
SMS informou que houve aumento de demanda para atendimentos de pacientes de casos de como síndromes gripais, arboviroses e outras patologias não urgentes. UPA Potengi, na Zona Norte de Natal
Brunno Rocha/Inter TV Cabugi
Pacientes esperaram por pelo menos 5 horas para serem atendidos na Unidade de Pronto-Atendimento do Potengi (UPA Potengi), na Zona Norte de Natal, nesta segunda-feira (7).
Quem aguardava por atendimento denunciou, além da demora, superlotação tanto na recepção quanto nos corredores da unidade, além de falta de profissionais e de infraestrutura, com equipamentos e até torneiras quebradas (veja relatos mais abaixo).
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Segundo a direção, a demora no atendimento nesta segunda-feira ocorreu devido à falta de profissionais no quadro da unidade, como técnicos de enfermagem, por exemplo.
A direção informou que atende em média 13 mil pessoas por mês, tendo uma média de 450 por dia.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) Natal informou que nesta segunda foi registrada uma demanda maior para atendimentos de pacientes “que apresentam casos menos graves, como síndromes gripais; arboviroses (como dengue, Zika e Chikungunya) e outras patologias não urgentes”.
Segundo a SMS, “somados aos atendimentos de casos de urgência e emergência, acarretou em um tempo de espera maior para os pacientes não urgentes”.
O que diz a secretaria de saúde
A SMS informou ainda que a unidade é um serviço de porta aberta e, portanto, “está suscetível a momentos de grande procura pela população, mas que todos os atendimentos estão sendo realizados, e que está agindo para regularizar o fluxo o mais breve possível”.
Segundo a pasta, 70% dos atendimentos registrados nas unidades de pronto atendimento não constam como perfil de urgência e emergência, e sim de atendimento de atenção primária.
A SMS disse que o público que deve procurar os serviços das UPAs são pessoas que apresentem casos como:
febre alta acima de 39 °C;
fraturas e cortes com pouco sangramento;
parada cardíaca;
infarto (dor no peito);
derrame (AVC);
queda com torção e dor intensa ou suspeita de fratura;
reação alérgica grave;
mordida de animais;
acidente de carro/moto;
cólicas renais;
falta de ar intensa;
crises convulsivas;
ferimento por arma de fogo ou objeto cortante;
dores fortes no peito;
vômito constante;
queimaduras;
tentativa de suicídio.
Sobre o equipamento de raio-x, a pasta disse que o equipamento “teve que passar por um processo de reposição de uma peça pertencente ao aparelho, e a secretaria aguarda retorno da empresa responsável pela substituição”.
“Os pacientes que necessitam do exame de radiografia são direcionados para a realização do procedimento em outros serviços de saúde do município, não ocorrendo prejuízos ao acolhimento dos usuários”, completou a nota.
Veja relatos de pacientes
A dona de Ana Lúcia da Silva ficou das 10h às 16h para conseguir ser atendida. “Está muito lotado, demorei bastante pra ser atendida”, disse.
“Só tinha uma enfermeira pra atender a todo mundo e fazer curativos na outra sala, então demorou bastante”, reforçou a também dona de casa Ana Carolina da Silva.
O idoso José Sabino chegou às 9h e até 15h ainda não havia concluído o atendimento – ele aguardava retorno à sala do médico.
“A gente chega lá dentro e dizem: ‘espere mais meia hora, espere mais 40 minutos’. E aqui a gente sofrendo, ele debilitado, sem comer, não tem uma cadeira pra se sentar, não tem um conforto pra nada”, disse Lucimar Gomes, que acompanhava José Sabino.
Já a dona de casa Germínia Bezerra estava com um irmão, de 26 anos de idade, com microcefalia, internado há mais de 24 horas na unidade. Eles precisaram ir para o corredor.
“Estou desde ontem com meu irmão em convulsão, sem parar, 24 horas. Ele estava na sala de estabilidade e tiraram ele de lá pra colocar um mais urgente do que ele. E colocaram no meio do corredor, com muita gente, está superlotado”, disse.
Segundo a direção, a demora no atendimento nesta segunda-feira foi devido à falta de proifissionais no quadro da unidade.
A artesã Sandra Carla Garcia disse ainda que alguns exames não estão sendo realizados.
“Há tempos que o raio-x está quebrado. Desde janeiro que eu venho pra cá. No dia que eu fui pro Santa Catarina é que bateu um raio-x lá. Foi aí que descobriu que minha mãe tinha DPOC [Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica]”, disse.
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