Inclusão: 85% das escolas têm ensino especial em Campinas e 15% contam com mediação pedagógica, aponta Censo


Dados mostram que 52,7% das unidades possuem banheiros acessíveis. Para docente da Unicamp, escolas precisam ter “condições para receber todo e qualquer estudante”. Censo Escolar 2022 contabilizou 26.815 alunos com altas habilidades ou superdotação na educação básica brasileira
Getty Images/via BBC
O número de escolas que possuem educação especial subiu 3,4% na educação básica em Campinas (SP), chegando a 566 unidades. Essa quantia representa 84,9% do total de unidades escolares na metrópole.
As escolas com banheiros acessíveis e com Atendimento Educacional Especializado (AEE) também aumentaram, representando 52,7% e 15,7% do total, respectivamente. Confira abaixo.
Os dados são do Censo Escolar 2024, divulgados na quarta-feira (9). Segundo Vanessa Castro, docente da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), escolas precisam ter “condições para receber todo e qualquer estudante”.
📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp
A educação especial é a modalidade de ensino que atende a alunos com deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e/ou Altas Habilidades/Superdotação. Já o Atendimento Educacional Especializado (AEE) é a mediação pedagógica que busca dar acesso ao currículo escolar atendendo às necessidades específicas desses alunos.
Educação especial na metrópole
Das 666 escolas da educação básica em Campinas no ano passado, 566 ofereciam educação especial, ou seja, 84,9% do total. Esse número aumentou em relação a 2023, quando 547 unidades escolares ofereciam a modalidade.
A quantidade de escolas que realizam o Atendimento Educacional Especializado também subiu, de 96 para 105 no mesmo período. Porém, a quantia representa somente 15,7% do total de escolas na metrópole. Confira abaixo.

“O dado do Censo traz a quantidade de estabelecimentos com educação especial, ele é contabilizado a partir do número de matrículas. Então, se a escola tem uma matrícula de estudante público de educação especial, vai entrar nessa contagem”, explica Castro.
“O que a gente precisa pensar é que as escolas precisam ter condições para receber todo e qualquer estudante, independente se é um estudante público de educação especial ou não”, avalia a docente.
Segundo Castro, a diferença entre os números de escolas com educação especial e com Atendimento Educacional Especializado está relacionada às diferenças no atendimento que cada aluno precisa. No entanto, não existe a identificação de quais estudantes necessitam do AEE.
“Por exemplo, uma criança que tenha uma deficiência física e seja cadeirante, se a condição de deficiência é uma deficiência física e com relação a membros inferiores, é bem provável que ela não tenha necessidade do AEE, porque ela não precisa das questões pedagógicas e de acessibilidade em termos pedagógicos. O que a gente não tem em termos nacionais é a identificação de quais são as crianças que de fato precisam do AEE, e se todas elas estão sendo atendidas ou não”, afirma.
Banheiros acessíveis
Os dados do Censo Escolar também apontam aumento nas escolas da educação básica que possuem banheiros adequados para pessoas com mobilidade reduzida, de 337 em 2023 para 351 em 2024. Com isso, 52,7% do total de escolas contam com acessibilidade nesse tipo de estrutura.
Número de escolas com banheiros adequados para pessoas com mobilidade reduzida:
2023: 337 escolas
2024: 351 escolas
Atualmente, representam 52.7% do total
Em relação aos elementos da arquitetura das unidades escolares que possibilitam acessibilidade, Castro explica que são vários além dos banheiros, mas reforça: “toda escola precisa ter pelo menos um banheiro com condições de acessibilidade”.
VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região
Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.
Veja mais notícias sobre a região no g1 Campinas

Adicionar aos favoritos o Link permanente.