‘Estou aqui há mais de duas horas’, diz trabalhador em parada durante greve dos rodoviários em Manaus

Greve teve início por volta das 4h com a reivindicação dos trabalhadores por um reajuste salarial de 12% e a permanência do espaço dedicado aos cobradores nos ônibus de algumas empresas. Greve de ônibus em Manaus causa transtorno para passageiros em terminal
Trabalhadores reclamam da demora na espera de ônibus após paralisação de 30% do efetivo de rodoviários em Manaus, nesta terça-feira (15). Em entrevista ao g1, um trabalhador afirmou estar ‘há mais de duas horas’ em uma parada de ônibus no bairro Lírio do Vale, Zona Oeste da cidade, aguardando um veículo para ir trabalhar.
A greve teve início por volta das 4h, segundo apuração da Rede Amazônica com a reivindicação dos trabalhadores por um reajuste salarial de 12% e a permanência do espaço dedicado aos cobradores nos ônibus de algumas empresas. Devido a paralisação, terminais registraram lotação de usuários. Veja o vídeo acima.
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No Terminal 5, localizado no bairro São José Operário, na Zona Leste, passageiros que aguardam desde as primeiras horas da manhã relataram que a demora já é algo recorrente em dias normais e que a situação piorou com a greve.
“Tá com 20 minutos e ali no Grande Vitória é muito complicado, porque a gente precisa vir pro T5 pra ir pro trabalho, e o ônibus demora muito. Quando passa, passa tão lotado que a gente não consegue pegar. Hoje tá muito complicado”, disse a auxiliar de serviços gerais, Maria do Araci.
Quem também reclamou da demora foi o trabalhador da área portuária do Centro, Alexandre Cavalcante. Ele disse estar há mais de duas horas na parada.
“Eu cheguei 7 horas. Estou aqui há mais de duas horas. Geralmente pego o 221, 010, 216… o que passar. Ninguém sabe qual é a causa da greve, ninguém sabe o que realmente tá acontecendo. Eu geralmente fico 30 minutos esperando. A gente tem o aplicativo e fica vendo, mas hoje não deu”, declarou.
O g1 questionou o Sinetram para saber quais linhas de ônibus estão sendo afetadas pela paralisação, mas, até a atualização mais recente desta reportagem, não houve resposta.
Paralisação
A paralisação de 50% do efetivo foi confirmada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Manaus ainda na segunda-feira (14), após uma manifestação na Câmara Municipal de Manaus (CMM). No local, estava prevista a realização de uma audiência pública para debater o tema. No entanto, a sessão foi adiada.
“Tentamos entrar em acordo para a permanência dos nossos colegas, que são trabalhadores e precisam do seu trabalho para sustentar suas famílias. E aí tem o nosso reajuste salarial. Os empresários vão lucrar mais com a gente fazendo duas funções e recebendo por uma”, relatou Ednilson da Costa, um dos motoristas que aderiu ao movimento grevista.
Após a confirmação da greve, em comunicado, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) informou que obteve uma decisão liminar junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, determinando que 70% da frota deve circular nos horários de pico, das 6h às 9h e das 17h às 20h.
Nos demais horários, a circulação deve ser de, no mínimo, 50% da frota, sob pena de multa de R$ 60 mil por hora em caso de descumprimento.
A Justiça também proibiu qualquer bloqueio nas garagens das empresas ou qualquer ação que impeça o livre funcionamento do serviço público essencial, determinando que eventuais manifestações ocorram a, no mínimo, 150 metros das entradas dos estabelecimentos, sob a mesma penalidade.
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