenife], só que as investigações não estavam indo para frente por conta da família deste ex-namorado ter grandes recursos financeiros”, completou o Bordalo. 
Segundo o relatório preliminar da polícia boliviana, o adolescente se apresentou na delegacia e alegou ter uma relação próxima da vítima. Em seu depoimento, ele disse que, durante relações sexuais com Jenife, ela sofreu um mal súbito e ele saiu do apartamento em seguida.
O caso é investigado pelo Ministério Público da Bolívia e uma irmã da vítima embarcou neste domingo (6) para acompanhar o caso no país. Nas redes sociais, familiares e amigos da brasileira estão realizando uma campanha pedindo justiça. Um protesto vai ser realizado nesta terça-feira (8), no Amapá. 
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Sobre o crime 
Jenife era natural de Santana (AP) e estava na Bolívia para finalizar os trâmites da formação de medicina, a qual cursou no país por cerca de 6 anos. Segundo a polícia boliviana, Jenife morreu estrangulada, além de ter sofrido estupro e esfaqueamento, na cidade de Santa Cruz de la Sierra. A vítima deixou dois filhos.
Jenife Silva, 37 anos, morta na Bolívia
Redes sociais/Reprodução
Comissão de combate ao feminicídio no Amapá 
A comissão foi criada em 2025 no Amapá e tem como presidentes os advogados Cícero Bordalo Jr e Chyrle Bezerra. A ideia é realizar ações em todo o estado para combater este tipo de crime. Entre os serviços oferecidos está a atuação em julgamentos de casos de feminicídio. 
A expectativa é que o trabalho seja expandido para o resto do Brasil. A proposta já foi apresentada ao presidente nacional da OAB, o advogado amazonense Beto Simonetti. 
Cícero Bordalo Jr e Chyrle Bezerra, presidentes da comissão
Mariana Ferreira/g1
Nota do Ministério das Relações Exteriores:
O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Santa Cruz de la Sierra, tem ciência do caso e está em contato com os familiares da brasileira, a quem presta assistência consular, e com as autoridades locais.
Informa-se que, em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as Embaixadas e Consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais.
O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, à luz do § 1º do artigo 257 do decreto 9.199/2017.
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